Impromptu é uma banda venezuelana fundada em 2001, que funde heavy e power metal em suas composições e produções discográficas. Eles têm duas produções “The Queen of Darkness” (2004) e “Masterpiece and Mystery” (2009); Atualmente eles estão trabalhando em um EP que será lançado no dia 31 de agosto no “Battle of the Bands: Honor and Glory”.
A banda tem participado de eventos nacionais representando não só sua música, mas também agregando músicas ao seu repertório com o objetivo de homenagear e servir de homenagem a bandas importantes, como Iron Maiden, Judas Priest, entre outras; o que os levou a fazer parte de uma apresentação ao vivo (em 2009) da banda Angra do Brasil, à qual deram seu apoio e representaram a Venezuela como banda de abertura.
Atualmente a banda é formada por: Beatriz Henríquez (vocal), Jesús Cedeño (guitarra), Alexander Rodríguez (guitarra), Miguel Hernández (baixo) e Carlos Rada (bateria).
1) Impromptu tem mais de 20 anos na cena metal venezuelana. Como foi o início da banda?
Beatriz: Foram o início típico de uma banda jovem: a vontade de fazer uma
música no mesmo caminho de nossas bandas favoritas de heavy metal e power
metal. A aspiração de expressar uma atitude, uma visão do mundo, uma “individuação” (não individualidade) própria.
Miguel: Durante os anos que nos conhecemos para formar um grupo, o movimento rock foi surgindo claramente, o que facilitou a gente conseguir todos os integrantes, com o mesmo gosto musical.
2) De onde vem o nome Impromptu?
Beatriz: Nosso primeiro guitarrista (Arturo Álvarez) é fã da música de Chopin, Fantasy Impromptu, Op. 66. Ele achou que seria um nome fantástico para a banda. Ele é muito parecido com Yngwie Malmsteen e, bem, é aí que vai o nome. Todos concordamos e esse é o nosso nome até hoje.
Miguel: O nome Impromptu foi dado pelo primeiro guitarrista da banda (Arturo Alvarez), sendo esse nome um tanto irônico, já que o improviso é uma peça musical improvisada, e não há nada de improvisado nisso na banda.
Jesús: Quando entrei na Banda, pesquisei esse nome e descobri que é uma composição que o intérprete improvisa e, por extensão, que é composta sem um plano pré-concebido, questão que gostei muito. Não sou fã de fazer música estruturada, deixo isso mais para o Alexander, sou daqueles que improvisa na hora.
3) O que levou você a formar uma banda de heavy power metal?
Beatriz: Nosso jeito de ser, hahaha! Você tem que ser de uma certa maneira e ter certas ideias, aliado a um gosto inato pela música para se inclinar para esses estilos. No meu caso particular, pela admiração por todos os vocalistas do género entre os anos setenta e noventa daquela época. Não há palavras para descrever a emoção que essas vozes produzem.
Miguel: É o estilo musical que todos usamos na banda. Com ingredientes de suas diferentes tendências, o Heavy Metal prevalece.
Jesús: Entrei porque adoro música pesada, e esses caras tinham um som excelente e a voz da Beatriz estava fora de questão.
4) Como você consegue fundir o heavy com o power metal em suas músicas?
Carlos: Na minha opinião acho que isso se deve à influência de cada músico da banda que possibilita que isso aconteça.
Beatriz: A fusão entre os dois é óbvia e muito tênue. Pesado, muito conteúdo lírico e guitarra dupla. Do poder, o uso do teclado. Nunca pensei muito em quais elementos são de um estilo e quais são de outro, me parece difícil, hehe!
Miguel: A nossa tendência é clara para o Heavy Metal, mas acrescentamos a influência do neoclássico, para obter uma mistura com um pouco de metal europeu.
5) Possuem dois álbuns com músicas originais produzidas pela banda. Conte-nos um pouco sobre os dois álbuns. O que podemos ouvir e quantos tópicos cada um incluem cada disco?
Beatriz: O conteúdo do primeiro, “A Rainha das Trevas”, 2002, é muito neoclássico. Possui 6 temas. Lindas melodias. A segunda “Masterpiece and Mystery” foi gravada e composta com outro guitarrista, Jonathan Guánchez. Som muito mais legal e diferente. Outro tema na letra, menos sombrio. Possui 4 temas. É um EP.
