Eu poderia começar esse texto com uma grande “segue o líder”, maneira como eu iniciei o bate papo com o baixista do Sepultura – e torcedor do Galo, Paulo Xisto, mas serei comportada e vou começar agradecendo pela disponibilidade, afinal, em meio a turnê do cd “Machine Messiah” e após 14 horas de voo, ele conversou e riu comigo ao telefone em uma conversa descontraída que poderia ter sido, facilmente, realizada na padoca da esquina comendo um pão de queijo… Para entender a referência, hoje, dia 05 de setembro, o Atlético Mineiro joga com o São Paulo no estádio Independência em Minas.
Xisto diz que a turnê do cd é grandiosa e que estão passando por inúmeros países e experiências incríveis (como se fosse possível, né? São mais de 30 anos de banda!), afinal o cd “Machine Messiah” vem sendo considerado o melhor trabalho da banda desde a chegada do vocalista Derrick Green. “A turnê está maravilhosa, estamos muito animados com a receptividade das pessoas e os shows sempre lotados. Acabamos de chegar da Europa em quem fizemos, pelo segundo ano consecutivo, os grandes festivais de verão, fizemos o último show na Turquia essa semana e voltamos ao Brasil para nossos compromissos no sul do país nesse próximo fim de semana”.
Após os festivais de verão europeus, como o Wacken Ompen Air, Alcatraz Metal Festival e Summer Breeze, os dois compromissos em terra brasilis são o show em Porto Alegre com a banda nacional Project 46 e o retorno ao River Rock Festival, maior festival de Santa Catarina. “Tocar no Brasil é sempre um diferencial, nós temos aqui uma cena forte do metal e sempre boas recordações. É super positivo poder tocar aqui e ao lado de grandes bandas e festivais grandes. Poder dividir o palco com bandas nacionais é sempre uma troca produtiva, saber que a cena do metal ainda é forte e sobrevive é uma forma de nos dar um gás também”. A banda vai dividir o palco com a banda nacional Project 46, aliás, uma das melhores bandas de metal na atualidade.
Após mais de 30 anos de existência, a banda ainda mobiliza a cena, ainda conseguem ser uma das bandas mais respeitadas do mundo. Paulo sabe disso e completa dizendo que tocar é uma delícia, e mesmo sem aquela dor de estômago e ansiedade pré show, “faço com a maior alegria da vida”.
Machine Messiah foi lançando no começo do ano passado, é o segundo trabalho da banda ao lado do baterista Eloy Casagrande, e vem mostrando fôlego nas paradas internacionais, o álbum já alcançou o #33 na Áustria, #27 na Alemanha e na Suíça, #14 na Republica Tcheca e #9 na parada de rock do Reino Unido. Este fim de semana é hora do Sul do país receber o Messias.
Cada vez mais reverenciada como uma banda ao vivo, destruidora e estimulante, o grupo formado por Derrick Green (vocal), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Xisto. (baixo) e Eloy Casagrande (bateria) celebrou recentemente os 30 anos de existência do Sepultura com uma implacável turnê mundial que confirmou sem dúvida que os brasileiros estão na melhor forma de suas vidas. Com gravação comandada pelo renomado produtor Jens Bogren (Opeth/Kreator/Ihsahn/Paradise Lost), Machine Messiah não é apenas o 14º disco de estúdio do Sepultura – uma proeza notável por si só – mas é também o mais completo e envolvente álbum que a banda fez na era Derrick Green. Com horizonte musical amplo mas sempre firmemente enraizado no espírito do heavy metal, é claro que se trata de um álbum que a banda preparou com grande amor, paixão e determinação. “Trabalhamos muito no Brasil fazendo o máximo que podíamos na pré-produção para deixar tudo o mais completo possível”, explica Andreas Kisser.
“Então, quando o produtor chegou, ele deu sugestões e ideias e nós refinamos as músicas e por último gravamos tudo. Jens foi um reforço incrível ao projeto. Ele é um grande produtor, muito atento aos detalhes. Estou muito feliz com a sonoridade – Jens também mixou o disco, na Suécia. O tempo que passamos por lá (Suécia) foi extraordinário. Estamos muito ansiosos com o novo álbum e mal podemos esperar o lançamento!”. Alternando entre a majestosa ameaça em lenta combustão da faixa título à fúria total do thrash metal clássico em I Am The Enemy para a revolta esotéricopercussiva de Phantom Self e o monstruoso gigante dark metal de Sworn Oath, Machine Messiah atinge um equilíbrio requintado. Um álbum com músicas meticulosamente elaboradas e com momentos individuais de cair o queixo, o disco atinge um revigorante crescendo em Cyber God, com um dos melhores solos de Kisser, com elevações e descendências. Uma grande conquista e esforço de uma equipe de boa-fé, Machine Messiah pode ser o melhor álbum que o Sepultura já fez. “Há muitos elementos novos nesse disco e isso é algo que sempre fazemos”, diz Kisser. “Sempre colocamos 100% de energia e paixão. Falamos muito sobre tudo, especialmente quando chega a parte das letras e encontrar o melhor caminho para expressar o que queremos dizer. Derrick fez seu melhor trabalho nesse álbum. Sua voz soa fantástica e ele pôde realmente cantar! Ele realmente assumiu a parte lírica dessa vez. Todo mundo foi extremamente profissional. Paulo trabalhou em seus arranjos de baixo em casa sozinho, o que ele nunca fez antes! É o que a gente precisa no Sepultura. Acho que esse é um dos nossos melhores álbuns porque é o esforço de uma banda real”. Munido com seu melhor álbum em décadas e inquieto para voltar para a estrada e compartilhar sua nova música, Sepultura nunca esteve em um estado tão confiante e satisfeito. Machine Messiah emerge em um mundo conturbado, mas conteúdos extraordinários estão garantidos para levantar o espírito e a lealdade de qualquer metalhead. Esse é o metal com coração gigante, a cabeça cheia de inspiração e um pé fincado diretamente no acelerador. O messias está chegando. Louvado seja! “É um privilégio estar em uma banda como o Sepultura, com 32 anos em atividade, e estes são possivelmente os melhores dias de todos para nós”, diz Kisser. “Demoramos um pouco para reconstruir as coisas e encontrar as pessoas certas para trabalhar com a gente, mas estamos em um bom lugar agora e realmente muito ansiosos sobre 2017. Eu amo excursionar, cara! Mal podemos esperar para sair por ai. O palco é onde o tempo para e você perde a conexão com a realidade, vai para outro lugar e tem a troca de energia com o público. Isso é vida – pura vida”.
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