Um show demolidor que marcou o retorno da banda à América do Sul
No último dia 24 de abril, Bogotá se transformou em um epicentro do metal para receber uma das bandas mais influentes do rock alternativo e do nu metal mundial: System of a Down.
Desde as primeiras horas do dia, os arredores do Estádio Nemesio Camacho El Campín começaram a se encher de fãs com camisetas, bandeiras e muita animação, aguardando ansiosamente o retorno da banda armênio-americana após uma década sem se apresentar na Colômbia.

As portas foram abertas às 16h, e aos poucos o clima foi esquentando. Às 20h, a banda de abertura, Ego Kill Talent, vinda do Brasil, incendiou o público com uma performance que elevou as expectativas para o que estava por vir.
Pontuais e avassaladores, Serj Tankian, Daron Malakian, Shavo Odadjian e John Dolmayan subiram ao palco como parte da turnê Wake Up! South America Stadium Tour, que marcou o tão aguardado retorno da banda à América do Sul. Bogotá foi a primeira parada e não decepcionou: o estádio pulsou com um setlist brutal de 34 músicas, uma verdadeira maratona musical que não deu trégua ao público.
Do primeiro acorde até o encerramento com “Toxicity” e “Sugar”, os fãs se entregaram completamente. Um dos momentos mais emocionantes foi quando uma bengala vermelha iluminou o estádio no início de “Toxicity”, hino de uma geração para muitos dos presentes. Durante a música, Shavo Odadjian vestiu um poncho com a bandeira da Colômbia, levando o público ao delírio.

Serj Tankian, com sua voz inconfundível e carisma, não apenas entregou uma performance vocal impecável, mas também aproveitou para destacar uma data especial:
“Hoje é o 110º aniversário da comemoração do genocídio armênio. Esta noite, lembramos aqueles que morreram e honramos os que sobreviveram. É uma honra estar em Bogotá.”

Embora a interação com o público tenha sido mínima, o talento e a sincronia dos quatro integrantes foram mais do que suficientes para sustentar o espetáculo por duas horas intensas. Clássicos como “Chop Suey!”, “Aerials”, “B.Y.O.B.” e “Lonely Day” ecoaram, mas também houve espaço para raridades que não tocavam há anos, como “Attack”, que não era apresentada ao vivo desde 2015. Durante a música, Daron Malakian declarou:
“O lobo turco não passa de um cão de rua glorificado, somos as víboras armênias venenosas e atacaremos!”
Outras surpresas incluíram “Streamline”, não tocada desde 2005, e “Roulette”, ausente desde 2018, o que fez os fãs mais dedicados celebrarem cada nota.

Mesmo sem uma produção cênica elaborada ou fogos de artifício, System of a Down provou que sua música é suficiente para lotar um estádio e deixar uma marca indelével. A crueza, a mensagem social e a intensidade do show fizeram dessa apresentação uma das mais memoráveis da história recente do metal na Colômbia.
Setlist destacado
- Der Voghormia
- Attack
- Prison Song
- Violent Pornography
- Aerials
- Mr. Jack
- I-E-A-I-A-I-O
- Suite-Pee
- Genocidal Humanoidz
- A.D.D.
- Needles
- Deer Dance
- Soldier Side – Intro
- Soldier Side
- B.Y.O.B.
- Radio/Video
- Bubbles
- Dreaming
- Hypnotize
- ATWA
- Bounce
- Suggestions
- Psycho
- Chop Suey!
- Lonely Day
- Marmalade
- Lost in Hollywood
- Streamline
- Forest
- Protect the Land
- Cigaro
- Roulette
- Toxicity
- Sugar

O show foi produzido pela Breakfast Live e marcou o início de uma turnê que seguiu para Lima, Santiago, Buenos Aires, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, cidades que terão o desafio de igualar a energia do público colombiano.
System of a Down entregou uma noite carregada de energia, nostalgia e potência sonora, reafirmando por que continua sendo uma das bandas mais influentes do século XXI. Para os milhares que lotaram o El Campín, essa noite ficará marcada como um marco na história do rock na Colômbia.
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