1 – CULTURA EM PESO (CEP) – Como se deu a escolha do nome da banda? Já que tem um antagonismo bastante interessante. Explique.

Alana Fernandes – No princípio o projeto da banda continha apenas integrantes mulheres, foi escolhido esse nome por um amigo, o Murilo Rocha, que posteriormente veio a integrar por um breve período na banda também. Não conseguimos montar com apenas integrantes mulheres, porém continuamos gostando do nome e decidimos não mudar. O que gosto de passar através do nome (para a Norielly e eu) é que podemos ser delicadas, mas preferimos não ser (risos).

Da esq.p/dir.: Norielly Oliveira (bateria), Victor Hugo (baixo), Alana Fernandes (guitarra) e Leonardo Souza (vocal/guitarra).

2 – CEP – A formação da Petals Blade conta com duas mulheres na formação: tu na guitarra e a Norielly Oliveira na bateria. Já a conhecia antes ou foi só na Petals mesmo? A propósito está na banda desde o início ou fazia parte de outra banda antes?

Alana Fernandes – Conheci a Norielly através da Petals mesmo, pois estava atrás de uma baterista para integrar na banda, e me apresentaram ela que chegou a tocar em uma banda anteriormente, assim como eu. Fiz parte de uma banda antes da Petals sim, que durou cerca de um ano, com seu fim, decidi seguir em frente e montei este projeto que conseguimos tornar a Petals.

3 – CEP – O que te levou a tocar guitarra, Alana? E escolher pelo som pesado?

Alana Fernandes –Gosto de dizer que não escolhi tocar guitarra, ela me escolheu. Meu primeiro instrumento foi violão, fiz aulas, e quando andava na rua com ele, me avistaram e fui chamada para tocar guitarra em uma banda, e mesmo sem saber, topei, meti a cara, aprendi sozinha, me virei, e hoje amo o que faço, não me imagino sem a guitarra!

Sobre o som pesado, sempre escutei, meu irmão e minha irmã sempre gostaram de alguns sons, e ajudou a me influenciar nesse rumo, e tenho um prazer imenso de tocar tais sons.

4 – CEP – Tem alguma guitarrista mulher que admira em especial? Qual?

Alana Fernandes –É extremamente difícil escolher só uma! Para citar algumas: Louise, de Belém do Pará, que é uma guitarrista que me ajudou muito com troca de conhecimento, ela é excelente. A Tainá Bergamaschi (Crypta) que tem um feeling incrível! A Prika Amaral (Nervosa) que enfrenta todo dia uma porrada nesse cenário das guitarristas, a Renata Petrelli (The Damnnation), que tem umas composições incríveis! Enfim, a lista é infinita, apenas por ser mulher e escolher tocar um instrumento nesse cenário que temos no som pesado, é totalmente admirável, porque é luta!

5 – CEP – De que forma o feminismo, no teu ver, pode incentivar a ter mais gurias a tocar numa banda?

Alana Fernandes –O feminismo dentre as mulheres tem uma base especial que é o apoio. Fomos ensinadas que sempre estaremos em uma disputa, e quando conseguimos quebrar essa ideia formada, mostramos que o espaço é para dividir e apoiar, o que incentiva mais minas a quererem estar lá, e que elas não estarão sozinhas, isso abre um espaço para fazer por vontade e prazer.

6 – CEP – Neste caos em que estamos vivendo, em razão da pandemia, sem shows e muitas vezes sem ensaio como fazem para manter a Petals Blade?

Alana Fernandes –Com muita força de vontade. Estamos com muitas dificuldades, projetos parados, materiais a serem trabalhados, dificilmente conseguimos ensaiar, mas fazemos o que podemos da melhor forma enquanto estamos distantes, nos aprimorando, mudando algumas coisas, tendo em vista que isso tenha um fim e que possamos levar essa nova face para o público.

7 – CEP – Vocês recentemente participaram do Brutal Tone Festival Online. Qual a importância de festivais virtuais para uma banda nestes tempos pandêmicos?

Alana Fernandes –O Brutal Tone Festival foi uma experiência incrível, tocar neste evento nos deu uma sensação de poder viver novamente, é um momento de lazer, de distração, tudo que estamos precisando no meio desse caos. Os festivais virtuais estão sendo uma das únicas vitrines do nosso trabalho neste momento.

8 – CEP – Também participaram da coletânea do Motim Underground intitulada “A Cena é Delas” em que há bandas com mulheres na formação. Na sua opinião, Alana, qual é o valor da participação de coletâneas como essa para o fortalecimento da mulher na cena?

Alana Fernandes –É o que consegue alavancar as bandas com integrantes mulheres, muitas das vezes perdemos oportunidades em eventos, e quando nós mulheres nos apoiamos, nós conseguimos nos levantar e mostrar que nós estamos aqui para trabalhar um som de qualidade.

9 – CEP – A demo intitulada “Holocausto” de 2019 conta com seis sons. Compôs os riffs de todas as faixas. Como é o processo de composição? Há previsão de lançarem um novo material?

Alana Fernandes –Algumas faixas como “Guerra” e “Quem matou o Brasil?” tem composição também do meu parceiro guitarrista da época, o Siziney Helmer. Tenho como processo de composição montar a melodia, montar a estrutura musical, construir os riffs, passo para a banda, tento mostrar a forma como defini, a Norielly sempre consegue fazer melhor do que imaginei para a música e o Leonardo escreve a letra perfeitamente. Estamos com novos materiais sim, trabalhando na gravação, e espero que em breve conseguiremos finalizar para podermos jogar nas plataformas digitais enquanto não podemos fazer shows.

10 – CEP – Qual o riff da Petals Blade que mais curte e define? Por quê?

Alana Fernandes –Um dos riifs que mais curto, é do som de “No mesmo chão”, é um riff que acho forte, que encaixou com a melodia do vocal, e acho muito prazeroso tocar ele.

11 – CEP – Como foi a indicação ao prêmio Dynamite de Música Independente na categoria “Melhor Lançamento de Heavy Metal em 2020”?

Alana Fernandes –Não sabemos! Hahaha! Foi uma surpresa que nosso nome estava na lista no meio de nomes grandiosos, ficamos sabendo por uma amiga que visualizou nosso nome e veio nos informar. A honra gigante de estarmos ali no meio, de saber que nosso material teve uma visibilidade a esse ponto é super gratificante.

12 – CEP – Deixe um recado para os leitores do CEP e para quem ainda não conhece a Petals Blade. Sucesso e metal sempre, Alana!

Alana Fernandes – Meu total agradecimento ao Cultura em Peso por ter aberto esse espaço, pelos leitores que tiram um tempo para acompanhar, e para quem não conhece a Petals Blade estamos aí nas plataformas digitais, espero que gostem do nosso trabalho, vamos lançar novidades em breve, agradeço o apoio de todos!

Facebook - Comente, participe. Lembre-se você é responsável pelo que diz.