O espetáculo teve início com o Death Metal Sinfónico/Progressivo dos Dallian, uma banda de Leiria formada em 2017 e com um álbum editado em 2018 “Automata”. Apostam na diferença com um look “Steampunk” e uma musicalidade que percorre zonas menos exploradoras. “Satori” abriu a atuação e a brutalidade do death metal progressivo com a calma e harmonia dos elementos sinfónicos, cativaram de imediato o publico numa sala muito bem composta. De seguida “Caixa Pensatória”, uma mistura improvável e prova de que os opostos se atraem: Fado e Metal.
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Trouxeram-nos também “The Heist”, um tema novo que fará parte do seu próximo álbum. Na entrevista que os Dallian gentilmente deram à Cultura em Peso referiram que este novo tema está a ter uma boa aceitação por parte do público e de facto pudemos constatar isso mesmo. Foi a partir daqui que os Dallian puseram o RCA a mexer. Sempre muito comunicativos e com uma formidável interação entre si quero sobretudo destacar a excelente capacidade técnica de todos os músicos: André Fragoso (bateria), Carlos Amado (voz e guitarra), Leandro Faustino (guitarra) e Ricardo Carniça (guitarra e voz). O quarteto esteve irrepreensível no seu regresso a Lisboa, trazendo uma lufada de ar fresco nesta noite quente a cheirar a Verão.
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Envoltos numa densa névoa vermelha os ANZV entram em palco lentamente, um por um, num ritual de libertação das almas mergulhando nas profundezas da ancestral mitologia Suméria. Ao som de “Lepper” A. descalço e com uma máscara que lhe cobre o rosto é o último a entrar, gradualmente a sala é inundada com um agradável aroma a incenso. Nada é deixado ao acaso, luzes, fumo, guarda-roupa, caracterização, coreografia, expressões faciais e a música. Tudo é pensado e coerente, fazendo com que a atmosfera ritualista criada em palco preencha por completo todos os nossos sentidos.
A elegância de movimentos de T. no baixo tornam-na simplesmente hipnotizante. A coordenação entre ela e N. na guitarra é mais que perfeita. A voz gutural e profunda de A. é arrancada das entranhas, dando a dose certa de sentimento às palavras. Os riffs de M. e N. contrabalançam com a dose certa de agressividade primitiva do raw black metal, ventos gélidos do Norte que contrastam com as nuances quentes que nos remete para a antiga Mesopotâmia. Na bateria E. comanda brilhantemente a enigmática viagem a através de “Gallas” num concerto completamente avassalador, desde o primeiro até ao último acorde de “Mist” fazendo com que os fãs ficassem em puro delírio.
Parabéns à Notredame Produtions, promotora do evento, por toda a organização e pela excelente escolha de cartaz, sem dúvida duas bandas emergentes, inovadoras e que representam o que de muito bom se faz na música em Portugal. Obrigada por nos ter dado oportunidade de vivenciar e escrever sobre esta noite realmente única.
Setlists
Falta “The Heist” (tema novo ainda não disponível no Spotify)
