No vasto e diverso cenário musical de Portugal, poucas bandas conseguiram encarnar o espírito rebelde e inconformista como os MATA-RATOS. Formada em 1982, esta banda lisboeta tornou-se uma das mais importantes referências do punk rock nacional, canalizando uma atitude provocadora e letras corrosivas que desafiam o status quo. Com uma sonoridade crua e direta, os MATA-RATOS trouxeram consigo uma mensagem de irreverência, abordando temas sociais e políticos que capturaram o descontentamento de várias gerações.
Os MATA-RATOS surgiram numa época em que o punk rock começava a despontar em Portugal, influenciado pela explosão do género no Reino Unido. A formação original da banda incluía os membros Miguel Newton (vocalista), Tozé (guitarra), Ferro (baixo) e Nito (bateria). Desde cedo, a banda destacou-se pela sua postura energética e pela sua recusa em conformar-se com as normas da sociedade, traduzindo essas tensões em letras de crítica social, humor sarcástico e provocação.
Com influências de bandas como Sex Pistols, Ramones e Dead Kennedys, os MATA-RATOS rapidamente se tornaram figuras proeminentes na cena underground de Lisboa. Os primeiros concertos eram marcados pela sua energia anárquica e por uma forte ligação com o público. A autenticidade da banda, tanto em termos de som como de atitude, granjeou-lhes uma base de fãs dedicada e crescente.
O percurso dos MATA-RATOS foi sempre marcado por uma postura descomprometida com as convenções. Em 1984, a banda lançou a sua primeira demo, “A Ementa É A Merda”, onde já se revelavam as suas tendências contestatárias.
O seu álbum de estreia, “Rock Radioactivo”, lançado em 1990, consolidou a banda como uma força no punk rock português, com canções como “A Minha Sogra É Um Boi” a tornarem-se autênticos hinos de protesto.
Ao longo dos anos, os MATA-RATOS passaram por várias mudanças de formação, mas o espírito incendiário da banda permaneceu intacto. Com Miguel Newton como rosto icónico e constante da banda, continuaram a lançar álbuns que captavam a fúria do punk, como “Expulsos do Bar” (1994) e “Estás Aqui, Estás Ali” (2002).
Um dos momentos mais marcantes da carreira dos MATA-RATOS foi a atuação no célebre festival de punk “Oi! The Meeting” em Barcelona, onde partilharam o palco com bandas de renome internacional. Essa atuação não só ampliou a sua base de fãs fora de Portugal, como também consolidou a sua reputação como uma das bandas mais autênticas e respeitadas do punk em língua portuguesa.
Discografia e Impacto Duradouro
Ao longo de mais de quatro décadas de atividade, os MATA-RATOS produziram uma discografia diversificada, refletindo a sua contínua evolução dentro do universo punk, sem nunca perder o carácter provocador que os caracteriza. Entre os seus lançamentos mais notáveis encontram-se:
- “A Ementa É A Merda” (Demo, 1984)
- “Rock Radioactivo” (1990)
- “Expulsos do Bar” (1994)
- “Estás Aqui, Estás Ali” (2002)
- “És um Homem ou és um Rato?” (2011)
- “Banda Sonora do Apocalipse Anunciado” (2018)
Ao longo de sua trajetória, os MATA-RATOS continuaram a fazer tournées, lançando álbuns e tocando em festivais, mantendo-se relevantes e ativos numa cena musical que eles próprios ajudaram a moldar. O seu impacto vai além da música: a banda tornou-se um símbolo de resistência contra a conformidade, inspirando várias gerações de bandas punk portuguesas.
Os MATA-RATOS continuam a atuar e a gravar, sendo um testemunho vivo de que o espírito do punk não envelhece. Com a sua postura sempre crítica e agressiva, a banda mantém uma relação estreita com os fãs, muitos dos quais veem nos MATA-RATOS um símbolo de resistência e autenticidade.
Mais do que uma simples banda de punk rock, os MATA-RATOS são um ícone cultural, cujas letras, som e atitude continuam a inspirar o descontentamento e a busca por liberdade. Nos palcos ou fora deles, a sua mensagem de insubmissão permanece mais relevante do que nunca.
Em resumo, os MATA-RATOS são uma pedra angular do punk rock português, e a sua música é um grito de resistência contra a complacência e a opressão.
Os MATA-RATOS vão estar presentes no VAGOS METAL FEST 2025, pelo que é uma excelente oportunidade para juntares o teu grito de revolta!
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