Ravenous Feast é uma banda de **hard rock/metal** venezuelana proveniente de Puerto La Cruz, que surgiu no ano de 2012 por Sean De Boer e Carlos “Toxic” Márquez. A banda começou a explorar novos sons e gêneros que vieram à luz em 2013 junto com seu álbum de estreia “Listen to Me”. Em 2014, a banda lançou em formato digital o primeiro vídeo oficial do single “Listen to Me”, música que faz parte do primeiro álbum intitulado com o mesmo nome.

Em 2016, a banda já havia participado de diversas apresentações e eventos, e com isso veio a filmagem do segundo vídeo oficial digital da música intitulada “Blind Leading Blind”, com uma produção de muito bom nível a cargo de BFamily Films e dirigido por Hector Bastardo, e depois um terceiro vídeo da música “Feed my ego” com a mesma equipe de produção.

Em 2020, a banda continuou trabalhando em sua segunda produção discográfica intitulada “Son of Heroes”, que foi lançada em 2023, acompanhada de um vídeo promocional da música “Riding High”. Em 05 de dezembro de 2022, a banda se apresentou no festival “Rebeldes de Acero” e em 18 de novembro de 2023, Ravenous Feast teve a oportunidade de participar dos “Premios al Metal hecho en Venezuela” em sua terceira edição, onde também teve uma apresentação ao vivo e foi indicada como Melhor Banda de Hard Rock e Heavy Metal e Melhor Vídeo Oficial.

Para 2024, a banda teve a honra de participar no evento emblemático nacional do “Melomaniac Fest” celebrado na cidade de Caracas – Venezuela, onde foi gravado um vídeo promocional ao vivo com a música “Caracas”, o qual foi colocado nas redes sociais da banda e em plataformas digitais, além de participar recentemente do Venezuela Metal Fest em um show em Streaming.

Atualmente, a banda é composta por: Sean de Boer – Vocalista; Carlos Toxic Márquez – Guitarras e Teclados; Julio Sandoval – Baixo, e Julio Rosario – Bateria.

  1. Qual é o significado por trás do nome da banda? Há alguma história ou conceito particular associado a ele?

Sean: O nome Ravenous Feast veio até mim em um sonho. Ou isso ou era o nome da minha fita pornô favorita quando eu era adolescente.

2. Como foi a transição que buscavam de uma banda como o Deep Seven, com um gênero que consideravam neo espartano, para o Ravenous Feast? Quais elementos queriam conservar e quais queriam mudar?

Sean: Não foi uma decisão consciente e, a propósito, Deep 7 tocou muitos shows em Caracas e em toda a Venezuela. Ravenous Feast começou como Deep 7 com esteroides. Mais metal, mais bumbo duplo, novo baixista, adição de teclados e simplesmente continuar a evolução do processo de composição de músicas entre Toxic e eu.

3. O que os levou a formar uma banda de hard rock?

Sean: Sempre gostei de música, especialmente hard rock e metal. Canto desde os 10 anos e ouvi Alice Cooper e Kiss pela primeira vez. Tem sido uma fascinação para mim durante toda a vida.

4. Ravenous Feast atualmente conta com dois discos. Poderiam nos falar um pouco sobre o conceito por trás de cada produção discográfica?

