The Ghost Inside em SP
Banda de Metalcore fecha noite memorável em São Paulo. @_og.1992

Finalizando sua turnê pela América Latina, os caras da THE GHOST INSIDE deram uma aula de apresentação, mas antes deles subirem ao palco tivemos nada menos que TRÊS BANDAS nacionais para mostrar que aqui não ficamos atrás jamais. Bora conferir o que rolou!

O mini festival que durou cerca de cinco horas aconteceu no Vip Station na zona sul de São Paulo e foi promovido pela Gig Music em parceria com o Hangar 110.

 

NÃO OLHAR PARA TRÁS E MANTER O FOCO!

Banda brasiliense mostrou força total.
Banda brasiliense mostra sua força. Foto:Guilherme @_og.1992

Os responsáveis por iniciar a noite foram os brasilienses da NEVER LOOK BACK com uma energia contagiante e uma determinação gigantesca, os caras aproveitaram seu tempo com uma missão: mostrar suas músicas pra quem ainda não conhecia e agitar aqueles que já conheciam.

Com um Metalcore enraizado no HC alternado entre letras em português e inglês, a NLB teve alguns imprevistos técnicos no meio da apresentação, mas a determinação foi o que sentenciou o sucesso no fim das contas. Sem se preocupar com o que não estava no script, os caras mantiveram o foco total e mostraram que a música é o mais importante na hora da superação.

Para ilustrar um pouco que os caras mandam muito bem, eles foram convidados para essa abertura pelo próprio Jim Riley, baixista da The Ghost Inside. Aí tem moral, fio.

Eu havia escutado apenas alguns sons dos caras, mas nunca tinha visto ao vivo e posso dizer que gostei bastante do que vi e ouvi. Muita melodia com peso guiados pelo carisma da banda.

Fizemos um bate papo rápido com o Kenji, vocalista da banda, que está disponível no Instagram, e ele contou um pouco de como está a situação atual da NLB. Corre lá!

Sigam e apoiem mais essa porrada brasileira que vale muito a pena: neverlookbackhc.

 

NADA DE FOCINHEIRAS!

Bayside Kings agitou a multidão com seu ritmo da baixada. Foto:Guilherme @_og.1992

A bola seguiu com os experientes da Baixada Santista, os underdogs da BAYSIDE KINGS, que mostraram seus dentes e morderam forte.

Com suas músicas dançantes de personalidade pesada, os caras fizeram a VIP STATION tremer. O Hardcore Punk veloz recheado de peso do metal fez o público gritar e dançar sem parar um segundo.

Com suas mensagens e temas importantes para a sociedade, as letras cantadas em alto e bom som pelo público mostra que esses caras ganha cada vez mais relevância na cena nacional e segue ganhando novos fãs diariamente.

O vocalista Milton Aguiar mostrou que tem uma capacidade monstruosa em se adaptar nas alternâncias de letras em português e inglês, sem contar na influência que ele tem sobre o público na hora de conduzir um show. O moshpit vira um formigueiro infernal que arrebata tudo ao seu redor. É uma conexão respeitosa muito bacana de se ver entre a banda e público.

Pessoalmente, tive momentos de transe ao acompanhar o desempenho do baterista, David Gonzalez, que destruiu a cozinha. Com tanta velocidade nas músicas, às vezes pensamos que o baterista tá se acabando, mas no caso do David a impressão é que já é algo intrínseco ao seu corpo.

O cara toca numa suavidade impressionante, mais liso que sabonete. E leve-se em consideração que, em sua maior parte, as músicas não perdem velocidade, o que exige um grande preparo para a maratona. O homem é brabo!

Foi minha primeira vez assistindo aos caras e já esperava que seria uma apresentação fina, o que depois só se comprovou. Não à toa eles estão sendo convidados para tocar com grandes nomes nacionais e internacionais.

Conhece a banda? Continue seguindo e vá em shows. Não conhece? Corre lá na página deles e siga: baysidekings.

