A passagem da banda ucrâniana Jinjer pelo Brasil, ao lado do Heaven Shall Burn, está sendo marcada por shows enérgicos e muito bem performados. No Rio de Janeiro não poderia ser diferente, ainda mais quando falamos do Circo Voador, sempre palco de apresentações marcantes. Dia 07 de dezembro de 2024, a Liberation colocou o gorrinho natalino e presenteou os cariocas com um show ansiado pelos headbanguers do rio, tão ansiado que as 18h, na abertura da casa, já tivemos fãs seguindo para a frente do palco e guardando seu lugar, o que foi muito bom porque todas as bandas puderam sentir o calor do público. A noite começou com a apresentação pesadíssima do Clava, banda já conhecida no underground pelo seu Hardcore politizado, a banda que sempre trabalha com referências de animes, tocou sua versão de “Correr pelo Céu” que arrancou diversos sorrisos nostálgicos da plateia e trouxe respeito a memória de Akira Toriyama, e em um ato de bastante humildade do vocalista Alex, o músico agradeceu a presença de todos, principalmente aqueles que vieram de lugares mais distantes do Rio de Janeiro. Em seguida, novamente uma banda do Rio, a Innocence Lost. Com uma sonoridade melódica, bastante técnica e trazendo elementos de progressivo com bastante trabalho nos teclados por parte de Aloysio Ventura, a banda demonstrou grande profissionalismo, trazendo engajamento do público em músicas como “Wake up” a vocalista Mari Torres, entregou todo seu talento e conseguiu cativar com segurança o público que estava em sua maior parte presente por Tatiana Shmailyuk, e ainda fez um discurso de apoio ao cenário underground carioca, em termos mais claros, representou muito. O Innocence Lost ao final da sua apresentação recebeu o clássico “mais um”, porém o profissionalismo da banda em seguir a agenda falou mais alto, o que mostra bastante respeito ao público. Apresentações de abertura brilhantemente encerradas por ambas as bandas cariocas, chegou a hora da primeira grande atração da noite, a banda alemã Heaven Shall Burn.
O Heaven Shall Burn é uma banda grande na Europa, e apesar de um público mais restrito no Brasil, pode-se afirmar que boa parte dos fãs presentes foram com o intuito de assistir a apresentação dos alemães, e que apresentação! Agora a pista já estava lotada mas com bastante espaço para uma gigante roda que abriu no meio do público, a banda já chegou com os dois pés na porta com “Endzeit” e conseguiu explorar ao máximo o potencial de energia humana do Circo Voador, o vocalista Marcus Bischoff, nos primeiros minutos já estava sorrindo e pulando com o público, que não parou um segundo ao longo de toda performance da banda. Um show completamente frenético, com breves pausas para agradecimentos, e uma promessa de retorno, todos os membros da banda pareciam entregues ao público e bastante felizes com o acolhimento. A banda apresentou o setlist que já vem se mantendo na turnê, com faixas de diversos trabalhos incluindo o último “Of Thruth And Sacrifice” como “Ubermacht”e também : “My heart and the Ocean“, “Expatriate” e “What War Means” que foram tocadas em sequência. O encerramento ficou por conta de “Corium” e no final Marcus se entregou ao carinho do público em um stage dive com o show já finalizado, que rendeu vários gritos de torcida, bem ao jeito brasileiro, que novamente arrancou um sorriso do vocalista quando foi devolvido ao palco em segurança. Então seguimos para a grande atração da noite, os ucrânianos do Jinjer.
O show começou pontualmente as 22 horas com a música “Just Another” que já rendeu muitas vozes cantando junto com Tatiana, a vocalista é conhecida pela sua versatilidade em usar gutural e melodia, e ao vivo esse talento é só confirmação. Assim como o Heaven Shall Burn, o Jinjer manteve uma apresentação direta, mas entre uma música e outra, a vocalista achou tempo para agradecer o público e também receber de presente um quadro que foi levado de mão em mão ao palco até a vocalista, que até dançou com a tela no palco e o colocou a frente do rosto em uma brincadeira que trouxe uma intimidade singular para o momento. O setlist foi bem completo, com músicas cantadas a plenos pulmões como “On the Top” , ” I Speak Astronomy” e “Someone’s Daughter” . É importante ressaltar aqui também, Eugene Kostyuk, baixista da banda, que traz muita técnica e textura as músicas do Jinjer. Chegando próximo ao fim do show tivemos a maravilhosa “Perennial” que fez o Circo ecoar, seguida de “Rogue”, então um breve momento de pausa, onde a banda retorna para o bis com a clássica “Pisces” extraindo totalmente o potencial do público e encerrando de maneira magistral. Foi uma noite repleta de apresentações que tiveram muita energia e talento, e que conseguiu atender as expectativas tanto dos fãs do Heaven Shall Burn como do Jinjer, que com certeza viram o potencial do público carioca, que com carinho, aguarda uma próxima vez