O músico inglês Tony Moore abriu seu coração ao falar com Cultura em Peso sobre sua vida, música, os primeiros dias como tecladista temporário do Iron Maiden no início e sua relação atual com Steve Harris.

1- Prazer em conhecê-lo, Tony. Eu sou Isao Yoshimura e represento Cultura em Peso na Argentina. Quero parabenizá-lo pelo seu novo single “Awake”, que foi muito bem recebido mundialmente, especialmente na Australia, Nueva Zelanda, Japón, América del Norte e América del Sur. Você esperava isso?

Como todos os músicos e compositores, quando criamos novas músicas, queremos que as pessoas gostem e apreciem nossa criatividade. Mas estou muito emocionado com a resposta extremamente positiva que tenho recebido. Para mim, é o melhor trabalho que já fiz e estou empolgado que as pessoas estejam percebendo isso.

2- No seu canal oficial do YouTube há uma versão “ao vivo” da música “Awake”, baseada na ideia de você tocar guitarra diante da câmera sem público. Gostaria de saber se você poderia nos contar o contexto geral em que teve que fazer esse vídeo. Foi por causa das restrições da pandemia ou você ainda planejava fazer o vídeo da mesma forma?

Ótima pergunta. Isso foi logo após eu criar “Awake”. O resto do álbum ainda não havia sido escrito ou gravado naquele momento e, sim, ainda estávamos no período da pandemia, com tudo fechado. Então, fiz uma performance “ao vivo” da faixa originalmente via Facebook e depois a coloquei no YouTube. Foi o feedback muito positivo desse vídeo que me encorajou a escrever e gravar o resto do álbum.

3- “Remember Me” é uma música muito emotiva, tanto na letra quanto na melodia. Você a consideraria a trilha sonora da sua vida?

Sim, é absolutamente sobre minha vida e foi muito emocionante escrevê-la e gravá-la.

4- Em relação ao Iron Maiden, Steve Harris foi o produtor executivo de “Awake” e vocês estiveram em turnê juntos com a banda paralela dele, British Lion. Como foi reencontrá-lo para o seu projeto musical? Vocês sempre mantiveram contato ao longo dos anos?

Steve e eu perdemos contato por muitos anos, no entanto, nos reconectamos por volta de 2019 e nossa amizade original foi retomada quase como se nenhum tempo tivesse passado entre nós! Steve é um grande amigo, muito real e pé no chão. Eu enviava a ele cada faixa do álbum AWAKE conforme as concluía. Steve me deu um feedback muito positivo sobre tudo, e é por isso que ele é o produtor executivo do álbum.

5- O que você lembra da sua visita à Argentina no último ano com British Lion?

Eu amo a Argentina. Visitei muitas vezes nos anos 90, pois minha namorada na época era de Buenos Aires, Porteña! Costumávamos acampar em Villa Gesell no Natal e Ano Novo. Aprendi a falar espanhol na Argentina, então voltar e tocar AWAKE abrindo para Steve e o British Lion em Bs.As foi um sonho realizado para mim. E o público foi o melhor da turnê, conectando-se realmente comigo e tornando aquela uma noite mágica que nunca esquecerei.

6- Você foi tecladista do Iron Maiden no início. Considerando o sucesso que a banda teve e que eles usaram teclados por grande parte dos anos 80, você se arrepende de ter deixado a banda?

Não me arrependo de nada na minha vida. Adorei estar no Iron Maiden, mas saí quando achei que era o momento certo tanto para a banda quanto para mim. É impossível dizer o que teria acontecido se eu tivesse ficado na banda, mas amei cada dia da minha vida desde então e estou muito orgulhoso de tudo que Steve e o Maiden conquistaram no mundo. E estou orgulhoso de estar novamente tocando no mesmo palco que Steve (inclusive fiz uma participação nos teclados com o British Lion em dois shows em 2024, em Portugal e Espanha).

7- O que você lembra da sua experiência com o Cutting Crew?

Lembro que, no meio de uma turnê esgotada pela Europa, fomos levados aos EUA porque o single estava subindo nas paradas. Tivemos a chance de fazer turnês incríveis abrindo para The Bangles e Starship em um momento em que ambas as bandas estavam no auge. Até aparecemos no programa do Johnny Carson na TV americana para cerca de 80 milhões de pessoas! Foram tempos muito empolgantes.

8- Embora existam agora plataformas digitais, há quem diga que o disco físico é necessário. Qual é a sua opinião?

Bem, o mundo digital definitivamente cumpre um propósito ao tornar a música facilmente acessível. Mas descobri nos meus shows que ainda há uma grande demanda por cópias físicas do AWAKE. Vendo muitos CDs e pretendo tentar fazer vinil ainda este ano, se puder. Ainda sou um artista independente, fazendo tudo por conta própria.

9- Quais são seus planos para o futuro?

Estou em uma missão para tentar fazer o AWAKE o maior possível – isso vai envolver mais turnês, e eu adoraria voltar à Argentina e tocar meu show completo no futuro, pois, quando faço turnê com o British Lion, apresento uma versão condensada do AWAKE.

10- Aprecio muito o seu tempo em responder às minhas perguntas. Espero que você alcance tudo o que deseja e que volte à Argentina.

Meu prazer – obrigado pelas ótimas perguntas e pelo apoio, Che!

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