Antes de começar a tecer essas linhas, preciso explicar meu envolvimento com o Metallica, pois essa resenha, sendo uma opinião pessoal desse que vos fala, pode ser mal interpretada. Conheci o Metallica em 1984, quando eles lançaram o estonteante Kill ‘Em All, na época havia um comércio de fitas k7 ao redor da Woodstock, loja referência dos Roqueiros da época em São Paulo. Dali em diante minha vida mudou, o Thrash Metal corria nas veias e a admiração pela banda só cresceu, fui no primeiro show deles em 1989 no Ginásio do Ibirapuera, fui no segundo show deles em 1993, no Estádio do Palestra Itália e mais alguns dentre as 9 passagens da banda pelo Brasil.
Quando me foi solicitado a fazer a resenha do novo disco foi recebido com muito apreço, pois sou fã de uma fase dessa banda que escuto até hoje. S&M 2 é um marco no registro da banda, tanto sonora quanto visualmente. Foi lançado em Agosto desse ano e Produzido por Greg Fidelman com James Hetfield e Lars Ulrich, o álbum ao vivo captura mais de duas horas e meia do grupo, juntando suas forças com a Sinfônica de São Francisco (com 80 músicos), o lendário diretor musical Michael Tilson Thomas e o maestro Edwin Outwater, isso fora o show, que foi exibido em outubro de 2019 em mais de 3.700 cinemas em todo o mundo, inclusive no Brasil. São dois cd´s com 22 músicas e a venda de vários pacotes, que vão desde os cd´s duplos, um box com 4 Lp´s, Dvd, Blueray, palhetas e livreto do show (com 36 pág.), assim como o material áudio visual produzido tem uma produção do tamanho da importância que a banda tem no cenário mundial.
Para começar essa resenha vale destacar a incrível introdução que acompanha a banda desde o começo da carreira e é claro, que com uma orquestra de fundo é algo de arrepiar os cabelos do braço, The Ecstasy of Gold é realmente uma das melhores introduções de show e uma marca registrada do Metallica, me remeteu ao primeiro show deles no Brasil em 1989, estava fora do Ginásio ainda quando ouvimos essa introdução e saímos correndo desesperados para dentro do Ginásio para assistir ao show. Me impressionou também ouvir The Call of Ktulu, adoro o Ride the Lightning, foi um disco marcante na minha adolescência e ouvir essa música com a Sinfônica de São Francisco, não que seja uma novidade, pois no primeiro S&M de 1999, que aliás foi o último disco com o Jason Newsted, ela figura também, como várias outras, mas acredito que não venha ao caso, pois é uma música que cai muito bem nesse contexto. For Whom the Bell Tolls apesar de adorar essa música, acho que enjoa um pouco ouvi-la em todo setlist do Metallica, poxa, tem tanta música que eu gostaria de ouvir dessa primeira fase da banda (fase Cliff Burton), que acho que essa seria minha última opção para escolher, enfim, pelo menos é melhor do que se ouve adiante.
A partir desse momento o disco me deu sono. São músicas como The Day That Never Comes, do ótimo Death Magnetic, mas que na versão apresentada e orquestrada quebra todo clima que vinha crescente até então, segue com The Memory Remains, Confusion, Moth Into Flame, The Outlaw Torn, No Leaf Clover, Halo on Fire, Intro to Scythian Suite, Scythian Suite, Opus 20 II: The Enemy God And The Dance Of The Dark Spirits, Intro to The Iron Foundry, The Iron Foundry, Opus 19, The Unforgiven III, se a The Unforgiven II para mim já era horrível, essa então… e, All Within My Hands. Toda essa parte do show, para mim, foi difícil de ouvir, muito chato, Hetfield falando muito, a Orquestra é muito boa, mas as músicas não ajudam, cada uma delas, ao se iniciar, eu pensava em outras 50 músicas que poderiam entrar nesse disco que ficariam demais com Orquestra, como por exemplo a Disposable Heroes, Whiplash, Blackened e por aí vai, achei que escolheram muito mal todas citadas acima, que faz dessa segunda parte do disco aporrinhante, sacal e improvável que eu faça uma segunda audição, a não ser que esteja com insônia, mesmo assim pode ser que me irrite.
Agora sim vem a parte muito boa desse Concerto. Sim, dentro dos altos e baixos desse disco eu o separei em três blocos distintos, e esse bloco é sensacional. Acho que a homenagem que fizeram ao Cliff Burton não poderia ser melhor, Anesthesia (Pulling Teeth) foi fascinante de ouvir, sensacional, fui obrigado a voltar e ouvir de novo, um clássico, muito bem executado, fiquei paralisado, atônito quando acabou, mas não dá tempo de respirar porque já emendam com Wherever I May Roam, que também soa muito bem com a Orquestra, o prenúncio da One também é excepcional, fazendo as metralhadoras nas cordas da Orquestra, muito bem sacado e nem precisa falar da força que ela tem, acertaram em cheio de novo, Master of Puppets é outra eterna no meu setlist de Metallica e também não tem o que falar, que versão bonita, Kirk é um notável Guitarrista e faz a diferença sempre, Nothing Else Matters com orquestra soa sempre bonita, é uma música gostosa de ouvir e fecham o show com a Enter Sandman, ficou bem legal também essa versão, mas nada de novo até então; e sim, não tocaram a Seek & Destroy, juro que eu esperei o bis com ela, mas não teve.
Concluindo minha resenha, se você é muito fã do Metallica e de todas as fases da banda, é um colecionador, vale a pena comprar algum dos vários pacotes que eles criaram para esse Mega show, que foi realizado nos dias 6 e 8 de Setembro de 2019. Acho que vale a pena em alguns momentos, em outros não, vai de quanto você gosta do Metallica, mas é melhor você ouvir no Streaming antes para não se decepcionar, pela produção, pelo show, por alguns bons trechos desse disco a Nota do Editor 8,0
Quer ouvir? segue o link do Spotfy: