Trio de peso da cena Metal/ Hardcore de São Paulo se apresentaram no palco da Jai Club e fizeram um evento sem precedentes nesse sábado 26/04/2025. Digo isso porque além das bandas, que por si só já seria suficiente, teve até um pedido de casamento.
A Jai club é uma casa que comporta bem um show dessa magnitude, bem localizada e de um porte não tão pequeno quanto vários barzinhos que rolam shows espalhados pela cidade de São Paulo, calculo caber umas 500 pessoas bem apertadas, foi suficiente para esse evento, e, quem foi, viu uma aula de como se faz um moshpit insano.
Por volta das 17:40 entra a primeira banda, o Xhucro HC, banda liderada pelo vocalista Rafael Camelo e logo de cara já veio mostrando o porquê da banda estar participando de vários eventos e festivais por aí. Pena que ainda uma parte da galera estava no “esquenta” no barzinho ao lado e outra parte da galera não havia chegado, para esses eu digo que perderam um baita show.
A precisão dos caras é incrível, muito bem ensaiados, tudo sincado, uma aula de violência e brutalidade, breakdown bem cravados, o som da casa estava cabuloso, Trek, que é “o cara” da mesa, já trabalhou com nomes como Krisiun, Andralls e por aí vai, sabe como fazer um som de peso. Meu destaque para esse show foram as músicas “Cair e levantar” e “Lutar, Vencer”. Espero vê-los novamente em breve, foi surpreendente o show deles e vale a pena revê-los. Infelizmente não conseguimos o setlist da banda, mas ouçam eles no Spotify ou qualquer streaming que vocês acham o som deles por lá.
O Siegrid Ingrid é uma banda de São Paulo que está na ativa desde 1989, foi uma das primeiras bandas de Metal Extremo do País, o EP “The Choice” de 1992 alavancou a banda na época e os levou a um outro patamar, era uma das bandas que mais fazia show no Underground nessa época e cultuada por muita gente.
Seu Vocalista, Mauro Punk, sempre foi uma figura emblemática no meio e é um show a parte na apresentação deles. A banda acabou de lançar seu primeiro disco ao vivo chamado “Massacre em Lorena. O show deles navegou por todas as fases da banda e achei bem legal eles tocarem alguns clássicos como “Forces”, “Suicide”, “Depressed” e claro, uma que não pode faltar em nenhum show é “Enéas”.
Foi interessante ver que a banda não se abalou com a saída de dois integrantes recentemente, se reinventou e fez um show maravilhoso, eu sinceramente achei que uma segunda guitarra faria falta, principalmente nas horas que Goober fosse solar, mas o som da casa estava tão bom que as linhas de baixo do Luiz Berenguer supriram esse espaço com muito peso que não foi sentido a falta de uma guitarra base. Nessa altura, a galera já estava lotando a Jai Club e já rolou um agito maior.
Siegrid Ingrid – Setlist:
Murder
Nojo
Forces
You Trivial World
Nevar Again
Beliefs
The falsity is True
Templo dos Vermes
When you Die
Depressed
Drásticas consequências
Demência
Enéas/ Suicide
Ahhhh aí vem a banda mais esperada da noite, o Worst e seu Metal/ Hardcore brutal, por si só já é um diferencial, os caras têm um público fiel, é uma irmandade que pouco se vê na cena Nacional e é notável o respeito que eles têm pela banda e um pelo outro. Se o novo baterista Bruno Santin, já era uma novidade anunciada na formação, o quarteto de São Paulo chega com outra novidade vinda do Endrah, o baixista monstro Adriano Vilela, devido o baixista Bruno Nicolozzi estar com problemas de trabalho e não pode fazer esse show.
Problemas a parte (que não foi nenhum) a banda entra no palco com um novo visual, os panos de side bem legal, introdução sombria e a partir daí o couro comeu solto, já logo de cara com a “Transbordando Ódio” incendiando o local, foi um setlist muito bem pensado, tocando clássicos de toda carreira da banda com bastante ênfase no primeiro álbum da banda “Te desejo todo mal do mundo”, mas tocaram os principais clássicos da banda. A galera estava alucinada, foi muito legal ver uma galera mais jovem, uma molecada na faixa dos 17 anos entrando no moshpit e se divertindo muito, bom ver que nem só de pagode universitário e funk vive essa nova geração.
O vocalista Thiago Monstrinho é uma figura muito carismática, ele consegue fazer um show a parte sempre interagindo com o público, coloca todo mundo para participar do Show, fazer com que todos se sintam em casa e assim, torna o show muito mais brilhante para que está lá, a galera sobe no palco, canta junto com a banda, se joga do palco, a mulherada participa ativamente do Moshpit e isso torna a banda grandiosa, pelo respeito que tem a todos, mesmo tendo muitos “Haters” que insistem em taxá-los de um monte de coisa nada a ver.
Chega um determinado momento do Show, que uma pessoa da plateia chama o Monstrinho no ouvido e depois começa a falar no microfone, Monstrinho fez o cara subir no palco e lá ele fez o pedido de casamento à sua noiva, que ficou tão surpresa quanto todos ali presentes, ele disse que acompanha a banda a muitos anos e que era ali que precisava fazer o pedido de casamento.
Só para fechar essa história, a noiva disse “SIM”. Mas o que mais emocionou nesse show foi ver a banda tocando alguns clássicos que eu não via mais eles tocando ao vivo há muitos anos, “Não pode ver paz”, “Vícios”, “Sem Dó” realmente me surpreenderam ao tocar essa músicas e como sempre fecharam o show com chave de ouro tocando “Te desejo todo mal do mundo”. Um show para sair de alma lavada e uma sensação de quero ver essas três bandas de novo, pois foram três showzassos para nunca mais esquecer!!!
Worst – Setlist
Transbordando Ódio
Draning me
Vencedores
Que se Foda
Desenterrado
Enterrado
A verdade
Left for Shit
Não pode ver Paz
Até o fim
Noite
Vícios
Mundos diferentes
Sem Dó
Te desejo todo mal do Mundo