Exodus, abril de 2024 em Curitiba. Foto: Nicoli G. Instagram: @gielowphoto

No dia 22.04.2024, em plena segunda-feira, o Exodus se apresentou no CWB Hall em Curitiba, e levou os fãs a insanidade, além de casa lotada, com a abertura da banda Eskröta.

A abertura do evento contou com a banda paulista Eskröta, que agitou a galera, fez uma apresentação espetacular, ainda divulgando o álbum lançado em 2023, Atenciosamente, Eskröta, com o single ”Homem é assim mesmo”, e levou o público a loucura, principalmente no final, por tocar cover da música “Troops of Doom”, do Sepultura, banda que teve grande influência no trio!

Yasmin Amaral (Vocal e guitarra), Curitiba 2024. Foto: Natalia Larroyed

Ambos os shows começaram e terminaram de forma pontual, conforme anunciado, e ao fim do show das maravilhosas gurias e do batera Jhon França, eis que sobem ao palco, Gary Holt (G), Tom Hunting (lenda, na bateria), Steve ‘Zetro’ Souza (V), Jack Gibson (B) e Lee Altus (G).

Exodus

Depois de tanto tempo tournou-se indescritível para qualquer um presente, vê-los novamente em Curitiba, e em plena segunda-feira, com casa tão cheia.

Exodus, abril de 2024 em Curitiba. Foto: Nicoli G. Instagram: @gielowphoto

O início não poderia ser mais oportuno à frase anterior: começam o show com “Impact is imminent”, onde o sentimento foi realmente este. Impactante, para todos ali presentes.

Era notável algumas gerações presentes, pais e filh@s, mães e filh@s e todos aproveitando ao extremo cada segundo da apresentação da banda estadunidense de thrash metal.

O carisma de todos os músicos foi digno de muitos e muitos aplausos: Jack Gibson que desceu do palco para interagir com fãs, o fã Guilherme Leonhardt que ao final foi escolhido, subiu no palco e tocou guitarra de ninguém menos do que Lee Altus, Garry Holt, não há o que dizer, pois o nome por si só é autoexplicativo, ícone e show a parte; Souza conversando bastante com público, mesmo sofrendo com o calor do local e não podemos deixar de lado o baterista Tom Hunting, que após vencer um câncer, voltou com força total para as baquetas!

Foram quase duas horas de show totalmente insanas! Se alguém entrou desanimado, com certeza, conseguiu exorcizar e até matar qualquer coisa ruim que estava no corpo, pois não apenas o calor do local ajudou, mas o próprio clima do show que foi devastador e altamente contagiante.

Insanidade foi tão grande que a todo instante as grades de contenção caíam e precisaram de reforço dos seguranças contratados para poder mantê-las.

O final do show não poderia também ter música mais pertinente: “Strike of the beast”, do album Bonded by Blood, e assim como o refrão “Time to run or fight, off the strike of the beast, If you fail you’ll be the hellish demon’s feast” os que resistiram até o final, tiraram o último fôlego e decidiram lutar e ficar até o fechamento da casa.

Sentimento dos curitibanos, que nem notaram que se tratava de uma segunda-feira (e sim de uma sexta ou sábado), é de que o Exodus volte o mais breve possível (Souza disse em alguns momentos que voltariam em 2025 para o Brasil e esperam tocar novamente em Curitiba) para outro momento tão memorável quanto o que ocorreu dia 22.04!

Setlist Exodus, Curitiba, Abril 2024:

Impact Is Imminent
R.E.M.F.
Piranha
Blacklist
Blood In, Blood Out
Iconoclasm
Prescribing Horror
The Beatings Will Continue
A Lesson in Violence
Fabulous Disaster
And Then There Were None
Bonded by Blood
The Toxic Waltz
Strike of the Beast

Ressalvas importantes

Entretanto, apesar de toda a loucura e os bons momentos, alguns pontos merecem ser ressaltados: embora a CWB Hall seja uma das principais casas de shows de Curitiba direcionada para shows de rock e metal, mesmo passando por reformas e tendo um bom espaço, peca em alguns sentidos:

O primeiro, sem dúvida, a ventilação do local. Para receber shows de bandas como Krisiun, Exodus entre outras, em que é impossível permanecer parado e que há uma enorme movimentação, o local, infelizmente, não oferece suporte eficiente para todos (inclusive músicos no palco) que ali estão, mesmo tendo ventiladores espalhados por todo o local.

O outro ponto seria na melhor informação dos colaboradores que trabalham nos eventos sobre as novas condições para shows deste porte: em dezembro de 2023, o Ministério da Justiça publicou a Portaria GAB-SENACON/MJSP Nº 35 (após a morte de uma fã em um show no Rio de Janeiro, onde a sensação térmica do local beirava aos 60ºC), em que determina basicamente que a medida passa a autorizar a entrada do público com garrafas de uso pessoal em eventos de qualquer porte e que os órgãos estaduais e municipais de defesa do consumidor fiscalizem o preço da água mineral comercializada durante os eventos para não haver preço abusivo.

Importante ressaltar que tal medida não anula a obrigatoriedade dos postos de hidratação e da permissão do uso pessoal de garrafas (a referida Portaria, perdeu a eficácia ao final da semana do show e agora tramita como projeto de lei aguardando aprovação pelo Congresso Nacional, ainda sem data para votação).

Por fim a questão da revista feminina para entrada ao local: não é a primeira vez em que a situação ocorre em que as pessoas destinadas para tal, ao revistar bolsas femininas, retiram de forma inapropriada os objetos de dentro da bolsa, ao invés de solicitar para a dona e portadora do objeto para fazê-lo; neste sentido é importantíssimo ressaltar que: tal procedimento seja realizado de maneira respeitosa e proporcional, resguardando os direitos e a dignidade das pessoas revistadas.

A revista de bolsas em shows, casas noturnas, quando feita de forma preventiva por vigilantes (seguranças particulares, e necessária para segurança de todos), é, de fato, uma prática controversa e pode ser considerada ilegal em alguns casos.

Isso porque, em geral, apenas agentes públicos devidamente autorizados têm o direito de realizar revistas pessoais. No entanto, é comum que, ao adentrar em determinados locais ou eventos, as pessoas sejam informadas de que poderão ser submetidas a revistas como condição para entrada, e ao concordar em entrar, estariam implicitamente consentindo com a revista.

Mesmo assim, tal prática deve ser realizada de forma respeitosa e proporcional, e é essencial que os direitos individuais e a dignidade da pessoa sejam respeitados, ou seja, a colaboradora da casa, não pode pedir que a cliente abra a bolsa/mochila e a própria colaboradora, começar a retirar os pertences da bolsa.

É sempre recomendado que, em situações onde a revista seja abusiva ou desrespeitosa, a pessoa revistada procure seus direitos, podendo registrar uma ocorrência ou buscar aconselhamento jurídico para avaliar as medidas legais cabíveis.

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