Quarta-feira, semana literalmente no meio, sempre é um desafio para qualquer artista conseguir reunir pessoas em meio ao caos da rotina. Porém, a banda nova-iorquina Interpol conseguiu, de maneira assertiva, levar seus fãs no dia 05 de junho ao Vivo Rio. A casa às 19 horas já estava com uma fila formada que só foi aumentando conforme chegava o horário do show, que começou de maneira pontual, outro fator importante em um evento no meio da semana.
Logo na entrada já viámos diversos fãs com camisas do “Turn on the bright lights” e do “Antics” e até mesmo discos de vinis foram levados para celebração de ambos os álbums. A banda está nessa turnê celebrando seus dois primeiros trabalhos e, por mais que todos estivessem lá para ver o Interpol, o holofote estava sobre sua obra. Foi uma aposta bastante inteligente, pois o público estava lá para viver a imersão.
A banda começou pelo excelente “Turn On The Bright Lights”, porém mexeu um pouco na ordem das músicas, abrindo com “Specialist”, seguindo para “PDA” e depois “Say Hello to the Angels”, primeira música que fez todo mundo cantar, e fazer a banda se sentir acolhida pelos fãs, que seguiram cantando, pois na sequência veio a clássica “Obstacle 1”. Essa todo mundo cantou, muitos fãs ficaram emocionados e felizes de estarem ali. Na sequência a banda performou a música “NYC” e aqui quero destacar as luzes do palco que estavam trazendo totalmente a atmosfera da música. Durante todo o show, na verdade, a iluminação foi uma peça fundamental da apresentação do Interpol. Entre flashes, luzes vermelhas e efeito estroboscópicos pontuais e precisos, a iluminação do palco estava ajudando a trazer a narrativa do álbum à vida, uma experiência completa ao vivo.
Já seguindo para a metade do primeiro álbum, a banda seguiu com “Roland”, “Hands Away” e “Stella was a driver and she was always down”, que também teve destaque no setlist do “Turn on the Bright Lights”. Assim a banda apresenta “The New” e encerra o primeiro ato do show agradecendo a todos e indo para um breve intervalo que não durou 5 minutos, já prontos para entrar em “Antics”.
Diferente do set anterior, “Antics” não sofreu alterações e foi apresentado completamente na íntegra, começando com “Next Exit” e seguindo para o single dono de um clipe icônico “Evil” fazendo todo mundo gritar novamente. Seguimos com “Narc”, muito bem performada, e “Take you on a Cruise”. Tivemos mais uma sessão de dancinhas coletivas e pulos com a maravilhosa “Slow Hands”, seguimos com “Not Even Jail”, que muitas pessoas também cantaram, e “Public Pervert” que fiquei muito feliz de ver ao vivo. Mais um hit conhecido da banda, “C’mere”, e, na sequência, o Interpol finalizou com “Lenght of Love” e “A Time To Be So Small”, que encerrou o set de “Antics”.
A banda se retirou do palco e os fãs pediram o retorno dos músicos para o bis. Quem conhece a obra da banda, deve estar lendo isso e pensando: “O que aconteceu com ‘Untitled’?”. Todos estávamos nos perguntando isso na verdade e, bom, nossa resposta foi Daniel Kessler (guitarrista) voltando para puxar o bis com a introdução inconfundível da música que encerrou o show do Interpol de maneira intimista, nostálgica e imersiva.
Foi uma apresentação direta, objetiva, mas não foi nem de longe algo frio e distante. Paul Banks (vocalista) agradeceu algumas vezes a presença de todos, enalteceu a beleza do Brasil, apresentou seus colegas de banda, recebeu dos fãs o cântico clássico brasileiro de performaces musicais (Lindo, T, bonito e …). Os fãs do Interpol se mostraram bastante engajados com a banda e sua proposta de apresentar os álbuns na íntegra. Porém, apesar de tudo isso, a maior conexão foi a música, a comunicação se deu pelas letras cantadas e a atmosfera nostálgica e imersiva criada pela produção do Interpol, fazendo valer cada segundo investido de uma quarta-feira a noite.
Setlist:
Turn On The Bright Lights
- Specialist
- (B-Side)
- PDA
- Say Hello to the Angels
- Obstacle 1
- NYC
- Roland
- Hands Away
- Stella Was a Diver and She Was Always Down
- The New
Antics
-
Next Exit
-
Evil
-
Narc
-
Take You on a Cruise
-
Slow Hands
-
Not Even Jail
-
Public Pervert
-
C’mere
-
Length of Love
-
A Time to Be So Small
Encore: Untitled