Overkill trouxe seu poderoso som ao Teatro de Flores em Buenos Aires, Argentina, na última segunda-feira, 22 de abril. O motivo desta visita é a turnê apresentando seu álbum “Scorched”, lançado no ano passado, com uma grande recepção do público e da cena.
De forma muito pontual, chegou a vez das bandas locais HAMVIDES e Pucará, que atuavam como anfitriãs. Embora o local estivesse bastante vazio naquele horário, é importante destacar a energia e paixão com que ambas as bandas se apresentaram, deixando tudo no palco com seu estilo de puro thrash old school, rápido, sujo e direto ao ponto. O ambiente ficou carregado de energia após a apresentação do Pucará, que se despediu executando “A Lesson in Violence” do Exodus.
A imensa expectativa estava no ar, entre os metaleiros de todas as idades, que aguardavam esses lendários americanos que, com mais de 40 anos de carreira e mais de 20 álbuns de estúdio, chegavam pela terceira vez ao país.
Desde o momento em que Overkill subiu ao palco, a adrenalina se transformou em energia.
A presença magnética de Bobby “Blitz” Ellsworth e sua voz afiada como uma faca, Derek “The Skull” Tailer na guitarra interagindo constantemente com o público, Dave Linsk com solidez em cada nota, e a seção rítmica, composta por Jason Bittner na bateria e, é claro, David Ellefson no baixo para esta turnê, era como um trem de carga desgovernado.
A inclusão de Ellefson (histórico ex-baixista do Megadeth), substituindo DD Verni, um dos membros fundadores da banda, que se recupera de uma intervenção cirúrgica, era um plus para a apresentação, levando em conta a longa relação de Ellefson com o país.
A lista de músicas foi uma seleção magistral que abrangeu o melhor de seu extenso catálogo, embora sempre haja clássicos que ficam de fora quando uma banda é tão prolífica. Começaram com “Scorched” e imediatamente nos levaram por músicas como “Bring Me the Night”, “Hello From the Gutter”, “Electric Rattlesnake” e “Horrorscope”.
Overkill ao vivo é sinônimo de intensidade, onde a velocidade domina, os riffs frenéticos
penetram nos ossos e as melodias vocais do senhor Blitz, com 64 anos e após superar alguns problemas de saúde, permanecem no auge. Fieis ao seu estilo, apesar dos anos que começam a se fazer sentir.
A inclusão de “Coma” e “Long Time Dyin'” demonstram a versatilidade da banda em oferecer tanto velocidade quanto melodia.
Para a segunda parte do concerto, o que fizeram no palco foi simplesmente deixar a vida, com Bobby Ellsworth aproveitando cada segundo de descanso que lhe davam as partes instrumentais, para retomar suas partes cada vez com energia renovada. Ele é um frontman lendário, capaz de transmitir tanto a agressão quanto a paixão em cada música, provocando um caos controlado no ambiente.
Assim soaram “Mean, Green, Killing Machine”, “Ironbound” e “Elimination”, três hinos que abriram as rodas mais furiosas da noite.
Confira a lista completa aqui:
Overkill demonstrou por que continua sendo uma das bandas mais influentes no mundo do metal. Sua habilidade para misturar agressão com melodia, potência com precisão e a intensidade que colocam é o que os mantém no topo e os torna uma referência há décadas. Ver o Overkill ao vivo deixa a sensação e a certeza de ter presenciado algo verdadeiramente especial e transcendente.
Agradecemos à HP Prensa pela organização e oportunidade de cobrir o evento.