Aquele poderia ser um domingo que muitos teriam optado, por ficar em casa assistindo o “Domingão com o Huck”, assistindo a sua série favorita no “Netflix” ou simplesmente nem ter saído de casa por conta do dia cinzento e de uma chuva que começou de manhã e nem mesmo a noite parou, tirando de si, as oportunidades que a vida poderia lhe trazer para um domingo frio e chuvoso, na capital São Paulo…
A menos que você, seja um fã do INFECTED RAIN, ai sim, pode se ter a certeza de que, as cobertas não lhe bastarão e para curtir o show desta formidável banda, este se torna um desafio pequeno, mediante a chance de ver pela primeira vez no Brasil, a banda em terras paulistas, de uma tour pela America do Sul, que começou em Belo Horizonte, em 01/11 e se encerra no dia 10/11 no Chile.
Passando um pouco das 19 horas, iniciou-se a tempestade dentro do Fabrique, mas o que caiu não foi chuva, foi som pesado. Já trazendo o prelúdio do momento catártico que estava por vir, subiu ao palco a THROW ME TO THE WOLVES, de São Paulo, já chegaram com os dois pés no peito, trazendo um show com muita energia e entusiasmo.
A banda está em um momento muito especial, estão prestes a lançar o seu álbum de estréia e já iniciaram com a faixa que dá o nome ao álbum, com a fantástica “Days Of Retribution” faixa pesada e de guitarras cheias de virtuosidade, vocais monstruosos e uma bateria pesada e certeira.
Músicos experientes e que não poupam energia, sentem a música e entregam com competência ao público, que inicialmente estava tímido, mas que foi cativado por tamanho peso e excelência dos músicos, permitindo se curtir o momento e apreciar o som.
Foi um setlist bem curtinho, mas que trouxe uma grande oportunidade de experimentar e sentir a potência do som da THROW ME TO THE WOLVES. Um show que com certeza angariou novos fãs e fidelizou aqueles que já conheciam o som, pessoas que vieram de longe para também prestigiar a banda, que trouxe o seu poético e ao mesmo tempo absurdo Melodic Death Metal, sonoridade sem massagem e encerrando com a explendida “Gaia“.
Em seguida, foi a vez deles, que lançaram neste ano de 2024 o seu álbum intitulado “Contra Senso”, a banda THERES NO FACE.
Formada em 2009 no interior de São Paulo, na cidade de Jacareí, a banda faz um som poderoso e que põe a galera pra agitar com seu Metalcore cheio de sons quebrados, berros e vocais limpos que tecem um som pesado e melodias cativantes e que funcionam muito bem, pois durante todo o show, não houve uma única faixa que o público não cantou junto ou não tenha agitado com a banda.
A THERES NO FACE misturou músicas antigas e do novo álbum, inclusive o single “Hamurabi” foi tocado. Para quem não conhecia a banda (me incluo nesta), foi uma experiência, pois a todo momento houve interação com público por parte da banda, colocando o público para pular, agitar, cantar e cair para dentro do Moshipit.
Músicos cativantes e o tempo todo se movimentando no palco e trazendo uma apresentação hipnotizante!
Com sons cantados em português, esta com certeza é uma banda que tem muito a dizer e a somar ainda mais no cenário metálico brasileiro, esta banda é incrível e traz para si o público e de forma impressionante, mantém todo público a todo tempo curtindo e ninguém fica parado.
Por fim, foi a vez de subir ao palco, a INFECTED RAIN, o público ainda em êxtase com as apresentações memoráveis de THROW ME TO THE WOLVES e THERES NO FACE, não escondia a ansiedade e o coração que parecia que viria a boca.
Agora não me recordo se eram 21 horas ou um pouco depois, mas a entrada dos músicos da INFECTED RAIN foi celebrada com muitos gritos e o público indo ao delírio total.
Afinal a banda foi formada em 2008 na Moldávia, país do leste europeu veio ao Brasil pela primeira vez, e em São Paulo, foi a primeira vez também que a banda se apresentou na capital paulista, depois de ter tocado em Belo Horizonte/MG e Limeira/SP nos dias anteriores.
A banda faz um som que mistura diversos elementos de Metal, mesclando muito groove, New Metal, Melodic Death Metal e Metal Alternativo, geram uma cozinha de trazendo de Metal Moderno e através de sua música e arte, transmite muita paixão pelo que faz.
