Porto Alegre, 9 de maio de 2025, uma data marcada em vermelho no calendário dos metaleiros gaúchos: em 9 de maio de 2025, o Bar Opinião se transformou no templo de uma celebração histórica. O Hibria, filho pródigo da cena metal de Porto Alegre, convocou seus fãs para comemorar os 20 anos de seu icônico álbum de estreia, Defying the Rules, tocando-o na íntegra. Uma noite que começou com a energia das bandas O Cara do Metal e Phornax, que prepararam o terreno para um evento principal carregado de expectativa, potência e nostalgia.

Uma abertura de riffs pesados e potencial evidente

Quem deu início à longa noite de metal foi a banda O Cara do Metal, que subiu ao palco pontualmente às 19h. Apesar do público ainda estar chegando timidamente, a banda deixou claras suas intenções desde os primeiros acordes: uma sonoridade de grande impacto, marcada por riffs extremamente pesados e graves, sustentados por uma bateria intensa e breakdowns bem encaixados. A estrutura das músicas apresentou uma boa dinâmica, alternando momentos mais agudos com partes mais densas e cadenciadas. Os primeiros fãs presentes, claramente apaixonados pelo estilo, responderam com entusiasmo, até ensaiando pequenos mosh pits.

No vocal, a banda trouxe um duo interessante: uma vocalista com guturais potentes e bem executados, que se integravam perfeitamente à sonoridade agressiva da banda, e um vocalista masculino de timbre mais agudo, também com um gutural consistente, formando um contraste marcante. No aspecto instrumental, a performance revelou um grande potencial. Porém, na combinação vocal, embora a energia tenha sido evidente, ainda há espaço para crescimento: um refinamento das linhas vocais pode elevar ainda mais a proposta, completando uma base musical já sólida e promissora. Após cerca de 40 minutos, encerraram seu set sob aplausos entusiasmados.

Phornax: impacto e sonoridade bem estruturada

Após a troca de palco, durante a qual o Bar Opinião continuava a encher, às 19h50 foi a vez do Phornax. A banda entrou com estilo: uma intro instrumental atmosférica acompanhou os músicos, que entraram de costas para o público e se viraram em uníssono ao explodirem os primeiros acordes de guitarra e bateria. O Phornax logo apresentou riffs coesos e bem estruturados, que prenderam a atenção do público. A seção rítmica mostrou-se sólida, com uma bateria intensa, bem acompanhada por uma linha vocal carregada de energia. À frente da formação, Cristiano Poschi mostrou carisma e presença de palco.

Mesmo com o espaço ainda se preenchendo, a plateia respondeu positivamente. Um elemento que chamou atenção foi a entrada de uma bailarina após algumas músicas, que com movimentos sinuosos e uma faixa multicolorida, adicionou um toque teatral à apresentação. O vocalista também interagiu com o público, apresentando os membros da banda antes das últimas músicas. Às 20h30, após aproximadamente 40 minutos, o Phornax finalizou seu show deixando uma impressão positiva graças à combinação de impacto sonoro, presença de palco bem trabalhada, iluminação dinâmica e muita energia.

HIBRIA celebra “Defying the Rules”

A expectativa era palpável. Pontualmente às 21h, o Bar Opinião prendeu a respiração. Nos telões, surgiu o anúncio: HIBRIA – DEFYING THE RULES – 20TH ANNIVERSARY. Em seguida, o escuro, cortado por uma música de introdução. Um a um, os membros do Hibria assumiram suas posições, com o vocalista Ângelo Parisotto entrando por último, saudado pela explosão sonora da bateria. Imediatamente, os BPM subiram.

Desde os primeiros acordes, ficou claro que não se tratava de um show comum. O Hibria atacou com potência e precisão cirúrgica, demonstrando por que Defying the Rules é considerado uma pedra fundamental do metal brasileiro. A música era “bonita, bem tocada, rápida e bem estruturada”. Cada integrante entregou uma performance impecável: a voz de Parisotto alcançava agudos notáveis, enquanto os guitarristas Abel Camargo e Vicente Telles, o baixista Tiago Assis e o baterista William Schuck mostraram coesão e técnica impressionantes.

A atmosfera era elétrica. O público, visivelmente mais animado, estava lá por eles, por aquele álbum. Cada intervalo entre uma música e outra era preenchido com o calor dos fãs. No palco, os próprios músicos transmitiam alegria genuína. A banda estava à vontade, envolta por um show de luzes espetacular, com poses energéticas que intensificavam a experiência.

Momentos mais íntimos também marcaram a noite. O vocalista conversou diversas vezes com o público, agradecendo à cidade. Ouvir Defying the Rules ao vivo e na íntegra foi descrito como uma experiência única e profundamente marcante.

Na parte final do show, a energia só aumentou. A banda continuou a martelar com uma força avassaladora. Ao final da execução do álbum, o Bar Opinião explodiu em aplausos,  um “público em êxtase” que celebrou o triunfo da noite. Com agradecimentos finais e visível satisfação, o Hibria provou ser uma força motriz do metal brasileiro, capaz de “fazer-se ouvir com seu primeiro álbum” mesmo após duas décadas.

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