O Soulthern é um power trio de heavy metal, formado em 2012 na cidade de Brusque/SC. E agora, oito anos depois da sua formação, a banda lançou na última semana o primeiro álbum oficial, intitulado “Riding To The End“. Composto por Flavio Cavilha nos vocais e guitarra, Lucas Foxx no baixo e Roberto Barth na bateria, a banda cumpriu com o prometido: lançar o debut album caprichado em todos os detalhes: desde a capa impactante até a última faixa. O disco contém 9 músicas e já está disponível em todas as plataformas digitais.
Oito anos depois e Plataformas Digitais
Paloma Melzzi: Vocês acabaram de lançar o 1º álbum intitulado Riding To The End agora em 2020, 8 anos depois da formação, em 2012. Por que tanto tempo depois?
Soulthern: Começamos em 2012, com a formação em 5 integrantes. Desde então, tivemos muitas mudanças de formação, era um entra e sai de gente. Tivemos 2 vocalistas antes do Flávio assumir os vocais, tivemos outro baterista e também um guitarrista base. No EP de 2015, estávamos com formação em quarteto, já com o Flávio na voz, mas ainda com o antigo baterista e um guitarrista base. E esse foi um dos motivos que mais impactaram no lançamento do álbum. As coisas só tomaram um rumo melhor quando o Beto assumiu a bateria.
Paloma: O lançamento foi realizado em todas as plataformas digitais. Percebemos que a banda está tendo uma presença muito grande nas redes sociais, bem focados no digital. Podemos esperar também material físico?
Soulthern: Queremos lançar o álbum em mídia física também, mas ainda não temos uma previsão para disponibilizar esse material, não é a nossa prioridade no momento. Hoje em dia o conceito de “ter um álbum” ou “lançar” não é mais o mesmo que antigamente, onde só tínhamos CD, fita cassete e vinil. O Streaming não é mais mera tendência, é realidade e veio pra ficar, se tornando cada vez maior e mais forte. Mas, com certeza queremos ter o físico sim, achamos importante porque tem gente que gosta, e até prefere, principalmente o público mais “raiz” do Heavy Metal.
Paloma: Estamos vivendo um ano bem complicado devido a pandemia, e isto está causando fortes impactos, principalmente no mundo da música, eventos, shows no geral. E isso, bem no ano de lançamento do álbum, quando vocês estariam voltando aos palcos. Como vocês estão se reinventando? Quais os benefícios que vocês estão tirando dessa época?
Soulthern: Os planos seguem da mesma maneira. A diferença que nessa época (assim como todos os artistas) ainda não podemos marcar shows. Mas estamos trabalhando para cada vez mais alcançar um público maior, e se manter em evidência. Não podemos aparecer tocando em eventos, mas podemos fazer apresentações online, lives, estudar tendências, compor e todo tipo de coisa. O que não se pode fazer é ficar parado.
Paloma: Vocês ficaram parados muito tempo. Na época que vocês estavam gravando, ficaram longe dos palcos e ficaram no anonimato. O último show de vocês foi em Janeiro de 2018 no Iceberg Rock. E agora? Qual o plano de ação? Quais os planos e o que vocês pretendem fazer independente da pandemia?
Soulthern: Bom, para o melhor rendimento da produção do Riding To The End, resolvemos parar por um tempo as apresentações, repensar as estratégias e estudar. Aí veio a pandemia do COVID-19 que com certeza atrapalhou os planos de muita gente. Mas penso que estamos passando por um momento de revolução, de certa forma. Todos nós estamos descobrindo novas formas de se fazer coisas que não pensávamos que seria possível antes. Acreditamos que muita coisa sim, vai voltar ao normal, mas a maneira de se pensar será bem diferente.
Riding To The End e influências
Paloma: Como surgiu a ideia da capa?
Soulthern: Bom, tínhamos uma ideia de fazer uns tributos de Blues, Jazz, acústico mesmo, o nome seria “Drunk Pillots”. E tínhamos pensado em uma arte que seria um tipo de piloto de F1 dos anos 60 montado em um porco voador (risos). A ideia do tributo ficou no papel, mas gostamos da ideia da arte. Levamos pra frente aproveitando para a capa do primeiro disco. Colocamos alguns significados. Ele é uma espécie de junção dos 4 cavaleiros do apocalipse. É um tipo de zumbi usando uma traje de aviador do “Senta a Púa” da Segunda Guerra, e monta um javali gigante também meio morto, com um míssil no meio das entranhas. O layout, muita gente associou a capa do Painkiller do Judas Priest, mas na verdade tiramos a referência do Bat Out Of Hell, do Meat Loaf. O artista que fez a capa foi o carioca Allan Alex, um grande ilustrador de HQ’s que atua desde os anos 70. Passamos essas características e ele entregou um trabalho perfeito.
