O Gravador Pub foi palco de uma noite inesquecível para os fãs de metal extremo em Porto Alegre. O Torture Squad, um dos maiores nomes do gênero no Brasil, entregou uma performance avassaladora, precedida por um show de abertura feroz da banda local Phornax, que soube preparar o público com maestria.

A responsabilidade de abrir para uma lenda como o Torture Squad é grande, mas a Phornax não só esteve à altura do desafio, como também deixou sua marca. Desde o primeiro riff, ficou claro que a banda estava ali para impressionar. Com uma mistura explosiva de thrash e heavy metal tradicional, músicas como “A Matter of Time” e “Dare of Destruction” incendiaram o público. Destaque para a dançarina Aline Mesquita, que trouxe a dança do ventre para o mundo do metal em uma grande apresentação.

Phoenix – Photo by gmaglia

Cristiano Poschi, vocalista da Phornax, carismático e de impressionante alcance, conduziu a plateia com energia old school, remetendo aos grandes ícones do metal oitentista. Enquanto isso, a guitarria entregaram riffs cortantes e solos precisos, sustentados por uma base rítmica impecável de baixo e bateria. A sonoridade da banda, embora mais melódica e cadenciada que o peso brutal do Torture Squad, foi perfeita para criar a ponte entre os estilos, agradando tanto aos puristas do metal tradicional quanto aos fãs de sons mais extremos.

Phornax – Photo by gmaglia

Quando o Torture Squad assumiu o palco, o clima já era de pura antecipação. Desde os primeiros acordes, a banda mostrou por que é considerada uma lenda no cenário do metal extremo. O setlist foi uma combinação explosiva de clássicos como “Raise your Horns” e “Pull the Trigger”, além de faixas do mais recente álbum como “Buried Alive”, que soaram como verdadeiras tempestades de riffs cortantes, blast beats e vocais guturais.

Torture Squad – photo by gmaglia

May “Undead” Puertas foi o destaque da noite, com uma presença de palco quase hipnotizante. Seus guturais, intensos e cheios de emoção, ecoavam como se viessem das profundezas do próprio inferno. Ao seu lado, Amilcar Christófaro mostrou mais uma vez por que é um dos bateristas mais respeitados da cena, com uma execução cirúrgica que alternava entre técnica e ferocidade.

Torture Squad – Photo by gmaglia

O público, uma mistura de veteranos do metal e novos headbangers, respondeu com energia à altura. Rodas de mosh tomaram conta do ambiente, em um ciclo contínuo de caos, suor e catarse coletiva.

Torture Squad – Photo by gmaglia

No meio da apresentação, uma queda de luz pareceu ameaçar a noite, mas Amilcar Christófaro salvou o momento com um solo de bateria que ressoou pela escuridão, iluminada apenas pelos celulares do público. Alguns minutos depois, a energia foi restabelecida, e o show seguiu com ainda mais intensidade

A noite terminou em apoteose com “The Unroly Spell”, deixando os fãs exaustos, mas plenamente satisfeitos. O Torture Squad reafirmou seu lugar como uma potência do metal nacional, enquanto a Phornax consolidou seu status como uma das forças mais consistentes da cena local, conquistando novos fãs ao longo do caminho.

Nota geral: 10/10. Uma celebração inesquecível do metal em sua forma mais pura, marcada por intensidade, técnica e paixão. Para quem estava lá, foi uma experiência única. Para quem perdeu… Bem, perdeu muito.

 

Queria também deixar uma menção especial ao Marlon da M.A.D. produtora, pelo seu empenho pelo underground.

 

 

 

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