Conversamos com o Thomas, guitarrista da banda Plunder, nos preparativos para o Show no sábado (15/09) no United Forces Fest em Criciúma. Confira abaixo um pouco desse papo de Peso!!

MurderONe: Primeiro de tudo, apresenta a Plunder para os ouvintes do MurderONe Cast e leitores do Cultura em Peso. Como surgiu e quem são os integrantes. 

Thomas: A Plunder é um bando de velhos que queria reviver a glória do Heavy Metal. Hoje o metal está muito segmentado e gostaríamos de juntar aquela coisa raçuda que tinha o Accept, Metal Church, Saxon, Sabbath, Iron e outras bandas. Juntamos eu, Thomas Michel, o baixista Max Rosa, o batera André Braga e pouco tempo depois o Will Anjos surgiu para assumir os vocais. Já estamos a três anos na ativa e somos uma banda que gosta de tocar em festival para fazer o headbanger voltar para a casa com o pescoço dolorido!

 

MurderONe: A Plunder é uma Banda de Heavy Metal focada em som próprio, com letras fortes. Como funciona o processo de composição de vcs?

Thomas: Geralmente surge nas melodias, com algum riff e no fim quando se sente o peso da música colocamos as letras. Trazemos sempre o tema da violência na criação da humanidade, desde o terror coletivo até o terror mais particular. Gostamos de tratar especialmente episódios da história que não são tão famosos, como o caso do massacre do exército de crianças paraguaias na batalha de Acosta Ñu, quando o Brasil dizimou centenas de niños deixados pelo general Oviedo para defender o que tinha sobrado do charco na Guerra do Paraguai. Mas também tratamos da violência como o terror humano de, já moribundo, ser comido vivo por urubus. O processo de composição vai de acordo com o peso e a densidade da música.

 

MurderONe: Vocês fizeram parte da Coletânea “O Subsolo Volume 3”, com o som que leva o mesmo nome da banda, Plunder. Essa música tem uma letra bastante intrigante. Conta para gente um pouco sobre esse som.

Thomas: Esse foi o primeiro som da banda quando ainda estávamos nos conhecendo. Foi criado um riff e se definiu que o nome da banda ia ser Plunder (pilhagem, em inglês). Era o que motivava a gente, gostaríamos de ser lembrados como aqueles que chegam e arrebentam tudo, levam o que puder e seguem viagem. Então se lembrou de todas as histórias de grandes generais e exércitos que fizeram mil atrocidades e mesmo assim tinham milhões de seguidores. Lendas como Genghis Khan, Alexandre, Tamerlão e outros que, além de conquistadores faziam da pilhagem uma arte e, com toda aquela violência definiram o que são os povos, países e tradições durante milhares de anos. Eram seres humanos mortais como eu e você, mas eram mitológicos.

 

MurderONe: Bandas prioritariamente de covers ainda tem bastante espaço nas noites por aí. Nós achamos importante tocar os clássicos do Rock e do Heavy, eles merecem essa “prenda”, mas é inegável que a sobrevivência do Rock vem com bandas autorais. Como vocês enxergam a cena autoral no Brasil atualmente? 

Thomas: A cena autoral é forte, de qualidade, mas muito mais segmentada do que antes. A internet deu a possibilidade de conhecermos novas bandas sensacionais que a gente pira ouvindo, mas logo se esquece delas porque apareceu outra banda foda na playlist do spotify, e depois ela desaparece, e aparece outra e assim vai…É muito mais efêmero do que comprar o bolachão do Judas Priest sem conhecer a banda (só porque a capa do Point Of Entry é sensacional haha) e descobrir ali uma jóia que é sua e você vai querer ouvir sempre. Não haverá mais clássicos como antigamente, por outro lado há muito mais espaço para bandas nacionais (e de quaisquer nacionalidades) porque a indústria musical ‘monopolista’ morreu e agora é tudo muito pulverizado. É bom pois hoje você vê um monte de banda ‘pequena’ rodando o mundo pela sua qualidade e não porque faz parte de uma gravadora. São outros tempos, novos desafios, e  acreditamos que se a música tiver qualidade a banda vai desenvolver. É um mar de oportunidades. E para aqueles que preferem ficar nos covers: ‘vocês vão morrer lentamente e depois não vão ser ninguém!’

MurderONe: Para quem não sabe o Thomas é co-produtor do Santana’s Sunday, Evento de som autoral que acontece em Lages-SC. Conta para gente um pouco sobre esse projeto.

