-Vocês anunciaram o novo álbum “Back From Hell”, como e quando começou a produção dele? 

Borô – A produção iniciou-se no final de 2022, e está nos detalhes finais, pois terá uma participação especial nos vocais na última música gravada, como tiveram em outras duas músicas que já estão finalizadas.

O que mais levou tempo para a finalização foram os arranjos, solos, efeitos e alguns ajustes das letras na parte dos vocais a fim de encaixá-las nas novas composições.

Para se ter um som com detalhes e um certo diferencial, face o tempo de entrosamento de muitos anos que temos juntos, quando a música está nos detalhes finais, todos da banda analisam e opinam se haverá a necessidade de incluir algo que agregará, tipo um solo, um refrão, uma parte cantada, um gutural, uma participação, um backing vocal, etc…, enfim, apesar da era da tecnologia, dos home studios (risos), esses detalhes são os que acarretam um tempo maior, mas pode ter certeza que o resultado final ficará devastador e brutal por completo.

-O novo álbum marca também a estreia do Herbert Loureiro na bateria. Como foi a entrada dele na banda? Ele traz alguma nova influência para a sonoridade de vocês?

Herbert L. – A minha entrada na banda foi meio que por acaso, pois eu tinha encomendado uma camiseta personalizada da banda com o meu nome, nesse dia o Vocalista Mauro Punk, veio conversar comigo se eu gostaria de fazer alguns ensaios de teste, pois na época eles estavam buscando um novo batera porque o Evandro Jr, estava se aposentando das baquetas e havia mudado para uma cidade distante.

Fiquei surpreso e muito lisonjeado pelo convite, já que eu sempre fui fã da banda desde a minha juventude, achei que meu feeling de tocar se encaixaria e viria a somar perfeitamente no som proposto pela banda.

Tenho o meu próprio estilo que de vez enquanto possa lembrar algum baterista, sendo que fui influenciado por muitos na minha trajetória musical, pelo meu modo e método tento colocar o máximo de energia que as novas músicas necessitavam, mas sempre respeitando a história e a proposta do Siegrid Ingrid, ou seja sem perder as características marcantes e as misturas dos vários estilos que marcam, me influenciam e distinguem a banda no cenário Brasileiro.

-E quais as principais diferenças de “Back From Hell” para os lançamentos anteriores do Siegrid?

Borô – Acredito que pela experiência, junção dos músicos com as mesmas ideias e a forma de expressão de cada músico incluída nas composições. O disco “The Corpse Falls” possui os mesmos membros da banda nas cordas e no vocal, e após a entrada do Herbert na Bateria, fez com que as ideias se casassem melhor, uma vez da facilidade nas composições, tipo falar a mesma língua sabe? Então foi isso, a pegada e a essência é a mesma das composições anteriores, só ficou um pouquinho mais violento, com as nossas influências, e o que veio a surgir no mundo.

-Sabemos que esse álbum será bem marcante para a história da banda. O que este novo registro representa pra vocês?

M. Punk – Desde sugerido por todos da banda, o nome “Back From Hell”, leva o que realmente eu passei no passado com a banda e na minha vida pessoal. Fui ao inferno e voltei, todos sabem, pelo menos a geração que nos acompanhava e nos seguia na década de 90 e início dos anos 2000, desci os degraus do inferno e lá me mantive por alguns vários anos, que me levaram ao fundo do poço.

Nosso novo álbum será muito importante, fala sobre resiliência, superação, foco, depois de 23 anos lançar um novo álbum que traduz tudo que eu passei e os integrantes da banda e realmente a volta do inferno

-Vocês também anunciaram o relançamento dos álbuns “Pissed Off” e “The Corpse Falls” com algumas faixas extras. Como surgiu essa ideia e o que o público pode esperar destas novas edições?

M. Punk – Após o retorno, de volta ao front, fizemos alguns shows com a banda NervoChaos do então ex-baterista do Siegrid Ingrid, Edu Lane, o qual gravou o disco “Pissed Off”, juntamente comigo e com o André Gubber, lembrando que o Gubber está na banda desde 1994, saiu por um período em 1996 para fundar a banda NervoChaos e, em 1997, retornou ao Siegrid Ingrid.

Em conversas com Edu, uma vez que ele é proprietário da Tumba Records, tiveram a ideia de relançar o disco pois a matriz já estava em seu poder, e a existência de inúmeros sons gravados ao vivo na rádio Brasil 2000 FM.

Quanto ao disco “The Corpse Falls”, em algumas conversas com o proprietário da Gravadora Cogumelo Records, ele deu a ideia de relança-lo, e achamos por bem incluir o single de retorno “Damned Conviction” e mais 3 sons gravados ao vivo na MTV Brasil, programa Fúria Metal no ano de 2000.

-O Siegrid já tem décadas de experiência, de estrada, muita coisa aconteceu desde o começo da banda. Como vocês fariam um paralelo entre o que a banda era no começo, e o que a banda é hoje em dia? O que vocês sentem que mudou?

M. Punk – No início sempre tem os fatores diversão e emoção, mas em menos de um ano virou uma coisa muito séria. A partir do momento que começamos a tocar ao vivo, antes mesmo de termos gravado algo oficialmente, a coisa realmente engrenou. Lançamos nossos álbuns, EPs, participamos de coletâneas, e, com isso, cada vez mais apareciam shows e convites para programas de TV e rádio até encerrarmos as atividades.

Com essa volta agora, aprendemos que temos que ser sempre profissionais, termos amadurecimento e muito foco, o que estamos nos dedicando 100% agora. Antigamente tínhamos foco, porém éramos bem mais jovens, mas hoje estamos todos em sintonia e a receptividade do público conosco está sendo muito boa.

O nosso single de retorno, “Damned Conviction”, a nossa participação no tributo da Secret Service Records ao Slayer com a faixa “Skeleton Of Society”, ambos em 2021, e agora “Never Again”, primeiro single do novo álbum  “Back From Hell”, em comparação ao que fizemos no passado é nítido nosso amadurecimento como músicos e compositores.

E não só em estúdio, mas nossos shows também mostraram claramente nosso crescimento. Desde os primórdios já vínhamos mostrando evoluções em nossos lançamentos, mas, hoje, com nosso novo baterista Herbert Loureiro, temos muita coisa que ele trouxe na bagagem engrandecendo ainda mais nosso som sem descaracterizar nossas raízes.

Hoje o Siegrid Ingrid é uma empresa amadurecida e profissional, que gostamos das coisas sendo feitas das formas corretas, pois não animamos mais festas (risos). Somos uma banda experiente, feita para cair na estrada e com um novo álbum extremamente violento prestes a sair. Vai ser um arregaço!

-Em 2019 a banda voltou de um hiato com um novo single, e já no ano seguinte tivemos a pandemia. Como que foi este período para a banda?

Borô – Um momento de reflexão, as coisas pararam no geral, mas as composições continuaram, temos material para lançar mais um disco na sequência, nós tivemos inúmeras ideias desde riffs até de letras, aproveitamos e colocamos tudo isso em prática.

Um tema muito importante diferentemente do tema pandemia, foi a consequência gerada por ela, o’que foi muito pior em todos os quesitos na sociedade, as pessoas trancafiadas com o corpo e a mente deturpados por notícias causadoras de pânico, vivenciando casos reais e ou mentiras, mortes e tudo de mais mal praticado por seres humanos cruéis.

Vivenciamos o aumento brutal das violências domésticas principalmente contra a mulher, crianças sendo violentadas, casos generalizados de caos social.

Tudo foi expresso nas novas músicas, desde borderline, abuso contra a mulher e a destituição e usurpação violada do direito das pessoas causado por mentes doentias.

-Quais os próximos planos da banda?

Borô – O disco físico sera lançado por uma junção de gravadoras conceituadas no cenário Metal e underground Brasileiro, esperamos que com esse novo álbum aos poucos a banda consiga recuperar o tempo que ficou na inatividade e volte a ter novamente o reconhecimento obtido na década de 90, atingindo e conquistando desde os mais jovens que desconhecem a trajetória da banda, bem como os da nossa geração a fim de continuar à surpreende-los cada vez mais como sempre fizemos no Siegrid Ingrid.

-E para finalizar a entrevista, mande um recado para os leitores do canal.

Borô – Mais velhos e mais experientes, o novo álbum terá músicas tanto em português como inglês, sem acusarmos e nem julgarmos decisões interpessoais de ninguém.

Mas sim, através das nossas letras, conduzimos mensagens do caos gerado por elas, narrando fatos e acontecimentos do cotidiano insano e doentio que abala a vida e a mente das pessoas.

Esse novo álbum será o mais pesado e agressivo já lançado pela banda!

 

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