Não demorou muito para os CONJURER, oriundos de Rugby, subirem ao topo dos rankings do metal extremo europeu. Depois de um álbum de estreia espectacular chamado «Mire» que apareceu em 2018, o fascínio pela sua mistura invulgar de post-metal Neurosiano, death metal old school arrastado e doom super-pesado imediatamente se instalou entre os fãs, o que levou à poderosa Nuclear Blast ter assinado a banda para o seu segundo álbum. «Páthos», editado em 2022, elevou a natureza esmagadora do seu som a níveis ainda mais altos. Já se passaram dois anos, mas o efeito daqueles riffs, daquela atmosfera e da angústia avassaladora que sangra de cada uma das suas canções é tal que ainda parece que estamos a digerir essa besta de álbum. Ao seu décimo ano de existência, já era altura de os Conjurer nos virem esmigalhar a todos em Portugal pela primeira vez, com a potência dos seus temas colossais.
Actualmente em formato power trio, os HIEROPHANT foram evoluindo até se tornarem numa máquina de matar ágil e malévola. Com membros de algumas das bandas mais obscuras e sórdidas de Itália, como os The Secret, Blood Of Seklusion ou The End Of Six Thousand Years, rapidamente se afirmaram como uma potência dentro do sludge, atirando elementos de black e death metal para o seu som só para o tornar ainda mais doentio. As coisas só ficaram piores/melhores à medida que os anos foram avançando, com cada álbum a reforçar ainda mais a sua necessidade aparentemente patológica de soarem mais feios e mais massivos do que nunca. Com o death metal a tornar-se mais preponderante na lista de ingredientes, «Death Siege», de 2022, assinalou a sua peça mais pesada de sempre, às vezes pisando mesmo territórios de death/doom, para um resultado final opressivo e caótico tanto em termos musicais como líricos. Se os Hierophant estiverem numa noite particularmente inspirada em Barroselas, o que costuma acontecer com quase todas as bandas, estamos todos condenados.
COBRAFUMA é um elenco de proto-veteranos do Porto que ouviram o chamamento da cobra entre shoppings manhosos e bares de chão pegajoso e até no enlameado solo de Barroselas. Reunindo membros de bandas como Plus Ultra, Greengo, Solar Corona e Killimanjaro e alimentando-os com uma dieta de Motörhead e esteróides do thrash metal primordial, assim chegou o homónimo álbum de estreia, em 2023, com um som rijo como aço e cheio de veneno punk, thrash e rock ‘n’ roll, sibilado em fumo Português Suave e bem regado a aguardente bagaceira sem rótulo. Não há muito mais por onde adjectivar um disco simples, rápido e directo ao assunto em todos os momentos. A autenticidade e visceralidade das emoções que transmite será facilmente palpável no palco do SWR.
Os ENTRÖPIAH são uma banda de grindcore vinda directamente de Espanha que não precisa de nenhuma introdução volumosa, principalmente devido à sua inesgotável actividade ao vivo durante as últimas duas décadas. Para esta gente, tudo começou a tomar forma no ano de 2001, quando as aspirações musicais dos membros começaram a materializar-se numa banda. O início foi um pouco incerto, com músicos a entrarem e a sairem, mas recusando-se a aceitar um não como resposta, os líderes do projecto continuaram o seu caminho, gravando três álbuns completos, nomeadamente «Autodestrucción», «Cuantas Vidas» e «Hundida Existencia», entre 2004 e 2014. Mais um tesouro escondido de uma série dos boas propostas que vêm do outro lado da fronteira, os músicos a empregam orgulhosamente elementos neo-crust no seu grind, com um toque de escuridão que traz à memória conterrâneos como os Ekkaia e Ictus.