A Movistar Arena de Bogotá foi transformado num santuário de sombras e sons brutais durante as duas noites consecutivas em que Slipknot comemorou o 25º aniversário de seu álbum de estreia. Sob a organização de Fenix Entertainment e Breakfast Live, a banda liderada por Corey Taylor deixou uma marca indelével em cada um dos “vermes” que, desde a madrugada, inundaram o local com as suas caras pintadas e macacões vermelhos, numa homenagem à estética inconfundível do grupo.
Ao abrir as portas, às 18h, o ambiente se encheu de uma energia incomparável. Os acordes de bandas como Papa Roach e Metallica ecoaram enquanto os fãs esperavam com crescente expectativa. Finalmente, com um flash de luzes verdes e uma faixa vermelha antecipando o show, o Slipknot subiu ao palco. O público enlouqueceu ao ver os membros mascarados e vestidos com seus característicos ternos vermelhos.
Heloïse , banda de metalcore de Medellín, se encarregou de abrir as duas noites. A combinação de hardcore e metal extremo foi o prelúdio perfeito, dando o tom para o que estava por vir.
O clímax veio quando Corey Taylor, com sua máscara indescritível e aterrorizante e um olhar vermelho penetrante, cumprimentou o público: “Bem vindos a 1999!”, prometendo uma noite onde reviveriam músicas do primeiro álbum da banda. Slipknot não decepcionou. Por mais de uma hora, eles tocaram sucessos como “(sic)”, “Eyeless” e “Spit It Out”, enquanto a intensidade foi aumentada ao máximo em músicas como “Tattered & Torn” e “Liberate”.
Os pogos explodiam a cada acorde, embora muitos decidissem se conter para não perder um segundo do show. A cada pausa, Corey, num espanhol ruim, perguntava “Querem mais?” e soltando sua risada sombria e já reconhecida, provocando um rugido de vozes que pedia mais uma dose de energia. A banda tocou sucessos como “Scissors” e “Only One”, enquanto Jim Root e Mick Thomson demonstraram seu virtuosismo e dedicação, e principalmente Eloy Casagrande, o novo baterista, que reafirmou seu lugar na formação do Slipknot com uma agressividade e técnica que mostra porque faz parte desta era do Slipknot.
Em uma exibição macabra e fascinante, o Slipknot levou o terror do palco a outro nível, e se alguém roubou o show foi “Tortilla man” e Clown. Com sua brutalidade eloqüente e aquele toque de loucura, os dois integrantes se destacaram em uma performance tão sinistra quanto cativante. Enquanto Clown batia os barris ao ritmo de uma plateia extasiada, ele corria freneticamente pelo palco, aproximando-se da plateia como um espectro em busca de almas. Por sua vez, “Tortilla man” movia-se loucamente, interagindo com o público e criando momentos de puro terror que faziam a adrenalina fluir em abundância. Cada gesto, cada passo e cada golpe transmitiam uma mensagem visceral: era um espetáculo que não só se ouvia, mas se sentia em todos os cantos do corpo.
O Slipknot, apesar de ser um encontro duplo em Bogotá, manteve-se fiel ao conceito dos 25 anos de seu primeiro álbum, focando o setlist em seu álbum de estreia. E embora o concerto tenha terminado cedo, ninguém saiu insatisfeito. Cada música, cada batida nos barris de Clown e cada risada sombria de Taylor nos lembraram porque o Slipknot continua sendo uma das bandas mais impactantes da história do metal.
Duas noites em que Bogotá sentiu o peso do metal, da nostalgia e do caos de uma banda que fez história. Para os “vermes” colombianos, estes concertos serão uma memória indelével, uma homenagem à escuridão que, por um momento, iluminou os seus corações com o poder do rock.
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