As discussões políticas no Brasil chegaram a um ponto extremamente raso, se limitando a justificativas, defesas e acusações que professam ou atacam pontos de vistas muitas vezes baseadas em uma percepção muito mais ideológica do que político-social, não é preciso ser nenhum cientista político ou um analista que seja para perceber essas questões. O atual governo se elegeu prometendo acabar com a suposta política baseada na ideologia, foram costurados discursos, apontamentos e acusações de forma maciça pela mídia de todas as formas, transformando a Internet e a mídia televisiva em verdadeiros campos de batalhas, onde a questão pública e o real motivo da política existir foram basicamente negligenciados, esquecidos e manipulados com uma estratégia onde se valia tudo para criar uma áurea tão bem elaborada, que até mesmo os que não entendem e não gostam de política, foram envolvidos. Empresas nacionais e internacionais foram contratadas justamente com esse propósito, criar uma imagem. Mediática do futuro presidente, além de alguns membros do governo, transmutando-os, de meros políticos e aventureiros, em heróis de uma nação, nação essa que foi também desfigurada da sua realidade, para praticamente um “quarto mundo” (sic), e isso graças a uma ou duas pessoas, a um único partido. 519 anos de pura exploração europeia e posteriormente estadunidense, onde as bases e motivos dessa colonização era unicamente de expropriações, tanto de insumos, comodites, como cultural e principalmente ideológica. Fatos históricos e compromissos com a realidade não fazem parte desse atual governo e sua ideologia reacionária, implantam histórias e fabricam evidências para sustentar tais falaciosos fatos e acusações. Uma gestão conquistada à base de uma criação inexistente de um perigo comunista (mas não comunista na sua real essência social e política, mas apenas baseadas em senso comum mais baixo e importado da guerra fria) e uma crise política e financeira que hoje, em pouco mais de 100 dias de governo, se escancara como puramente uma estratégia suja de ascensão ao poder, sobre põe os reais interesses que uma nação deveria visar, mantendo a ideia de embate ideológico e moldando os reais interesses com uma parcela da população. Envolvimentos com crimes, assassinatos e ofensas infantis aos seus opositores e dando voz à parcela preconceituosa, racistas, machista, homofóbica, misóginos e xenofóbica, que se sustenta nas subdivisões da câmera e do senado, dominada por bancadas que mais parecem quadrilhas, que não aceitam nada que seja contrária à visão limitada de matilha que todos ali têm, criando uma massa parlamentar tão despreparada que algumas ações criadas e embaçada pelo novo governo, mais uma aberração muito além de política, mas desumana, retrógada e atrasada do planeta.
Porém a maior e mais triste percepção desses poucos dias de governo, é a concordância de parcela do povo, que sempre foi preconceituoso e incapaz de ver todo o povo como parte deles, e apenas preocupados com seus privilégios e posições de poder social, nem que pra isso Marielles morram que Josés não se aposentem com dignidade, que Marias continuem apanhando, que homofóbicos continuem assassinando trans, que a Amazônia seja expropriado e desmatada, que a oposição seja minimizada e colocada em uma única sigla, mesmo que a História Seja ignorada e distorcida e que conquistas sociais sejam menores que suas viagens anuais ao litoral (sonhando em ir mesmo pra Europa, a classe média aqui acha que são ricos, e os ricos aqui não percebem que não passam de simples peões no jogo.).
Nunca fomos um povo, continuamos sendo pequenos feudos sociais espalhados e dispersos, graças à falta de educação e conhecimento histórico verdadeiro, sem termos a noção de que somos mais que apenas a base da pirâmide que sustenta todo o Estado vertical, porém a grande maioria continua alienada demais e amando seus carcereiros, e esses carcereiros amando seus diretores, esses diretores amando o Prefeito, o Prefeito amando o Governador, que ama o Presidente, que a ama o Sistema, que é completamente apaixonado pelo Capitalismo, que é servo da minoria que domina o mundo, que por sua vez, não vive sem o poder.
Ah… se o problema fosse só o Brasil, estaria fácil resolver.

 

Assinado Panda Reis

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