Na noite de 1º de março, aconteceu o Colombian Shows Festival IX, um evento que prometia uma experiência intensa com a participação de Horna, Besatt, Commander Agares e Kalmankantaja. Horna, a banda mais veterana do lineup, liderava essa celebração do **black metal**.

O clima frio não impediu que uma grande quantidade de pessoas formasse fila com entusiasmo, aguardando a entrada no local. Desde o início, a organização do Colombian Shows demonstrou estar preparada para receber os participantes, alcançando uma convocação notável logo no começo, algo raro em festivais e digno de comemoração.

O evento ocorreu no Ace of Spades, a conhecida “casa do metal” em Bogotá, um espaço amplo e com infraestrutura adequada para esse tipo de show. Enquanto o público entrava e se acomodava, o merchandising das bandas estava disponível, permitindo que os presentes levassem uma lembrança da noite.

Commander Agares: uma atmosfera de misticismo e frieza

Após as 20h, Commander Agares subiu ao palco. Imediatamente, a atmosfera tornou-se gélida, envolvendo o público em uma autêntica experiência de **black metal**. Com suas imponentes luvas de ferro, a banda elevou a energia do local, deixando os espectadores hipnotizados. Sua performance, cheia de elegância e misticismo, gerou admiração entre o público.

Commander Agares, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

Quando “Blessed by the Hyperborean Storms” ecoou, a música cobriu o ambiente com um véu escuro e envolvente, evocando paisagens inóspitas e naturais. Um dos momentos mais impactantes foi a execução de “Rites to Evoke the Sinister Sun“, uma peça que exibiu todo o virtuosismo e a ferocidade da banda, consolidando sua identidade no gênero.

Commander Agares, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

Besatt: o fogo do black metal polonês

O próximo a subir ao palco foi Besatt. Os poloneses, já conhecidos na cena colombiana, acenderam a chama do ritual com “Master of Ceremonies“, desencadeando uma onda de **headbanging** entre os presentes. Desde o primeiro minuto, sua energia foi avassaladora.

Besatt, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

Beldaroh, vocalista e baixista, liderou a interação com o público, incentivando cânticos e movimento no palco. Seu **corpse paint** e sua energia peculiar com toques de **punk** adicionaram um diferencial à apresentação. Entre os destaques estavam “The Kingdom of Hatred” e “Suicidal Ritual“, ambos tocados com uma intensidade crescente que levou os presentes ao êxtase.

O ápice de sua performance veio com “Ave Master Lucifer“, um hino da banda que fez o local tremer com seu coro infernal. Para encerrar com chave de ouro, o guitarrista Colosus apresentou “Regnum Satanás“, peça com a qual se despediram solenemente, deixando o público inflamado.

Besatt, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

Kalmankantaja: uma viagem hipnótica à melancolia

Em um ambiente de quietude, Kalmankantaja assumiu o palco com uma aura gélida. A introdução, acompanhada por uma tempestade e teclados envolventes, marcou o início de “Ikuinen Uni“, uma composição dilacerante que transportou os presentes a um estado quase hipnótico.

Kalmankantaja, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

A banda exibiu um dinamismo impressionante no palco, conectando-se rapidamente com o público. Tyrant, seu vocalista, capturou a atenção com sua interpretação visceral, enquanto os outros músicos mantinham uma harmonia impecável. “Tuhkana tuulessa” destacou-se por suas guitarras afiadas e uma bateria estrondosa, gerando um impacto que fez o local vibrar.

A voz de Tyrant surpreendeu muitos presentes, que até comentaram que seu estilo se aproximava mais do **DSBM**, devido à intensidade emocional de sua performance. O encerramento veio com “Vihan Laulu“, uma peça sublime que deixou todos absortos, selando sua contribuição a esse ritual sonoro.

Kalmankantaja, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

Horna: o clímax do ritual

Finalmente, chegou o momento mais aguardado da noite. Com todas as energias acumuladas, Horna subiu ao palco, desencadeando a euforia do público.

O show começou com “Avaus“, uma introdução medieval que, entre sussurros e gemidos femininos, abriu caminho para “Kun lyömme jumalan kodin liekkeihin“, um clássico de seu demo Hiidentorni (1997). Desde o primeiro acorde, a banda deixou claro que estava pronta para consumar o ritual com toda sua crueza.

Horna, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

Não faltaram faixas de sua última produção, Nyx (2024), como “Hymni I“, “Hymni III” e “Kuoleva lupaus“, que se integraram perfeitamente à ferocidade de seus hinos clássicos. Um dos aspectos mais marcantes do show foi a reação do público: em alguns momentos, apenas se viam cabeças se agitando freneticamente; em outros, corpos entregues a uma espécie de dança ritual, mesclando elementos do **post-punk gótico** com a brutalidade do **black metal**.

Horna, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

Enquanto o olho de Sauron brilhava sobre o palco, o feitiço do Horna dominava o Ace of Spades. Shatraug, líder da banda, projetava uma presença sombria; seus olhos em branco enquanto executava seus riffs obscuros eram uma visão impactante.

Horna, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

Um momento crucial da noite foi “Baphometin Siunaus“, quando Spellgoth, em um ato cerimonial, tocou seu sino, mergulhando os presentes em um transe coletivo. Em um instante, ele se ajoelhou no palco, consumando o ritual, para então impartir a bênção de Baphomet aos espectadores.

Horna, Fotografia por @jonathanmohamedphoto

O encerramento foi avassalador com “Örkkivuorilta“, um clássico que evocou a imagem de uma horda de orcs e guerreiros devastando o público. A noite terminou em um turbilhão de corpos dançando e uma energia desbordante que deixou todos em estado de euforia.

Os participantes deixaram o local com rostos de satisfação. O festival não apenas atendeu às expectativas, mas as superou amplamente, com uma organização à altura de um evento dessa magnitude.

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Fotografias por @jonathanmohamedphoto e cobertura por @CULTURAEMPESO.

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