Christofer Johnsson, em entrevista com Metal Insider, mencionou que as 3 partes têm tons diferentes. A primeira é mais direta e grandiosa, em contraste com a segunda, que é mais sombria e melancólica. Enquanto a última parte teve mais liberdade para experimentação.
As letras do Therion geralmente abordam temas de mitologia ou algum outro tipo de espiritualismo ou aspecto cultural, e essa trilogia não é exceção.
As músicas do Leviathan (I) são sobre personagens de diferentes culturas, incluindo deuses, demônios e serpentes. Por exemplo, “El primer Sol” trata de Tezcatlipoca, que, segundo os registros, é um deus omnipresente e tem 360 nomes, incluindo “o semeador de discórdia de ambos os lados”. “Tezcatlipoca cobria quase todos os aspectos da divindade. Em seu aspecto sombrio, era o feiticeiro, o brujo, associado com a noite e o jaguar“. Além de estar presente na História dos cinco sóis que explica a origem do universo asteca. Abaixo, uma representação dele como guerreiro, encontrada no Códice Borgia.
Claro que também há o Leviatã, que dá origem ao título da trilogia e é uma serpente marinha gigante do Antigo Testamento. Na verdade, não é apenas uma serpente, mas a reencarnação da serpente de Adão e Eva, segundo as histórias ugaríticas (Ugarit, ao norte da atual Síria). Havia um macho e uma fêmea, e eram tão poderosos que Deus desceu para matar a fêmea antes que se reproduzissem e se tornassem incontroláveis. Abaixo, uma imagem da pintura A destruição de Leviatã por Gustave Doré.
Sobre a música do álbum em geral, se vejo algo direto, mesmo quando o ouvi pela primeira vez, algumas músicas me fizeram pensar que talvez o Therion estivesse se abrindo para um público maior, pois parecia menos inclinado ao clássico.
Leviathan II já não trata de indivíduos, mas de conceitos, como “Lethany of The Fallen” ou “Lunar Coloured Fields”, inclinando-se um pouco mais para conceitos do que para indivíduos. Exceto por Pazuzu, ser obscuro da cultura mesopotâmica e suméria relacionado ao vento. Há duas versões desta música, a original e a versão AOR (Adult Oriented Rock ou rock melódico é um estilo suave de rock dos anos 70-80, representado principalmente por bandas como Journey, Chicago ou até mesmo Rainbow). Ambas as versões não são terrivelmente diferentes, mas a diferença no estilo da voz principal é muito perceptível na versão AOR, com um sentimento muito dos anos 80. Exceto por Midnight Star, no geral, este trabalho não me pareceu particularmente sombrio ou melancólico, mas sim “muito Therion“; na verdade, o álbum foi descrito por alguns como “pouco original”. É importante mencionar que este é o 18º álbum de estúdio da banda.
A parte final, publicada em 15 de dezembro passado, experimenta combinando diferentes elementos nos arranjos, tanto vocais como instrumentais. É o trabalho mais livre dos 3, por isso também é o mais “disperso” e complexo de amalgamar. Isso também é visto nos títulos das músicas, cujos temas não estão conectados de maneira óbvia. Estava ouvindo com fones enquanto fazia algo mais e o arranjo da quinta música me chamou a atenção. Não precisei procurar o nome, pois o coro disse: Ayahuasca. A música me agradou, mas honestamente o vídeo oficial não. Há uma música que achei ainda mais contratstante, mas não mencionarei, em caso de que não tenham ouvido o disco e queiram formar sua própria impressão.
Ao todo, a trilogia do Leviathan tem 34 músicas, em mais de 2 horas de metal sinfônico, por isso seria uma boa ideia ouvi-la várias vezes para entender bem o conceito, especialmente se planejam assistir ao concerto com orquestra em 20 de janeiro na Cidade do México (ingressos em Super Boletos).
[1]: Tezcatlipoca no mundo Nahuatl, Doris Heyden, via Estudos de Cultura Náhuatl (nahuatl.historicas.unam.mx)