Outubro está chegando e o dia 25 promete ser histórico para quem é fã de L7 e Black Flag. As duas bandas tocam nesta noite em Porto Alegre, no Bar Opinião (José do Patrocínio, 834), a partir das 19h (o show não terá abertura local). L7 sobe ao palco 19h30min, e Black Flag está marcada para 21h30min. Ingressos estão disponíveis neste link. A realização é da Abstratti Produtora.
L7
O pensamento de que para fazer rock era preciso ter culhões ficou no passado. E as meninas do L7 são pioneiras nesse sentido, comprovando isso desde 1985, quando iniciaram as atividades na Califórnia. No Brasil, o quarteto feminino surgido com o levante grunge, que mudou o panorama da cultura pop durante os anos 1990, despontou com o terceiro álbum “Bricks Are Heavy” (1992). É desse disco a consagrada ‘Pretend We’re Dead’, bem como os singles ‘Everglade’ e ‘Monster’. Com a grande exposição mundial, as garotas estrearam ao vivo no Brasil em 1993, como atração do Hollywood Rock. Com show coeso e enérgico, roubaram a cena no evento, sendo apontadas como uma das melhores performances do festival — que tinha na escalação Nirvana e Red Hot Chili Peppers, entre outros.
Ainda na última década do século passado, a L7 lançou os discos “Hungry for Stink” (1994), “The Beauty Process: Triple Platinum” (1997) e “Slap-Happy” (1999), sem o mesmo impacto de outrora. Em 2001, a banda anunciou um hiato indefinido, retornando aos palcos em 2014.
A última passagem do conjunto pelo Brasil foi em 2018, um ano antes de lançar “Scatter the Rats”, seu primeiro álbum em 20 anos e o mais recente até então. Em 2016, saiu o documentário “L7: Pretend We’re Dead”, dirigido por Sarah Price e mostrando a trajetória de altos e baixos da banda.
A formação atual, que vem desde o fim dos anos 1980, tem Donita Sparks (vocais e guitarra), Suzi Gardner (guitarra e vocais), Jennifer Finch (baixo) e Demetra Plakas (bateria).
Black Flag
O Black Flag é nome de referência para o punk e pioneiro no hardcore. Criada pelo guitarrista Greg Ginn em 1976, na Califórnia (EUA), a banda tornou-se extremamente influente dentro do rock, do metal ao indie. Após chamar a atenção no cenário underground com dois EPs — “Nervous Breakdown” (de 1979 — com Keith Morris, que depois formaria o Circle Jerks, nos vocais) e “Jealous Again” (1980) — o grupo lançou o acelerado primeiro álbum “Damaged” (1980), que tinha o hoje lendário Henry Rollins como frontman.
Com seu segundo disco “My War” (1984), o Black Flag tornou-se realmente cultuado, a ponto de ser citado como influência por grupos como Nirvana, Mudhoney, Melvins e Queens of the Stone Age. Com “My War”, gravado como trio (Ginn ficou responsável pelas cordas, Rollins pelas vozes e Bill Stevenson, do Descendents, pela bateria), o conjunto apostou em uma sonoridade mais arrastada e pesada, estabelecendo caminhos que deram origem ao sludge e ao grunge. São nove músicas, sendo seis mais “tradicionais” (tal qual “Can’t Decide” e “Beat My Head Against The Wall”) no lado A e três um tanto experimentais no B.
O grupo colocou na rua outros álbuns importantes, como “Slip It In” (1984), “Loose Nut” (1985) e “In My Head” (1985). A maioria das artes de capa são assinadas por Raymond Pettibon, artista visual irmão de Ginn, conhecido por ter ainda criado o famoso logo das quatro barras que identifica o Black Flag.
Além de tocar Ginn também fundou o selo independente SST, em 1978, por onde lançou todas suas gravações e artistas então emergentes, como Hüsker Dü, Bad Brains, Soundgarden, Sonic Youth e Dinosaur Jr.
Atualmente, o Black Flag é composto, além de Ginn, por Harley Duggan (baixo), Charles Wiley (bateria) e o skatista profissional Mike Vallely (voz).