O que está com certeza consagrando a INFECTED RAIN como um dos grandes nomes do gênero na atualidade, além de muito carisma, atitude e coerência em seu som.
A banda aposta em uma performance com muita energia e sentimento em sua apresentação. Impossível destacar um membro da banda que se sobressaído mais, pois todos(as), agitam muito e o tempo todo demonstram que estavam curtindo a vibe.
O guitarrista Vadim “Vidick” Ojog, a baixista Ana Lane e a vocalista Lena Scissorhands se revezavam nas bases altas que ficavam nas extremidades e no meio do palco, ao mesmo tempo que em determinadas faixas do set, Ana e Vidick se ajoelhavam enquanto Lena cantava e performava.
A todo momento houve conexão entre banda e palco, com a galera fazendo mosh´s e intercalados com momentos que havia uma atmosfera sinistra, que misturava todo o peso e atitude dos integrantes da banda, com as bases eletrônicas que permearam boa parte das faixas executadas que iam de uma soturna “calmaria’, aos momentos mais explosivos que a plateia e banda ficavam ensandecidos.
A INFECTED RAIN em todas as canções agitou muito, o guitarrista Vidick, por algumas vezes achei que deixaria voar sua guitarra na galera (risos), afinal, ele parecia incansável.
A baixista, Ana, sorria e demonstrava que estava curtindo e parava para observar o público que cantava a plenos pulmões cada uma das canções.
O baterista Eugen Voluta é uma máquina, por vezes precisou parar em alguns momentos, pois a bateria iria se desmontar e foi preciso ajustes para continuar a tocar.
A vocalista Lena, trouxe carisma do início ao fim, conversando com o público e botando todo mundo pra agitar, cantar, pular e sobretudo se divertir, intercalando com maestria vocais leves e guturais pesados em um setlist especial. E, não obstante, Lena aprendeu algumas palavras em português e quando as pronunciava, o público ia à loucura.
Se bem que durante todo o show, nem era preciso ser um falante nativo do inglês, pois a comunicação a todo tempo foi clara e o carisma da banda falou por si.
Houve um momento que toda banda saiu do palco, mas as luzes não foram apagadas, o público sabia que ainda viria mais uma parte do set por vir, por fim encerraram com as últimas duas canções e encerram, mas ainda assim ficou aquele sentimento de quero mais.
No geral, foi uma noite muito especial e que aos fãs que puderam comparecer, tenho certeza de que foi uma noite gratificante. A banda atendeu o público que ficou e autografou o merch ali vendido, além de tirar fotos com a galera.
A INFECTED RAIN prometia e entregou muito mais, um show com paixão, sentimento em cada música, cada nota e cada segundo. Quem foi, com certeza sentiu e vibrou tamanha era a dedicação em fazer com aquela noite fosse mesmo memorável, demasiadamente inesquecível. A banda ainda tem mais duas datas no Brasil: Porto Alegre (05/11) e em São Paulo, no esquenta da HORROR EXPO (08/11).
Só tenho a parabenizar a INFECTED RAIN, a THERES NO FACE e a THROW ME TO THE WOLVES pela belíssima noite, foram apresentações impares, de muita musicalidade e empenho das bandas, sobretudo, de atenção e carinho com os fãs.
Pois não era apenas um evento, foi com certeza uma noite marcante para o público que ali estava, que no fim, nem parecia que a chuva não foi dificuldade para aqueles que queriam ouvir música boa e ver seus ídolos em ação, fazendo um som e cantar junto.
Estes parabéns se estendem também ao público, que foi reciproco as bandas e se permitiu curtir e tornar aquela noite incrível.
Parabéns VENUS CONCERT pela produção e TEDESCO MIDIA, pela assessoria e FABRIQUE CLUB pelo belo espaço, pois sem vocês nada disto seria possível. Parabéns!!!!
Setlist em São Paulo:
1 – The Realm of Chaos
2 – Pandemonium
3 – Vivarium
4 – Fighter
5 – The Answer Is You
6 – Orphan Soul
7 – The Earth Mantra
8 – Dying Light
9 – Never To Return
Encore:
10 – Because I Let You
12- Sweet, Sweet Lies