Primeiramente, em nome do Cultura em Peso, gostaria de agradecer pela
entrevista, pelo apoio a mídia Underground e é um grande prazer voltar a
falar contigo.

Vitor Rodrigues – Eu que agradeço meu grande amigo Ricardo Brigas e a todos
do Cultura em Peso.

Fale um pouco de como tudo começou, quem é Vitor Rodrigues, quais suas
maiores influências?

Vitor Rodrigues – Acredito que a fagulha do rock surgiu quando vi o clip da música I Love It Loud do
Kiss, mas minha cabeça simplesmente explodiu quando assisti o Iron Maiden no
festival Rock In Rio de 1985. Foi a partir daí que decidi fazer parte de uma banda
mas ao mesmo tempo faltava algo porque eu não me via cantando como Bruce
Dickinson por exemplo, foi aí que surgiu Max Cavalera e o Sepultura, e ele me
mostrou que era possível sim cantar num timbre gutural, gravar discos, enfim
fazer música, e a partir disso tudo começou a ficar claro na minha escolha. Tenho
muitas influências não só dentro do metal como fora dele, mas sempre me inspiro
em Ronnie James Dio, Bruce Dickinson e Rob Halford – são os três principais –
mas muitos outros vocalistas gravitam nesses três grandes frontmen, entre eles
King Diamond, Eric Adams, Chuck Billy, Bobby Blitz e muitos outros.

No Torture Squad foram 19 anos de carreira, 6 álbuns de estúdio, um álbum
ao vivo, várias Tours dentro e fora do País, como foi sair de uma banda já
estruturada, que tinha a cara do Vítor; é como o fim de um relacionamento?
Foi muito difícil tomar essa decisão?

Vitor Rodrigues – Foi uma decisão muito difícil, mas eu estava num momento que precisava dar um
tempo. Minha mãe tinha falecido e como era muito apegado a ela, o baque foi
forte. A vida na estrada é dura e você precisa saber que irá passar mais tempo
com a banda do que com a sua família. Eu fico imensamente feliz em ter
contribuído com o Torture Squad nesses 19 anos mas era o momento pra tomar
novos rumos. Mas eu vejo sempre o lado bom das coisas. A banda continua
atuante gravando materiais de altíssima qualidade enquanto que vou trilhando
novos rumos com músicos talentosos.

Qual a sensação de tocar no Wacken, que é o maior e mais almejado
Festival do Mundo? O que isso significou para você?

Vitor Rodrigues – Sinceramente não existem palavras que podem expressar o que senti em pisar
no palco do Wacken em 2007 e ganhar o Metal Battle daquele ano. É um dos
maiores momentos da minha carreira, senão o maior, e a história da banda,
desde a seletiva no Brasil até o anúncio da vitória daria um livro com certeza!
Voltamos em 2008 e 2011 mas a primeira vez a gente nunca esquece.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De repente você aparece tocando com um time de peso do Metal Nacional e
montar o excelente Voodoopriest, como foi trabalhar com pessoas novas e
fazer um disco tão diferente? Havia algum tipo de pressão (sua mesmo)
para que esse disco fosse diferenciado?

Vitor Rodrigues – Após o anúncio da minha saída do Torture Squad recebi centenas de mensagens
me desejando um retorno rápido aos palcos, e é impossível você não ficar
emocionado com esse tipo de atitude. A partir daí convidei os músicos que fariam
parte do Voodoopriest, e isso deu um novo frescor para mim porque era um novo
desafio. O som diferenciado deveu-se à mistura de influências musicais que cada
membro trouxe enriquecendo a musicalidade da banda. Não houve pressão, e as
músicas foram fluindo naturalmente.

Mandu foi um álbum aclamadíssimo pela mídia em 2014, inclusive sendo
considerado o álbum Nacional do ano por vários veículos especializados, ali
vimos um Vítor mais à vontade, umas linhas de vocal diferentes, mas o
grande diferencial do disco é o conceito que ele passa de luta pelo seu
território, de defesa do seu povo, do outro lado da Colonização no interior
do Brasil. Como você vê o atual Governo? A história se repete?

Vitor Rodrigues – Mandu foi um desejo antigo meu de fazer um álbum conceitual. Tentei fazer algo
do tipo na época do álbum The Unholy Spell do Torture Squad sobre o tema
ovnis, mas por ser complexo decidi criar apenas três letras sobre o tema. O atual
governo não me representa, e infelizmente a história se repete num círculo
vicioso e doentio. Mais uma vez os menos favorecidos continuam sendo os mais
prejudicados e a desigualdade social só aumenta.

Após sua saída do Voodoopriest você montou o Vitor Rodrigues Attack,
tocando alguns clássicos do Metal, o propósito em tocar Covers era de não
ficar parado e já ir montando um time para o próximo projeto?

Vitor Rodrigues – No começo não tinha ainda uma pretensão em montar uma nova banda, mas
rapidamente se tornou uma forma de não ficar parado, além de render uma boa
diversão. Vale dizer que o nome foi criado pelo meu grande amigo Rafael Piu-Piu
da Piu-Piu Produções que montou um projeto quer era montar a banda e me
convidar para cantar os covers, e me deu total liberdade de escolher quais seriam
os covers. Isso pra mim foi sensacional e ao mesmo tempo gratificante em saber
que existem pessoas que acreditam e investem no meu trabalho, no meu talento.

Falando em novo projeto como está o Victorizer? A banda já concluiu as
gravações do disco? Ao que sabemos o processo está bem avançado,
podemos esperar por novidades ainda esse ano?

Vitor Rodrigues – O Victorizer é formado por Woesley Johann na guitarra, Vinícius Corvo no baixo e
Jorge Minduim na bateria, e quando criei a banda estava em dúvida em continuar
no estilo thrash ou fazer algo mais voltado pro heavy ou speed metal, e optei pela
segunda opção. O disco está praticamente pronto faltando colocar uns arranjos.
Ainda esse ano pretendemos lançar um ou alguns singles em formato demo
devido a pandemia, uma espécie de quarentena sessions. Mas posso afirmar que
os sons estão pesados e muito bons. Heavy metal!

Me conta sobre o Tribal Scream, como é voltar a tocar com o Maurício
Nogueira e como vocês estão fazendo para preparar o debut? Vocês
conseguem fazer tudo remotamente, visto que todos moram distantes,
vocês já se utilizavam desses recursos?

Vitor Rodrigues – Maurício e eu estávamos conversando e ele me confessou que queria fazer um
álbum com amigos cantando e tocando nele, mas o convenci dizendo que
cantaria em todas as músicas, e no fim o projeto virou o Tribal Scream. Voltar a
tocar com ele é no mínimo gratificante porque Maurício é um grande guitarrista
dono de um estilo único e é um irmão onde tenho um enorme carinho. Estamos
usando os recursos tecnológicos pra poder criar nossas músicas e após isso a
gente grava num estúdio com todo o cuidado do mundo pra evitar qualquer
contaminação.


A Pandemia acabou atrapalhando a vida de todos, principalmente daqueles
que trabalham no ramo do entretenimento, o quanto está sendo difícil para
que as bandas que você toca atualmente trabalhar?

Vitor Rodrigues – Está sendo um desafio gigantesco, por um outro lado estamos exercitando o
nosso lado criativo mais ainda, e está servindo para que a gente mature mais as
músicas, refiná-las.

O que você tem escutado atualmente? Pode nos indicar algumas bandas
novas que estejam na sua lista das mais ouvidas?

Vitor Rodrigues – Eu continuo ouvindo as bandas antigas de heavy metal. Sei que é uma falha
minha não procurar novas bandas e pretendo corrigi-la mas vou ser sincero e no
momento ainda continuo ouvindo os velhos discos do Judas Priest, Maiden,
Saxon, Motörhead e por aí vai.

Gostaria de agradecer esse papo e deixo o espaço livre para que você
possa deixar um recado aos seus fãs e o que podemos esperar do Vitor
Rodrigues pós Pandemia.

Vitor Rodrigues – Brigas, sem palavras! Muito agradecido pela oportunidade e desejo tudo de bom
pra você e pro pessoal do Cultura Em Peso. Aos fãs posso adiantar que vai vir
muita coisa boa, muito Metal pra todos vocês! Pedras rolantes não criam limo!
Abração!

Quem quiser seguir o Vítor Rodrigues nas redes sociais vão aí alguns links:

Victorizer – Facebook – https://www.facebook.com/victorizerofficial

Tribal Scream – Facebook – https://www.facebook.com/tribalscreamband

Vítor Rodrigues – Instagram – https://www.instagram.com/vitorrodriguesofficial/?hl=pt-br

 

Facebook - Comente, participe. Lembre-se você é responsável pelo que diz.