Foi um sábado para ficar na história e na memória de todos os presentes. Sabe aquele Festival que você curte do começo ao fim e volta pra casa com um sorriso estampado na cara? Pronto, aqui estávamos!!!

Chegamos cedo ao local, Iglesia é uma casa de shows relativamente nova, porém entrou rápido no circuito das bandas Underground devido ao seu convidativo espaço, é pequeno, mas acomoda muito bem a galera e os horários são cumpridos à risca. Próximo ao horário da primeira banda parecia que tinha parado um ônibus na frente do lugar e uma galera começou a entrar, prenuncio do que a noite seria, aliás a venda de ingressos atingiu seu limite máximo e quem conseguiu entrar viu três shows inesquecíveis.

Ponto positivo já começa pela organização do Fest, coisa difícil de ver todas as bandas entrando certinho no cronograma, o pessoal do Scena, que já são experientes no quesito show, que foi idealizado por Caio Augusttus (Vocal do Desalmado) e pela Nata Nachthexen (Manger Cadavre ?)  fizeram com que tudo acontecesse da melhor maneira possível. O som da casa é espetacular, Silveira é um técnico de som prá lá de experiente e sabe muito bem regular o som da casa, na frente do palco o Sub batia no peito, dava para ouvir tudo, sem estar absurdamente alto.

 

Photo: Maya Melchers

O Maddiba foi encarregado de abrir a noite gelada de São Paulo em um show prá lá de quente!! Logo de cara deixaram seu recado e mostraram a cara que a banda tem. Eles são bem ecléticos, misturam com muita facilidade rap, Hardcore, Crossover, Metal, Baião e estão pouco se lixando pra opinião de quem quer que seja, de cara a roda abriu e não parou de rodar o show inteiro!!! Também não é por menos, com o som dos caras é quase impossível ficar parado, você pode conferir no álbum Santo André  (que já foi resenhado por aqui) e dispensa apresentações; que aliás foi ponto alto do show dos caras, todo mundo cantando “Every day I see your eyes…in the city of my life”. Foi um show de perder o fôlego (Renan, o baterista que o diga) e, brincadeiras a parte, jogaram para as bandas a seguir a responsabilidade muito grande de manter o mesmo nível até o fim.

Photo: Maya Melchers

O Corja! foi a segunda banda a se apresentar e logo de cara disparam uma artilharia pesada na cara de quem lá estava, essa banda, formada em 2017 em Fortaleza – CE, é uma das novas promessas do Metal extremo do Brasil e fizeram um espetáculo que prova isso, o som deles é muito intenso, porrada na fuça sem dó, a Vocalista Haru é um show a parte, ela domina o palco como poucos e seu vocal é agressivo, forte, o show deles me surpreendeu, é denso, sinistro e pesado, não se intimidam no palco e fizeram um set baseado no seu disco de estreia o excelente “Insulto” está em todas as mídias sociais, dá um confere lá, vocês não vão se arrepender.

Photo: Maya Melchers

Eu tenho um grande amigo que fica trocando figurinha de banda comigo o tempo todo, cada vez que a gente ouve uma coisa nova e gosta a gente mostra um pro outro. Em uma dessas resenhas eu conheci o Basttardz, banda de Crossover do Maranhão que me surpreendeu muito pela energia que têm, estava realmente muito louco pra ver esses caras ao vivo, porque eu gosto muito de Municipal Waste e é visível que esses caras beberam daquela água. Mas longe de fazer comparações por aqui, porque os caras tem uma característica própria de levar o som, o contato mais cara a cara com a galera, o discurso completamente consciente, não baixam a cabeça para discriminações e tem em suas letras o seu maior trunfo, são ótimas letras, politicamente corretas, rápida absorção e fazem com que eles tenham um domínio do palco/ público, de gente tarimbada, mesmo com o pouco tempo de estrada que eles têm, já os vejo prontos prá conquistar um lugarzinho no cenário mundial (Pretenção? Não sei, só sei que foi assim). Não há como não cantar junto “O Brasil com Z”, “O Agro não é Pop!!! Lixo!!!”, “Fogo na Zona Sul” e por aí vai, se você nunca ouviu falar neles está perdendo uma ótima oportunidade, porque já é uma banda que desponta como uma das maiores realidades do País.

E assim termina essa jornada, uma sensação de muito prazer, pois vejo que o Brasil está melhorando muito na organização de ótimos eventos no Underground, as casas estão se preocupando mais em dar aos artistas condições de ter um espetáculo com qualidade e quem ganha muito com isso é o público, que comparece em massa e faz a maior festa. Esperando o Scena IV!!!

 

Review: Ricardo Brigas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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