Paloma: O que falam as músicas?
Soulthern: O disco não é conceitual, embora algumas das músicas tenham um pequeno ligamento na parte lírica. Mas, os assuntos abordam o instinto autodestrutivo do ser humano (Out of Control), insatisfação (Runaway), ficção (Christine The Killer) e acontecimentos da história, guerra e etc (Death Come From The Sky)
Paloma: Quais são as influências da banda e podemos percebê-las em algumas músicas?
Soulthern: Temos muitas influências. Cada um de nós temos nossas próprias influências e cultura musical, cada um aplica isso de certa forma na maneira de tocar o instrumento e compor. Mas, pensando como banda, temos muita influência desde os mais clássicos como Sabbath, Zeppelin, Purple, Uriah Heep, Rainbow, também Rush, Thin Lizzy, Motorhead. Muita influência da NWOBHM também. Temos influência de Metallica, Megadeth e bandas de Heavy Metal Tradicional mais atuais como Skull Fist e Enforcer. Enfim, uma infinidade de bandas e estilos que se fosse listar tudo seria muito extenso. (risos)
Paloma: Como já comentamos, a banda existe desde 2012. Já existem ideias para um 2º álbum?
Soulthern: Sim, com certeza. Temos riffs gravados, letras escritas, ideias, conceitos. Coisas que estão guardadas até antes de o próprio Soulthern existir. Claro, não é tudo que se aproveita (risos) mas temos muito material.
Uma banda é uma empresa. Para ter um retorno tem que investir assim como qualquer outra empresa.
Paloma: Vocês possuem uma opinião forte a respeito da seriedade de uma banda e que ela deve ser vista como um negócio. Na Live (exibido pelo Cultura em Peso dia 23/05) conversamos muito sobre isso. Na visão de vocês até que ponto a banda deve investir para ter visibilidade, seja em marketing digital, ou até pagando para abrir shows grandes?
Soulthern: Uma banda é uma empresa. Para ter um retorno tem que investir assim como qualquer outra empresa, seja em merchandising, plataformas digitais, shows ou qualquer outro tipo de veículo que você pode enxergar um retorno maior. Muitas pessoas acham errado pagar para se fazer a abertura de um show grande como Scorpions, Iron Maiden, Metallica etc. Temos que entender que, você fazendo isso, está comprando um espaço de publicidade. Cada um entra com a sua parte. A banda principal tem um legado e uma legião
de fãs, podem trazer umas 20 mil pessoas a um lugar, dependendo. O empresário está entrando com toda a estrutura, o acesso que custa muito dinheiro investido, conhecimento e etc. Bom, e você? Qual a sua parte? Tua arte? Tua música? NÃO! Para o público que vai lá assistir essas bandas famosas, nem precisa banda de abertura se duvidar. Se você toca em uma banda pequena que põe no máximo umas 80 pessoas num pub (que muitos vão mais pelo ambiente mesmo) não é teu som que vai ajudar em toda essa história. Você precisa investir nessa publicidade e pensar bem nessa estratégia. Isso se você está disposto a ser algo maior.
Paloma: Agora com o lançamento do Riding To The End e com uma visibilidade maior, por estarem em plataformas digitais e em todas as mídias sociais, vocês desejam expandir a banda? Existem planos para uma turnê pelo Brasil e até para o exterior?
Soulthern: Sim, com toda a certeza. Queremos trabalhar nesses planos para podermos chegar mais longe, visando não só shows pelo Brasil, mas também também paro o exterior. Investir mais em publicidade e direcionar nosso trabalho para o público alvo em todo o mundo.
Espaço para agradecimentos
Agradecemos mais uma vez ao Cultura Em Peso, pelo espaço que sempre estão nos dando, não só pra gente, mas para todas as bandas que estão querendo mostrar o trabalho. Agradecer as pessoas que nos acompanham sempre, que ouvem nossas músicas. Aos nossos amigos, familiares, namoradas e esposas que sempre estão dando o maior apoio, e incentivando. Um grande abraço a todos!
CONHEÇA O SOULTHERN E OUÇA AGORA ‘RIDING TO THE END’ NAS PLATAFORMAS DIGITAIS