 

TRIO ELÉTRICO PÓS CARNAVAL!

Trio fechou a noite de bandas nacionais. Foto:Guilherme @_og.1992

Para fechar a noite das bandas nacionais vieram os mineiros da COLID, um trio que tem composições muito maneiras.

Com ex-integrantes da banda de rock/hardcore PENSE, eles fizeram uma apresentação muito bem encaixada e como eu disse ao meu amigo lá na hora: muito redondinha.

Conforme eles mesmo se descrevem, a banda é um “combinado de letras questionadoras e filosóficas, unindo peso, melodia e groove”.

Na linha de frente vem o baixista/vocalista Lucas Guerra com uma voz arrebatadora e presença de palco impecável. Com a ideia de criar músicas com arranjos de guitarra e alguns sintetizadores, ele chamou o guitarrista Gabriel Valadão para ajudar nesse projeto que não tinha pretensão de ser uma banda, mas como o resultado ficou além do esperado eles convocaram o baterista Charles Moreira, o “Charlinho” para algo mais sério. E deu muito certo.

Com a influência do hardcore melódico, pegadas de rock’n roll e elementos eletrônicos, essa banda é bastante interessante de se assistir. São músicos extremamente criativos e com um talento profissional fora de série.

A Colid tem músicas mais agressivas, outras mais suaves, mas no geral são riffs poderosos e ritmos que te fazem parar pra prestar atenção a cada detalhe. Talvez tenha sido a banda que mais obteve esse sentimento: mais pessoas observando os detalhes do que dançando e pulando, o que não é demérito algum, pois eu também fiquei muito interessado na desenvoltura do trio que realmente é muito profissional.

É uma banda totalmente diferente das bandas que tivemos nessa noite e foi ótimo. Uma quebra de padrão sempre é bem-vinda.

A banda formada em meio à pandemia já atraiu bastante atenção, tanto que tocaram no Oxigênio Festival do ano passado ao lado de nomes pesados e conhecidos mundialmente. Com certeza vem muito mais por aí.

Pode conferir que vale a pena seguir esses caras: colid_banda.

 

COLOCANDO OS FANTASMAS PRA FORA!

Jonathan Vigil liderou a banda que mostrou uma união impecável. Foto:Guilherme @_og.1992

Enfim chegou o momento da atração principal e nessa hora a casa já tava lotada sem espaços perto do palco. Era hora da THE GHOST INSIDE tirar tudo de quem sobreviveu até ali.

A música de abertura foi a pedrada Engine 45, que tem um refrão contagiante e que fez a galera cantar e gritar em puro êxtase. Era isso: eles estavam ali, era real e era pura perfeição.

Seguindo com uma pegada mais hardcore, veio a veloz Unspoken com o baterista, Andy, mostrando que realmente é um monstro que superou a perda da sua perna direita no fatídico acidente de ônibus em 2015. Um absoluto mestre das baquetas.

Sem dar chances para descanso os caras meteram marcha com a Move Me, que foi um prelúdio ao acidente e é um hino de superação que tem uma pegada mais comercial, porém com muito peso.

O vocalista Jonathan Vigil, assim como todos os integrantes da banda, estava disposto a mostrar que a tour pela America Latina fez muito bem e os caras são incansáveis.

Após uma sequência de cinco shows, eles vieram para fazer o sexto com uma energia de como se fosse o primeiro e a música seguinte veio como um estrondo e fez o público mais parado (se é que havia) se mexer.

The Great Unknown é daquelas músicas que exige uma sincronia perfeita entre os músicos e isso foi tirado de letra, obviamente.

Um dos hinos mais mais legais dos caras é a Dark Horse, e a unanimidade no delírio quando ela começou é uma prova disso. Todos enlouqueceram, pularam se amontoavam e nada mais existia.

Com o público fora de si os caras aproveitaram pra mandar a Dear Youth para aproveitar a colaboração geral nas letras, o que deixa qualquer show ainda mais emocionante.