Miguel: O primeiro EP da banda é o “Queen of Darkness” com um estilo bem neoclássico nas guitarras, um baixo mais galopante ao estilo Iron Maiden e uma voz bem melódica. Nossa segunda produção carrega mais a influência progressiva, sem sair das harmonias e melodias da primeira gravação.
6) Desde 2009 não houve uma nova discografia da banda. O que aconteceu dentro do Impromptu que não lançou material novo criado sob sua autoria?
Beatriz: A instabilidade política do país tem dificultado muito a manutenção da continuidade entre os integrantes da banda. Posso dizer que tivemos quase 20 músicos diferentes, dos quais 19 provavelmente emigraram do país. Isso não permite que você trabalhe com uma diretriz fixa. Então houve anos em que nem consideramos tocar com a banda. O período de 2012 a 2018 foi particularmente instável, perigoso e altamente empobrecido na Venezuela. Depois a pandemia. Eles estavam mortos há anos.
Miguel: A Venezuela passou por intermináveis complicações a nível político e social, que
Desacelerou praticamente todos os ramos da sociedade. O mundo musical também foi afetado. Entre as chegadas e saídas de muitos músicos, e o desaparecimento de espaços comerciais que abriam as portas à organização de eventos de rock, a banda optou por homenagens a diversas bandas internacionais e mantendo material próprio em standby.
Jesús: Desde a minha chegada conversamos muito sobre começar as gravações, e há até
material, mas talvez a situação socioeconómica não ajude.
7) Atualmente já se apresentaram no palco com homenagens a bandas conhecidas da cena, como: Iron Maiden, Metallica e Judas Priest. O que motivou você a realizar essas homenagens no palco?
Carlos: São bandas que gostamos e influenciamos, e também são apreciadas pela maioria do público do metal, por isso temos o prazer de fazer isso para nós e para o público.
Beatriz: A figura da homenagem facilita para você na hora de montar músicos. Além disso, é mais facilmente “vendável” para locais e bares. A Venezuela não é um país particularmente rock, nem é preciso dizer que é um país caribenho intimamente ligado às suas tradições afro e indígenas e que geralmente não está aberto a considerar ouvir música rock como diversão ou como “curiosidade cultural”. A maioria das pessoas procura lugares para dançar salsa, merengue, reggaeton, etc. Não é a Finlândia… Hahahaha! Mas há público para o heavy metal quando você pode ouvir as músicas mais icônicas de suas bandas favoritas. Daí a possibilidade de apresentar homenagens e também desfrutar da experiência.
Miguel: Somos motivados pelo nosso amor por estas bandas. Mesmo em eventos com material próprio, sempre tocamos uma versão ou outra. Agora levamos todo o show de quase duas horas para eventos diferentes. Isso nos permitiu permanecer ativos na cena.
Jesus: É um prazer mórbido que nos une.
8) Como tem sido a receptividade do público nas diferentes apresentações que você fez ao longo dos anos?
Carlos: Desde que estou na banda a receptividade do público tem sido muito boa, tem até um grupo de seguidores fiéis que quase sempre está nos eventos que participamos.
Beatriz: Atrevo-me a dizer excelente. Eu não teria nada negativo a dizer. Excelente e surpreendentemente enérgico.
Miguel: Sempre foram cheios de total receptividade e muito entusiasmo. Isso nos deixa muito felizes.
Jesus: Excelente; não reclama.
9) Eles fizeram uma apresentação muito importante em 2009, em Maracay – Venezuela. Como foi sua experiência de ser a banda de abertura de uma banda brasileira poderosa como o Angra?
Beatriz: Foi uma experiência legal. Dada a baixa afluência de bandas do gênero no país, foi algo memorável. O público da cidade de Maracay, lindo. Eles eram os melhores. Melhor ainda que o Angra, porque geraram mais emoção em mim.
Miguel: Excelente apresentação, muito bem aceite pelo público, que figura em diversas críticas como a banda nacional que mais gostou das 3 que foram apresentadas.
