Ao se ter um CD em mãos, o primeiro impacto, antes mesmo das músicas é o encarte, a construção e nesse caso o tema que a arte quer passar.
Desde o mosaico que se vê ao abrir o digipack, passando pelas imagens do encarte, até chegar as letras, tudo nos leva a perceber um mundo em caos com várias circunstancias que nos cercam de perto: violência, diversidade, sentimentos por vezes humanos e em outras vezes nem tão humanos assim.
Outras duas informações que surgem antes mesmo de ouvir o disco são: a banda é formada por um trio, no mais puro: voz, guitarra, baixo e bateria e se propõe a fazer um som progressivo e hardcore. Eu que nunca tinha ouvido esse termo antes – acredito que a R.I.V. seja a precursora ou uma das no estilo – fiquei curioso pra saber qual o resultado.
Falando do disco em si, o álbum começa com “War Flames”, uma porrada que nos primeiros versos parece um típico hardcore falando das desgraças que as guerras causam para a sociedade e de como alguns senhores lucram com isso, mas como um padrão que se repete ao longo do disco, novos elementos musicais vão sendo colocados pro ouvinte, deixando claro uma mescla de várias vertentes do metal e do hardcore.
Vale muito ressaltar a sonoridade rápida, tocada com perfeição nas faixas “Delicious Nham! Nham!” e “Testicle Man” onde os riffs de guitarra e os vocais pesados dividem espaço sem se esbarrar.
Em “Rainbow Warrior´s Mayday” – a quarta faixa do disco – e “!Ashes” – a penúltima – a cozinha da banda se mostra um diferencial, com nuances de música brasileira, mais swinggada, mais “quebrada” e numa sintonia total entre baixo e bateria.
Ouvindo esse disco consegui entender o sentido de prog-core e sentir o cuidado com o qual o disco foi gravado e mixado, são doze músicas rápidas, pesadas, trabalhadas, com algo a dizer e que ao contrário do que diz a última frase do disco não tem nada de reduzido, pelo contrário, é um álbum do tamanho da história da R.I.V.
Dá pra ouvir uma mostra do disco por aqui: https://www.youtube.com/watch?v=P8PeyvnnVOY