Partindo para a fase mais atual, a faixa The Outcast começou com seus riffs cheios de Groove pra dar uma respirada, mas quando ela pegou a velocidade o bagulho ficou doido e qualquer espaço que tinha desapareceu.

No fim do ano passado eles lançaram a psicodélica Death Grip e o resultado ao vivo é impressionante. Como a música é mais atual a galera prestou mais atenção do que pulou afinal, respirar um pouco faz parte.

Fuck this! Foto: Guilherme @_og.1992

A interação do público com as músicas era nítida, mas para reforçar ainda mais, o insaciável Jonathan pediu ajuda da galera na música Pressure Point na parte que todos gostam de gritar: “FUCK THIS!”.

One Choice é mais uma das músicas sobre redenção, assunto que virou marca registrada dos caras e que os backing vocals de Jim (baixo), Zach (Guitarra) e Chris (guitarra) mandaram com maestria. Um trabalho total de uma equipe completamente unida.

A ferocidade voltou com a Between the Lines com aquele breakdown marginal de bom!

Para não dizer que não tocaram nenhuma música do primeiro álbum, a Faith or Forgiveness veio após Jonathan comentar sobre o acidente, no qual eles pensaram que poderiam não voltar mais a tocar e que estar ali era incrível. (Acho que foi nessa hora, mas me corrijam se eu estiver enganado, pois eu estava empolgado demais com o Andy).

Earn It, do ano passado, é mais um som apropriado para circulação comercial e que tem seu peso e foi mais um momento da galera dar uma respirada porque o que viria pela frente era sem perdão.

Uma das minhas músicas favoritas, a Mercy, já começa demolidora e percorre pelo hardcore pesado que esses caras sabem fazer muito bem e que deixa o público em polvorosa. É mais um som que exige muito de todos os integrantes e, em especial, do Andy, o homem que eu olhava sem parar. Ele é foda!

Não satisfeita com a galera amassada lá embaixo, a banda mandou uma das mais esperadas pela galera. A queda da Avalanche veio como sugere o nome e o refrão deve ter ressoado por toda a zona sul. Foi coisa linda de se ver. Dali em diante era hospital e soro no veia pra recuperar. Que sonzera, bicho!

Mas antes de sair para o leito do SUS ainda tinha tempo pra ficar mais orelhudo. Do mesmo jeito que a Aftermath fecha o álbum de 2020, eles quiseram fechar essa noite enterrando todos os demônios sete palmos abaixo da terra.

Ufa! Em resumo, as bandas nacionais não deixaram barato e os caras da TGI com certeza irão indicar para outras futuras bandas que vierem.

A aula que a TGI deu de profissionalismo, interação e sincronia é uma coisa que chamou atenção nessa noite. Não é só uma banda de estúdio, muito pelo contrário. Os caras são músicos que amam o que fazem e que é totalmente entendido pelos fãs. Uma recíproca animal!

Lembrando que o TGI anunciou o sexto álbum de estúdio, “Searching For Solace”, que será lançado em 19 de abril pela Epitaph Records.

No fim, os caras distribuíram dezenas de palhetas (durante o show também), baquetas e o setlist. Uma das vias do setlist o Chris me deu e esse foi o ápice para fechar a minha noite. Só tenho a agradecer pela oportunidade de participar dessa noite sensacional!

SETLIST THE GHOST INSIDE BRASIL 18.02
Setlist TGI Brasil 18.02

SETLIST COMPLETO:

01 – Engine 45

02 – Unspoken

03 – Move Me

04 – The Great Unknown

05 – Dark Horse

06 – Dear Youth

07 – The Outcast

08 – Death Grip

09 – Pressure Point

10 – One Choice

11 – Between the Lines

12 – Faith or Forgiveness

13 – Earn It

14 – Mercy

15 – Avalanche

16 – Aftermath 

 

E você que compareceu? Curtiu a noite tanto quanto? Fui!

 

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