1) Cultura em Peso – CEP  – Atualmente está tocando baixo na banda Divine Death. Mas, anteriormente, fez parte da Vector Underfate, Preceptor e Insurrection. Relate-nos um pouco sobre a tua trajetória nessas bandas.

Mallu Henndrys – Comecei como baixista da banda Insurrection em 1996, em 1998 gravamos o CD Morbid Dreams of Incantation, infelizmente o mesmo não foi lançado pela gravadora Poly Records que na época tínhamos um contrato assinado mas que não foi cumprido alegando falta de verba. Em 2001 participamos da coletânea The Winds Of A New Millennium – Vol 3 lançada pela gravadora Demise Records. Esses foram os únicos registros que participei com Insurrection e permaneci na banda até início de 2000. Em meados do ano 2000 continuei as atividades como baixista na banda Vector Underfate ao qual gravamos um CD Demo em 2002 e obtivemos um grande apoio do underground fazendo vários shows de divulgação. Gravamos outro CD independente em 2003, mas esse não foi lançado e encerrei minhas atividades na Vector Underfate no final de 2004. No ano de 2005 fui convidada a assumir o baixo na banda Preceptor, onde permaneci por pouco tempo devido a problemas pessoais, mas tive a grande honra em fazer alguns ensaios com a banda. Em 2009 a lendária banda Divine Death, depois de um tempo em Stand-by, regressa suas atividades e me integro à banda como baixista. Depois de vários shows, fizemos uma pausa pra gravarmos o novo CD que já esta sendo finalizado.

2) CEP –  Algo bem interessante é que todas essas bandas são do estilo death . Conte-nos mais sobre essa paixão pelo death metal.

Mallu Henndrys – O estilo “Death Metal” surgiu naturalmente em minha vida, já na adolescência.  Amigos me apresentaram bandas como: Obituary, Carcass, Pestilence, Entombed, Benediction, Autopsy, Dismember, Napalm Death, Morbid Angel,e a própria banda Death e desde então fui totalmente influenciada por essas bandas e por esse estilo extremo.

3) CEP – Por que o baixo? Como foi tua iniciação na música?

Mallu Henndrys – O primeiro contato com um instrumento foi aos 16 anos quando pedi ao meu pai uma guitarra e ele me presenteou. Meu namorado Fernando Fernandes (ex-guitarrista da banda Insurrection e da Vector Underfate ao qual tocamos juntos), na época tocava guitarra em uma banda que se chamava Deformity também de Death Metal e começou a me ensinar. Essa banda dele acabou, então, ele montou outra banda que se chamava Chuck de Death Metal isso em 1992, ao qual comecei como guitarrista. Fizemos alguns shows locais e abrimos um show pra banda Overdose, depois de um período a banda se desfez e em 1994 montamos outra banda que se chamava Mortivis também permaneci na banda como guitarrista. Fizemos apenas um show, inclusive, abrindo pra banda Divine Death e algum tempo depois a banda se desfez, foi então que surgiu a oportunidade de tocar na banda Insurrection pois eles estavam à procura de um guitarrista e um baixista. Fernando Fernandes entrou como guitarrista da banda e eu assumi o baixo instrumento pelo qual me apaixoneEu.

4) CEP  – Tem algum lançamento previsto com a Divine Death?

 Mallu Henndrys – Sim. Divine Death está gravando um novo CD que está sendo finalizado e em breve será lançado.

5) CEP  – Além da Divine Death tens algum outro projeto paralelo?

Mallu Henndrys – No momento não. Markin Divine, eu e os integrantes da banda Expurgo já pensamos em fazer um projeto, mas pra tocar cover do Napalm Death por enquanto estamos só na ideia kkkkk.

6) CEP  – Todas essas bandas que fizeste parte são formadas por homens, somente você de mulher. Já enfrentou algum tipo de preconceito de algum machista sem noção?  

Mallu Henndrys – De forma agressiva não, houve sim alguns questionamentos tipo fiscal do metal me observando enquanto me apresentava tentando conferir se eu tocava as mesmas notas no fretless que o guitarrista. No geral, os homens me respeitam como mulher e como musicista. Convivo e toco no meio metal há muitos anos e sei bem como tratar esse tipo de situação

7) CEP –  Já tentou ou tocou com outra mulher musicista?

Mallu Henndrys – As bandas ao qual já toquei e estou atualmente sempre foram formadas por homens e só eu de mulher, mas isso sempre aconteceu de forma natural. Apenas no início da banda Vector Underfate contamos com a presença da guitarrista Carina Alok da banda Agaurez, ela fez alguns ensaios conosco, mas não permaneceu na banda.

8) CEP  – Tem alguma baixista que admira e/ou teve influência dela?

 Mallu Henndrys – Admiro muito a baixista Jo Bench da banda Bolt Throuwer.

9) CEP  – Há muitas bandas com mulheres na formação em Minas Gerais?

Morte divina

Mallu Henndrys – Belo Horizonte tem a honra de ter marcado na história do metal mineiro com a primeira banda formada só por mulheres “Placenta” que foi criada entre meados de 1985 e 1987 por Vittória do Carmo, guitarrista da banda, ela que tive a honra de conhecer e dividir um pouco das nossas
histórias no documentário da Gracielle Fonseca em 2012, ”Mulheres do Metal”. BH conta também com a super talentosa tatuadora e guitarrista Carina Alok da banda Agaurez (Black Metal), a poderosíssima Lu Borges, baterista da banda Last Consious (Death/ Thrash), a super Gabriela Corrêa que assume o vocal das bandas Socialphobia, Magma e Rosa Caveira, manda bem demais. A maravilhosa Juliana Franco, vocalista da banda Miners (Stoner) e a carismática Lady Freire baixista da banda Drástiko (Hardcore Punk). Exemplos de algumas mulheres fortes que chegaram para conquistar seu lugar de direito dentro da cena e dar um basta no machismo.

10) CEP –  Como vê a cena underground mineira dos anos 2000 com a de agora? Acha que houve uma certa evolução devido às redes sociais, em relação a facilidade de divulgação?

Mallu Henndrys –  No início dos anos 2000 a cena underground era mais forte, principalmente na produção de shows, as bandas tinham mais apoio do público que comparecia em peso nos eventos, nossas divulgações eram feitas com cartazes, flyers, panfletos, ou mesmo de boca em boca tínhamos mais união. Atualmente as redes sociais fazem esse trabalho de divulgação, claro que abrange as pessoas com muito mais facilidade, mas esfriou em relação a contatos intepessoais.

11) CEP –  Com a pandemia, como estão seguindo os trabalhos da Divine Death?

Mallu Henndrys –  Em detrimento à pandemia do COVID19, infelizmente a Divine Death está parada em relação aos ensaios, mas estamos totalmente dedicados ao novo CD que conta com 11 faixas. A parte gráfica já está toda pronta e estamos finalizando o processo de mixagem e masterização. Lançamento em breve.

12) CEP – Deixe um recado para os leitores do Cultura em Peso e contatos da Divine Death . Agradecemos pela entrevista. Sucesso!

Mallu Henndrys –  Agradeço ao espaço e apoio dado pelo Cultura em Peso que divulgam as bandas e o cenário underground. Agradecimento aos leitores que contribuem com esse apoio nos dando a força necessária para continuar nosso trabalho com muita dedicação e honra. Haill!!
Contatos da Divine Death:
No facebook: Divine Death-Brazilian Death Metal Band
[email protected]
Divinedeath1.bandcamp.com
Instagram: divinedeathofficial

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