10) Beatriz dá caracterização e voz à banda. Como tem sido sua experiência como vocalista do Impromptu?
Beatriz: A experiência da minha vida. Minha oportunidade de fazer algo (cantar) que de outra forma não teria sido tão satisfatório. A oportunidade de aprender e conhecer muitos músicos. Ter a sua própria banda dá-lhe espaço para criar um mundo, pequeno ou grande, mas sempre muito particular. Algo que é seu, mas que você dá aos outros.
Miguel: Muito do que é composto e executado é uma função primordial da voz.
11) Beatriz Henríquez foi a vencedora da primeira edição do “Premios Metal
Made in Venezuela” Como foi a experiência de ter feito parte de times tão importantes e vencer?
Beatriz: Eu me lembro e me dá muita risada porque naquela época não havia muitas vocalistas mulheres. E ainda menos pesado e poderoso. Claro que gostei de ganhar o prêmio, mas gostaria de ter mais concorrência… Hahahaha! O melhor foi a cerimônia de entrega. Pude conhecer algumas lendas da cena rock venezuelana que hoje não estão mais entre nós.
12) Como vocês se preparam para participar da batalha de honra e glória da banda? O que podemos esperar do Impromptu no palco?
Carlos: Bom, boa sorte como sempre, só que desta vez será com repertório próprio que até agora o público tem aproveitado bastante nas apresentações onde lançamos uma ou outra música do nosso repertório original.
Beatriz: Não é fácil tendo em conta que já não somos adolescentes com todo o tempo do mundo disponível. Quem quiser curtir essa batalha, garantimos músicas cheias de maldade e energia, hehe!
Miguel: Preparamos a apresentação daquela que será a terceira produção da banda. e é claro que isso nos entusiasma muito. Um tema já foi apresentado em evento há um mês e a receptividade foi total. Esperamos que esses temas também sejam apreciados pelo público.
Jesús: Excelente preparação, e sempre damos tudo no palco, então o que vocês verão somos simplesmente nós.
13) Atualmente estão trabalhando em uma nova produção discográfica, que será apresentada no dia 31 de agosto no Battle of the Bands. Você poderia nos dar uma prévia do que teremos em suas novas músicas? Fará parte de um EP, álbum ou apenas singles?
Beatriz: Esta produção consiste num EP, é o formato mais confortável em termos de tempo e dinheiro. Posso te dar o nome de algumas músicas: Outcast, Tears on the Ground, Shadows on the Wall…
Jesus: Só o tempo poderá responder a isso. A visão é que seja um Álbum, mas já hoje
Hoje em dia você não trabalha assim e tem que se adaptar às novas formas de fazer negócios.
música.
14) Deixe-nos aqui suas redes sociais e uma mensagem que você gostaria de deixar para as pessoas que as estão lendo hoje.
Carlos: É aqui que Carlos Rada (baterista) do Impromptu cumprimenta vocês. Em primeiro lugar, obrigado pelo apoio que recebemos de vocês até agora! Nunca abandone a boa música como o metal, e nunca deixe de apoiar o talento nacional. Abraços metálicos! Nos vemos no dia 31 de agosto na Batalha de Honra e Glória das Bandas!
Beatriz: No Facebook: improvisadometalccs. Instagram: improvisadometal. YouTube: caracas de metal improvisadas. Minha primeira mensagem para quem ler esta entrevista é encontrar uma verdadeira paixão na vida, é algo que nos enriquece como pessoas. Minha segunda mensagem é que você compareça ao Chapis Club no dia 31 de agosto de 2024, para a primeira edição da Batalha das Bandas: Honra e Glória. Será uma oportunidade incomparável de testemunhar a música de muitas bandas venezuelanas, não só de heavy metal, mas também de groove alternativo, new metal, industrial, etc. As melhores bandas convidadas: a banda organizadora, Spartans e The Mask of Blood. Será um grande prazer participar. Não tenho dúvidas de que será um evento inesquecível.
Jesus: @jesusalbertocedeno .. e gostaria apenas de incentivar a todos a ouvirem as músicas de todas as bandas, que incentivam o que foi feito na Venezuela, e que claro
apoiar este tipo de movimentos. Saudações.