A noite preparada pela Prime Artits anunciava um serão de virtuosismo das cordas.

A chegada ao LAV fez-se gradualmente, com as pessoas a chegar tranquilamente. Curiosamente, foram muitos os papás rockers que levaram os seus jovens a este concerto. Tal como quem leva um filho à escola naquele dia especial, estes pais fizeram questão de mostrar aos seus descendentes o que de melhor se faz na arte de domesticar uma guitarra. E tinham toda a razão!

Depois de dois longos anos de uma espera paciente, Plini voltou à ação em 2022 com tours esgotadas na Austrália, Índia e Escandinávia, assim como várias atuações em festivais deste e do outro lado do Atlântico.

Aproveitando o embalo e nada interessado em abrandar o ritmo, o talentoso e muito elogiado mestre da guitarra manteve-se consistentemente na estrada e, já na reta final de 2023, lançou o EP «Mirage», que serve agora de mote a esta tour Europeia de Verão.

Foi assim que o músico regressou a Portugal, em dose dupla nos dias 25 no Hard Club (Porto) e 26 de Junho no LAV – Lisboa Ao Vivo.

Detentor de uma técnica impressionante nos trastos de uma guitarra, Plini é um alquimista que nos composições que traduzem a sua singular visão do rock progressivo instrumental. Um verdadeiro virtuoso, a caminho do restrito olímpo ao nível de deuses como Joe Satriani, Steve Vai, Yngwie Malmsteen, Eric Johnson, Kenny Wayne Shepherd, John Petrucci, Robert Fripp, Paul Gilbert, Uli Jon Roth, Michael Schenker, Adrian Legg, entre outros.

Consigo, a sua super-banda constituída pelo guitarrista Jake Howsam Lowe, o baixista Simon Grove e pelo baterista Chris Allison, deu uma excelente cobertura aos complexos e sofisticados temas que Plini trouxe na bagagem:

  1. The Red Fox
  2. I’ll Tell You Someday
  3. Papelillo
  4. Ember
  5. Impulse Voices
  6. Still Life
  7. Handmade Cities
  8. Sunhead
  9. The Glass Bead Game
  10. Cascade
  11. Paper Moon
  12. Pan
  13. Electric Sunrise

 

O duelo final

O momento alto da noite foi deixado para o fim. Plini e o seu guitarrista Jake Lowe entraram num desafio desgarrado, em que cada um tinha de tocar um trecho em solo, mas sem tirar os olhos um do outro. Resultado: uma masterclass de como a relação com as cordas de uma guitarra pode ser infinita e apaixonante.

 

Se ainda não conhecem a obra de Plino, sugere-se a sua descoberta através da sua discografia:

Studio albums

  • Handmade Cities (2016)
  • Impulse Voices (2020)[15]

 

EPs

  • Pastures (as Halcyon) (2011)[16]
  • Other Things (2013)[17]
  • Sweet Nothings (2013)[18]
  • I (split EP with Sithu Aye) (2013)[19]
  • The End of Everything (2015)[20]
  • Sunhead (2018)[21]
  • Impulse Voices (Remix EP) (2021)
  • Mirage (2023)[22]

 

God Hates a Coward

A primeira parte foi assegurada pelos portugueses God Hates a Coward. Foram eles que fizeram a introdução da noite psicadélica à audiência, através de poderosos acordes e riffs. Realmente, neste tipo de música instrumental, a voz torna-se desnecessária uma vez que fazem as guitarras cantar de modo superior.

De referir que foram muito bem acarinhados pelo público que, em noite de futebol, preferiu aderir a um serão rico em arte sonora do que assitir a um pobre jogo do Euro24, o fraquíssimo Portugal x Georgia (0-2, by the way).

Com a casa cheia, a banda não perdeu a oportunidade de se mostrar a este público, exigente mas que soube reconhecer o talento em palco.

O projeto God Hates A Coward já passou por algumas mudanças na formação ao longo dos anos, sendo que atualmente é composto por Armando Rodrigues no baixo, Mário Fernandes na bateria, Tiago Saraiva na guitarra e Jaime Quental também na guitarra.

Os God Hates A Coward apresentaram o seu EP praticamente na sua totalidade:

  • Innocence
  • Capitolio
  • Nova
  • Sorrow
  • Solitude
  • Resilience

 

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