Dez anos depois da primeira vez a pisar um palco em Portugal, o “freak show” voltou!
Avatar, juntamente com suporte de luxo, Veil of Maya e Kassogtha, deixaram o LAV em êxtase.
A abertura da noite ficou à responsabilidade dos suíços Kassogtha com o seu death metal progressivo.
A sala 1 do LAV não estava ainda muito composta, e o publico ia chegando aos poucos durante a atuação da banda, mas nada disso fez com que ficassem desmotivados, os músicos trouxeram-nos uma brilhante performance. Stephany Hugnin enche as medidas no seu papel de frontwoman, uma fortíssima presença em palco e poder vocal.
O set escolhido baseou-se apenas no seu mais recente trabalho, “rEvolve”
Setlist
Eclipse
Drown
Venom
Before I Vanish
Complacency
Já com a sala mais composta, e os ânimos aquecidos, o quarteto Veil of Maya entra em palco.
A música escolhida para abertura, “Viscera”, começa com um baixo hipnótico, acabando por se transformar numa montanha-russa brutal de riffs, com um refrão melódico, a banda que inicialmente se considerava deathcore, envergou entretanto pelo metalcore.
Como sempre, o vocalista Lukas Magyar trouxe seu charme e carisma inigualáveis para o palco, e claro, os seus vocais poderosos. Aproveitou para informar os presentes que o sétimo álbum da banda, “[M]other”, está prestes a ser editado.
Desde o lançamento do álbum anterior que podemos notar uma melhoria nos vocais mais limpos, o que significa que o que se seguiu foi uma performance quase perfeita, similar ao trabalho de estúdio.
O guitarrista Marc Okubo provou mais uma vez porque é um dos melhores do ramo, demonstrando durante toda a atuação uma atitude enérgica, sem a ajuda de nenhum guitarrista secundário, ao longo de onze músicas.
Consideramos que o set foi a escolha perfeita, composto por alguns temas mais antigos, incitando os circle pits, uma wall of death e muito headbanging, até novos temas como “Overthrow”, ao qual a multidão rugiu de forma ensurdecedora.
Uma atuação verdadeiramente explosiva do início ao fim, os Veil of Maya sabem como pôr ”a casa a arder”!
Setlist
Viscera
Doublespeak
Leeloo
Overthrow
Lisbeth
Punisher
Godhead
Synthwave Vegan
Outsider
Outrun
Mikasa
Infelizmente não foi diante de uma casa esgotada que Avatar subiram ao palco, que diga-se, seria bem merecido.
Um espetáculo de Avatar não é um mero concerto, é como um cabaré distorcido, sempre envolvente, sempre cuidadosamente elaborado e coreografado.
Que melhor maneira de ir direto ao cerne da questão do que atacar com “Dance Devil Dance” do último álbum? John Alfredsson aparece na bateria, a tocar as primeiras batidas do tema, de uma forma muito robótica, o palco encheu-se de fumo, e os restantes membros da banda saíram de uma espécie de “cápsula” que decorava o palco.
Johannes Eckerström, vestido com roupas ornamentadas e carregando a sua bengala com topo de caveira, vai alternando entre bobo da corte e mestre de cerimónias, com um pouco de excentricidade.
Quase sem tempo para respirar e o quinteto segue com “The Eagle Has Landed“, uma ótima forma do cantor Johannes verificar se o público tem as lições em dia, deixando o refrão para ele.
Para quem não conhece a banda, um concerto de Avatar tem “de tudo um pouco”, de um lado o aspecto musical super quadrado e do outro outro o espetáculo teatral, decoração, músicos carismáticos e claro um frontman excepcional.
A noite foi obviamente mais virada para o seu 9º álbum “Dance Devil Dance”, sem esquecer o caminho que os levou até onde estão hoje.
Deste último “Puppet Show” foi também uma oportunidade para Johannes nos mostrar os seus talentos no trombone, aparecendo momentos antes, meio que de surpresa, empoleirado na regie do LAV a encher um balão, que “transformou em cão”, e em “Tower” – um pouco de doçura no meio do set – tocou piano.
Para “Let It Burn“, uma bateria mais pequena foi montada na frente do palco, e toda a banda tocou junto ao público.
John Alfredsson claramente gosta de estar mais perto, e faz um trabalho fantástico a tocar de pé (o que não deve ser fácil).
Enquanto retiravam a bateria pequena, começou a soar uma música eletrónica e John fez a sua parte do teatro, dançou e disparou uma espécie de espingardas de fitas de confetti para a multidão, enquanto caíram duas faixas enormes com imagens de Jonas vestido de rei, o que nos levou a identificar a última música do set, “A Statue of the King” do álbum “Avatar Country”.
O teatro continuou com Jonas “Kungen” Jarlsby entrando no palco em traje real completo, incluindo uma coroa.
Disse e repetiu, “não são vocês que nos vêm ver, mas sim nós que vos vimos ver a vocês e temos a oportunidade de tocar para vós pois sem vocês, nada seríamos”, parece o típico discurso que se repete todos os dias, mas relembrou a última (que foi também a primeira) vez que estiveram em Portugal, o discurso soou realmente sincero, mencionou as lindas varandas que o edifício tinha no interior a toda a volta (foi em 2013, no Campo Pequeno).
Não vou descrever todas as pequenas particularidades do espetáculo, daria um texto ainda longo e podia até ficar demasiado tedioso.
Foi com o trio “The Dirt I’m Buried In“, “Smells Like a Freakshow” e “Hail The Apocalypse” que a noite terminou, no palco e na plateia, todos pareciam estar exaustos, mas extremamente felizes.
Uma coisa é certa, ainda que não agrade a muitos a nível musica, a actuação dos Avatar é unânime e um excelente concerto a que se deve assistir, evidencia a notoriedade ao vivo do grupo.
Setlist
Dance Devil Dance
The Eagle Has Landed
Valley of Disease
Chimp Mosh Pit
Scream Until You Wake
Bloody Angel
For the Swarm
Puppet Show
(Johannes aparece na regie a tocar trombone)
When the Snow Lies Red
Do You Feel in Control
Black Waltz
(Johannes faz brincadeiras com balões)
Tower
(Johannes toca piano)
Colossus
Let It Burn
A Statue of the King
(Intro de música eletrónica)
Encore:
The Dirt I’m Buried In
Smells Like a Freakshow
Hail the Apocalypse
Fotos do concerto aqui: