No dia da consciência negra celebramos as trajetórias que moldaram a nossa história com criatividade e coragem e é claro muito som. E impossível falar de resistência de mulher preta sem lembrar de Rosetta Atkins Tharpe Morrison, nossa maravilhosa Sister Rosetta Tharpe a mulher negra que redefiniu o gospel e sem querer nos deu os primeiros acordes de rock.
Agora você imagina em uma época em que a mulher preta com um guitarra elétrica nas mãos era quase impossível(Assunto bem atual) de se ouvir e acreditar que aquilo poderia ser possível. Isso, nos anos de 1930 e 1940, quando Rosetta, nascida no Arkansas decidiu que não ficaria restrita aos bancos da igreja e começou a ser reinventar. Embora sua alma estivesse enraizada no gospel(riffs que também originários do rock, pausa para polêmica), sua ousadia levou- se a misturar o sagrado com profano se assim é permitido dizer. E com isso rompendo barreiras tanto na musica quanto na sociedade. A nossa Sister não tocava apenas guitarra, ela fazia a guitarra falar com seus acordes e técnicas incríveis. E atrelado a isso enfrentando o racismo, machismo, misoginia e a discriminação de religiosos conservadores. Mas a musica era sua fé e sua guitarra era seu altar.
Ela foi uma das primeiras a elétrica sua musica. Literalmente em 1940, quando a guitarra elétrica ainda era novidade, Rosetta já usava para amplificar não só o seu som, mas também a mensagem de que mulheres negras poderiam ser estrelas, inovadores e donas do seu próprio destino. Com musicas como “Stange things happening every day” ela abriu o caminho para grandes artistas como , Elvis Presley , Johnny Cash entre outros. Hoje quando falamos de musica underground muitas vezes o crédito vai para homens brancos de jaquetas de couro e cabelo de Chitãozinho e Xororó. Mas a essência do rock está no improviso, na rebeldia e na luta por espaço, tudo o que essa mulher representava. Ela foi a pioneira que nunca recebeu o devido reconhecimento que merecia em vida, cujo um legado é uma sinfonia de força e orgulho preto. Deixar levar se por um ritmo eletrizante é lembra que antes de qualquer estrela do rock, existiu uma mulher preta empunhando sua guitarra e mostrando para o mundo que ela veio para ser A estrela. E de fato o rock pode ter muitos filhos mais somente uma mãe.
Vou deixar uma das minhas preferidas, para que seja apreciada nesse dia onde todas a mulheres pretas que abriram portas à força, com talento e coragem, mas que muitos tentam apagar da história. Mas é tempo de amplificar os seus legados e que continuem por gerações. Afinal rock é barulho, é atitude e inovação e isso tudo existe porque uma mulher preta ousou em fazer história.