Toxic: Cada álbum tem sua própria razão de ser e personalidade, desejamos que tenham sua própria identidade como acredito que muitos artistas e bandas desejam para cada álbum que realizam. “Listen to Me” foi um álbum que tinha uma natureza mais “crua” em termos de som e composição que podíamos aportar naquele momento com os recursos disponíveis em 2012-2013; mais próximo da força das guitarras mais características do metal e, portanto, aproveitando os recursos da voz do Sean e das influências que permeavam para nós naquele momento. Já tínhamos músicas que Sean e eu havíamos composto no Deep Seven, além de que nosso baterista anterior, Julio Rosario, aportou “Listen to Me” (música homônima ao título do álbum). Alejandro Fung foi nosso primeiro baixista e aportou muitas ideias, especialmente na música “Legless”, que começou sendo uma contribuição de Julio Rosario e terminamos de arrumar todos juntos. Enfim, foi uma mistura de influências, e como sempre dizemos, poderia ter sido um álbum melhor, mas já nasceu, e é quase impossível para nós não fazer o desempenho de alguns desses velhos temas que amamos. Este álbum o fizemos com a firme intenção de fazer algo de barulho, o que conseguimos e nos fazer sentir foi muito importante, ok? A paixão foi tanta que em 2023 terminamos apresentando nosso segundo álbum, e no caminho entre 2013 e 2023 continuamos fazendo mais música e vídeos (“Listen to Me”, “Feed my ego” e “Blind Leading Blind”) e às vezes me pergunto, como nos mantivemos unidos???? Passamos por pandemias, eu vivi 3 anos fora do país, etc…… Pois a motivação ganhou!!!

Quando eu retornei ao país em outubro de 2021, nosso baixista Julio Sandoval foi me buscar no aeroporto, e dentro de nossas conversas no carro caminho para minha casa, surgiu o tema de que este ano terminamos o álbum, que de fora já havíamos começado a trabalhar, e o que aconteceu?? …… “Song of Heroes”, quase 10 anos depois, lembra que “Listen to Me” foi em 2013, e este segundo álbum foi lançado em 2023 e foi outra coisa, já estava latente a necessidade de uma evolução usando como bastião o primeiro álbum no sentido de que Listen to Me nos deu uma personalidade definida e uma presença na cena venezuelana em maior ou menor grau, mas já estamos aqui e não vamos embora!!!! Em “Song of Heroes” concretizamos e mantemos a ideia de um som denso, mas, no entanto, este álbum na minha opinião é distinto e até mais amplo em termos de paisagem musical. Esperamos que com o passar do tempo seja fácil identificá-lo como o som nascente de Ravenous Feast, assim selar a identidade desta banda! Sim! Admitimos que foi um pouco mais hard rock! Neste álbum incluímos o som de teclados e certos efeitos e loops para aportar atmosferas, cenas e texturas que, por analogia com a culinária, proporcionam sensações diversas como ocorre com muitos pratos exquisitos de certas cozinhas famosas. Um som de teclado doce com uma guitarra ácida, entende? Uma bateria poderosa em um verso suave. Os baixos que faz Julio Sandoval proporcionam uma textura e presença muito interessantes, com seus próprios arranjos engrandecendo cada música ainda mais. Esse acúmulo de contribuições além de um álbum, nos deu a oportunidade de pensar em fazer novas produções audiovisuais complementando a paisagem musical que pretendemos oferecer com a paisagem visual de um vídeo muito bem elaborado e produzido, neste caso todos foram obra da mente insana de Hector Bastardo de BFamily Films (um monstro!!!). Um grande exemplo disso último é a música “Riding High” de Storm Warning, a antiga banda de Sean no Canadá, e com a bênção de Sean e Greg Withbeck, compositores originais, fizemos novos arranjos, a gravamos entre Barcelona, Ilha de Margarita e Greg aportou tracks de Vancouver, incluímos no álbum e para culminar com um vídeo espetacular que está disponível no YouTube.

Como constante, tanto para o primeiro álbum como também para este segundo…. não pretendemos ser catalogados dentro de algum gênero específico, não nos importa muito essa ideia e também não nos encaixamos nisso para que depois nos limite tanto criativamente quanto na possibilidade de poder contar com recursos que nos permitam abarcar espaços onde aparentemente de maneira natural estão vedadas as bandas de metal e hard rock, ainda sendo espaços para outros tipos de rock, coisa que ocorre pelo menos aqui na Venezuela. Acreditamos no rock como um todo e nisso baseamos nossas ideias.

O terceiro álbum está em processo, e mantendo nossa filosofia, pretendemos fazer uma evolução de “Song of Heroes”, em breve teremos notícias a respeito. Vamos trabalhar com o objetivo de realizar um álbum, e não um EP. Ainda acreditamos nisso, somos velha escola como dizem por aí.

5. Vocês puderam explorar seu desenvolvimento artístico através de dois discos. Como tem sido sua transição musical desde 2012 até a atualidade, do ponto de vista discográfico?

Toxic: Embora esta pergunta eu quase tenha respondido na resposta anterior, acrescentaria que todos na banda, incluindo nosso novo gerente de percussão Juls Gonzalez, somos pessoas experientes, adaptadas do ponto de vista musical aos avatares, limitações, vantagens e oscilações da realidade da “indústria musical local”, o que usamos como armas na implementação de ideias que permitam evoluir tanto o som, performance e a criatividade da banda. O desenvolvimento artístico tem sido garantido com o esforço e compromisso e contribuição de membros novos e antigos da banda com quem estamos agradecidos, estes últimos são Manfred Maroldt Iwanowski, Alejandro Fung e Julio Rosario. A evolução ou transição que você menciona foi inevitável, talvez pela ambição de cada um do ponto de vista musical, sem deixar de lado a forte possibilidade de fazer disso um bom negócio. A banda é dona de suas ideias e responsável por fazê-las crescer, por exemplo, se você vê ou percebe o panorama de Listen to Me, você vai se sentir em uma casa recém-construída e muito sólida, mas também sentirá compromisso, depois se você entrar em Song of Heroes, sente outra coisa, as influências inevitáveis, é difícil de não notar, e embora do ponto de vista da analogia anterior ainda não seja um edifício, acreditamos que é uma espécie de “maturação” ou “evolução”, e esperamos estar usando os termos corretos, porque costuma ser muito comum que cada artista da música componha suas músicas e que inevitavelmente em sua evolução as influências às quais por anos esteve “submetido” no melhor sentido da palavra permeiem e essas não façam crescer o resultado, acredite em Led Zeppelin, Van Halen, Alter Bridge, Stone Sour, Black Sabbath, Judas Priest, etc., são imensas influências. Lá deixamos claro a intenção e de onde viemos e para onde vamos. Quando Sean e eu começamos Ravenous Feast em 2012, usávamos como primeira arma a paixão pela música, depois inevitavelmente nossas velhas influências e o encantamento pelo som denso de bandas novas como Rammstein, Trivium, Godsmack, Sevendust, Disturbed, etc. Devo ressaltar que todos esses indivíduos têm quase a mesma idade que nós e certamente trilharam um caminho similar, mas obviamente em um terreno mais forte que o nosso, entende-se…. uma indústria musical mais desenvolvida localizada em um contexto geográfico mais próspero. Por exemplo, veja o exemplo de uma banda que admiramos, Disturbed começou fazendo algo muito diferente e hoje em dia são uma banda que evoluiu e amadureceu. Isso é genial. Acreditamos cegamente em crescer.

6. Atualmente vemos que há bandas de muitos gêneros musicais, influenciadas até por fusões entre diferentes gêneros que achávamos que não seriam possíveis, mas conseguiram. Como vocês acreditam que atualmente se visualiza a raiz ou a origem do hard rock ou do metal e como vocês mantêm ainda a essência desse maravilhoso gênero que leva décadas e que passaram e calaram em diferentes gerações?

Sandoval: Uau! Que pergunta interessante! A raiz do **Hard Rock** e do **metal** remonta a muitos anos, finais dos anos 60 e início dos 70, com bandas pioneiras como Led Zeppelin, Black Sabbath, Judas Priest e Deep Purple. Esses gêneros sempre se caracterizaram por seus riffs de guitarra pesados, ritmos contundentes e letras.