Santana’s Sunday – 16 de Setembro – Refúgio do Lago

Thomas: O Santana’s Sunday é um evento que acontece durante o verão em uma pousada rural. É sensacional porque rola um clima foda por conta do espaço, tem piscina, natureza, dá para levar a família e tudo mais. A gente sempre misturou muitos estilos de rock, mas sempre prezou que as bandas tivessem alto nível (e, de preferência, fossem autorais), então toca desde o rockzinho indie até o splatterzão grind. E com toda essa diversidade e mesmo calcado no som autoral, a galera vai em peso sempre. O nosso próximo evento é dia 16 de setembro (só vai tocar som foda autoral) e temos datas agendadas para dias 11 de novembro e dia 23 de dezembro.

 

MurderONe: A Plunder ainda é nova, tem uma carreira de mais ou menos 3 anos, vocês estão para lançar um compacto em breve. Conta para gente o que podemos esperar desse trabalho. e quais as novidades que vem por aí.

Thomas: Nesse trabalho vamos lançar quatro músicas que a galera mais curte nos shows: Evil Daw, Poor Devil, Baño de Sangre e Plunder. Deu uma trabalheira porque a pobreza impede a gente de investir muito em estúdio e nosso foco é sempre mais em fazer shows, mas com algum apoio conseguimos gravar isso e vai ser foda!

 

MurderONe: Vocês vão tocar no United Forces Fest no sábado agora (15/09), em Criciúma-SC, dividindo palco com as bandas Infected Sphere e a Silent Empire. O que os fãs podem esperar do Show?? Vcs vão vir com repertório todo autoral, vão mesclar alguns clássicos? Qual a expectativa?

Unitet Forces Fest – 15 de Setembro – Criciúma-Sc

Thomas: Cara, a gente está numa expectativa foderosa. Nos tempos de Mercenary Tales (antiga banda do guitarrista Thomas e do baixista Max) tocamos em Criciúma no primeiro Great Steel Festival (organizado pelo Ivan que hoje toca na Silent Empire) e foi sensacional. Galera batendo cabeça valendo e o som pegando. Então vai ser um misto de nostalgia com aquela sede de tocar em um lugar novo. Nosso repertório vai ser majoritariamente autoral (e quem não conhece vai ver que é tranquilão pra se empolgar nos moshs e headbanger) com alguns poucos classicões do metal só para quebrar o gelo.

MurderONe: Essa união entre bandas nestes festivais têm movimentado a cena autoral em várias regiões do país. Como vcs veem essas parcerias?

Thomas: Essa troca é fundamental para que as bandas se desenvolvam. A Plunder vai para Criciúma, mas a Infected Sphere vai tocar em Lages no Santana’s e depois a Silent Empire vem para Lages. Esse intercâmbio é uma espécie de confraria que serve para que as bandas possam circular, o público possa conhecer bandas novas e os produtores possam reduzir seus custos. É bom para quem faz o evento e é bom para as bandas que tocam. Recentemente fizemos isso com a Red Razor (Florianópolis), com Khrophus (São José) e a Dark New Farm (Nova Fazenda) e vamos continuar fazendo. Metal é união!

 

 

MurderONe: Para quem quer ouvir o som de vcs, além de irem para o United Forces Fest no sábado,  onde achamos a Plunder?

Thomas: De preferência nos festivais e shows hehe, mas temos nossa página do Facebook onde possuímos vídeos e respondemos a galera – www.facebook.com/plundermetal 

MurderONe: Nós do MurderONe , somos um podcast musical, procuramos abrir espaço para bandas novas autorais, mas sem deixar de lado os clássicos do Rock. Mesclamos músicas, informações, curiosidades e notícias. O que vocês acham da mídia podcast? Vocês ouvem algum podcast atualmente?

Thomas: Como falei no começo da entrevista, somos um bando de velhos haha, mas independente do formato, a mídia independente sempre foi sensacional (e essencial) para as bandas (que são divulgadas), para o público (que conhece novos sons) e para a cena como um todo que é fortalecida. O que o MurderOne faz é juntar a fome com a vontade de comer e, porra, a qualidade de vocês fica a cargo de ser feitos por headbangers de verdade, o que é foda demais!

 

MurderONe: Para encerrar, vocês poderiam deixar uma mensagem para os ouvintes do MurderONe e para os Leitores do Cultura em Peso?

Thomas: Ouçam Plunder! Ouçam música autoral da cidade de vocês! Tirem a bunda do sofá e curtam os shows! Dinheiro em festival é dinheiro bem gasto galera, é aquela grana que dá gosto de gastar, além de ganhar amigos e ver mil sonzeiras. Vale a pena \m/

A equipe MurderONe agradece imensamente a oportunidade e tempo dedicado para responder nossas perguntas! desejamos um excelente show! Long Live Rock n’ Roll! por Divus Silva 

 

 

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