A começar pelo belo encarte muito bem estruturado.
Com capa feita por Rafael Sales, e Design de A. Fonseca.

Zurrapa tras o bom velho e grotesco Punk rock, sem papas na língua, sem medo de falar e claro, protestando contra o sistema.

O disco (Des)Governo no país das maravilhas.

Formada por António Fonseca na guitarra, Nuno Mendonça a cargo do baixo e Pedro Sales nas baquetas.
O trio traz um bom punk rock que em momentos nos lembra Ramones e também ou as queridas “Blind Pigs e “Os Replicantes” (Brasil).

Lançado em plena pandemia, o disco é recheado de bons sons para beber e esquecer de tudo que esta acontecendo.

O grupo de Viseu, cidade mais ao norte do país, escolheram bem as 13 faixas (Uma intro) para preencher este disco.

“Esta vida é uma merda”, som que inicia o disco, indaga sutilmente se você irá passar a vida trabalhando e sobrevivendo, ou se em algum momento vai viver a vida e ser menos escravizado.

Já em “Hey! Quero Trotil!”, divertida e clássica, incentiva a beber o vinho de garrafão, nada mais punk que isto não?

“Cavacú”, já fala das injustiças de quem passa a vida trabalhando e quando chega a aposentadoria recebe migalhas do governo, mas também realça uma realidade, (quase) ninguém faz o mínimo de economias durante suas atribuladas vidas e na idade alta onde deveriam descansar e gozar de bons momentos, não estão preparados.

a quinta música, “Afogado em Cerveja”, coloca em questão outra constante, crítica ou alegria? Ambas podem ser interpretadas dependendo de quem a le, de quem a ouve.
“… E em desespero vou de bar em bar, esta tudo fechado estarei a sonhar …”
“… Tenho sede, a garganta esta seca e eu vou a igreja, peço a Deus que olhe por mim, pois estou a sofrer …”

E para você do que eles estão falando?

“Nós Não Cantamos Canções de Amor” é bem clara, isto é punk rock!

“A tua cadela é careca” conta a história de uma cadela, (Ficticia ou real?).

“Toureiros Assassinos” traz um tema de discussão a anos, cruelmente touros são mortos para o divertimento de pessoas.
São assassinos somente os toureiros, ou também são coparticpes das mortes os que pagam os ingressos ou mesmo vão assistir?

“Pindelo Metaleiro”, soa mais como um hino cultural e homenagem ou ao menos alusão ao Milagre Metaleiro, que promove eventos undergrounds.

“Carne P’ra Canhão”, com baixo em destaque, a melhor do disco para nós.
Mais trabalhada, entre as mais pesadas, e com uma letra que traz a realidade em vários aspectos.

” … sabes que lhes dá prazer verem-te caído no chão, é um alvo a abater, tu és só carne p’ra canhão! …”

“Que Avance a Destruição”, mantendo a seriedade do som anterior, e também o peso, violência, fala sobre guerras, destruição em massa, traz reflexões.

“Cucaracha da Cerveja”, música pra dançar e chacoalhar o corpo sem deixar o copo cair é claro.
Música pra beber, música pra louvar a chegada do fim de semana!
Conta ainda com gaitas, coros e saxofone dando um toque especial ao excelente punk rock.

Outro termina com uma intro instrumental.

Em suma, indicamos ouvir o disco ate furar, o grupo faz um punk rock fenomenal, agitado, rápido como deve ser, crítico e também escrachado.
Ah claro, é perceptivel que os Zurrapa amam o álcool!
O disco mescla protestos inteligentes, com farra, amizade, alegrias e tristezas.
Uma abordagem completa do que é a vida das pessoas.

Nota: 10/10

Tracklist
1. Intro
2. Esta Vida é uma Merda
3. Hey! Quero Trotil!
4. Cavacú
5. Afogado em Cerveja
6. Nós Não Cantamos Canções de Amor
7. A Tua Cadela é Careca
8. Toureiros Assassinos
9. Pindelo Metaleiro
10. Carne P’ra Canhão
11. Que Avance a Destruição
12. Cucaracha da Cerveja
13. Outro

Links:
https://www.facebook.com/Zurrapaa/
https://zurrapa.bandcamp.com

https://www.youtube.com/channel/UC19p7wdHyZ1G_vib6wNZ8mg

 

Facebook - Comente, participe. Lembre-se você é responsável pelo que diz.
Artigo anteriorResenha do disco “Odor” da banda Basalto – Portugal
Artigo seguinteEntrevista com Vítor Rodrigues
Cremo
Sejam bem-vindos ao meu mundo onde a música é pesada, a arte visual é uma paixão e a tecnologia é uma busca incessante pela excelência. Sou um aficionado por Death, Thrash, Grind, Hardcore e Punk Rock, trilhando os ritmos intensos enquanto mergulho no universo da fotografia. Mas minha jornada não para por aí; como programador e analista de segurança cibernética, navego pelas correntes digitais, sempre sedento por conhecimento e habilidades aprimoradas em um campo em constante mutação. Fora do reino virtual, vibro intensamente com as cores do Boca Juniors, e meu tempo livre é uma mistura de leitura voraz, exploração de novos lugares e uma pitada de humor. Seja nas areias da praia, nas trilhas das montanhas, acampando sob as estrelas ou viajando para terras desconhecidas, estou sempre pronto para a próxima aventura. E claro, não há nada que eu ame mais do que arrancar um sorriso do rosto das pessoas com minhas piadas e brincadeiras. Junte-se a mim nesta jornada onde a música, a tecnologia, o esporte e o entretenimento se entrelaçam em uma sinfonia de diversão e descobertas. E lembrem-se: Hail Odin e um firme 'foda-se' ao fascismo e ao nazismo!