Hoje em dia, embora o **Hard Rock** e o **metal** tenham evoluído e se fundido com outros gêneros, e isso faz parte natural da evolução da música, a essência continua viva em vários aspectos:
* **Riffs de Guitarra**: Os riffs pesados e distintivos continuam sendo um pilar fundamental.
* **Temáticas e Letras**: As letras continuam explorando temas profundos e às vezes sombrios, mantendo a introspecção e a crítica social.
* **Energia ao Vivo**: Os shows de hard rock e metal são conhecidos por sua energia e conexão com o público, algo que continua sendo crucial para o gênero.
* **Inovação e Fusão**: Embora as raízes sejam mantidas, há uma constante inovação.

Para nós como banda, tem sido vital entender que o ciclo natural da vida é evoluir e ao longo de nossa carreira trabalhamos em cada tema com essa filosofia a ponto de, em nosso segundo álbum, darmos as boas-vindas a novos instrumentos que dão um ambiente distinto às nossas músicas sem perder a raiz do hard rock que é a coluna vertebral de nossas composições.

7. Se uma pessoa que não conhece a banda se aproxima com interesse em ouvir algo de vocês que os caracterize, que música recomendariam e por quê?

Sandoval: O que caracteriza uma banda, e a sociedade em geral, é que cada um de seus integrantes tem um gosto particular em todos os aspectos da vida, incluindo a música, e graças a isso é que certamente cada um de nós recomendaria uma música diferente, seja de nossas músicas ou de outras bandas.
Todos os integrantes de Ravenous Feast, apesar de todos gostarmos de **Hard Rock**, temos um repertório distinto na música como gosto pessoal que chega até mesmo a nos colocar em desacordo sobre qual seria a música que poderia nos identificar a todos como banda, já que cada um tem uma opinião distinta apesar de concordarmos em alguns temas vários de nós, mas de uma coisa estamos certos, e é que certamente qualquer um de nós recomendaria uma excelente música.

8. Que bandas vocês admiram dentro da cena do metal venezuelano? E com quais bandas dentro e fora do país gostariam de colaborar?

Juls: Particularmente, sempre gostei do trabalho musical de Agresión, Arkangel, Gillman (Hasta Inevitable), Coral, Factor Mental, Subzonus, Liquet, Candy 66, entre outras que realmente considerei boas, muito apesar de seu alcance midiático não ter sido o mais idôneo por questões de época, assim como por óbvias razões em termos de divulgação.

Do ponto de vista do Rock venezuelano em geral, como um impulso de maior reconhecimento para o nome/marca Ravenous Feast, seria interessante poder projetar algo (se possível) com Candy 66, pois eles se mantiveram muito vigentes em relação às mudanças que o mercado musical apresentou, sendo o mais fiel possível ao seu estilo, o qual já não engloba apenas o **nu metal**; mas que foram incorporando outros elementos que lhes proporcionaram um fandom bem incrível com um alcance notável; e como em Ravenous Feast todos temos um acúmulo bem variado de influências desde clássicas até contemporâneas, por isso minha visão pessoal em compartilhar algo com eles.

Se pudesse visualizar a possibilidade de um feat com alguma banda internacional, poderia mencionar em particular Sphinx (Espanha), Vision Divine (Itália), Seventh Wonder (Suécia), Laguna Coil (Itália), H.I.M. (Finlândia), Turnstile (EUA), Ghost (Suécia), entre outras.

9. O que a Ravenous Feast está preparando para 2025?

Juls: A meta principal dentro de tudo que está ocorrendo, e que possa ocorrer em relação à agenda, é terminar a pré e pós-produção do terceiro álbum com a visão-missão de torná-lo um fato com seu lançamento para algum dos períodos de 2025, e assim enfrentar um planejamento em termos de shows e divulgação do mesmo, buscando um maior alcance do nosso som.

Facebook - Comente, participe. Lembre-se você é responsável pelo que diz.