Hey galera, vejam o que essa turminha da pesada tem aprontado ultimamente… No dia 31 de janeiro saiu o terceiro vídeo clipe da banda TERRA NOVA Est. 1472, de Balneário Camboriú-SC. A atual formação da Terra Nova conta com Pairo Oliveira (vocal e guitarra), Filipi Lasanha Mantovani (guitarra), Thiago Alves (Bateria) e Augusto Pereira (Baixo). Em uma entrevista exclusiva para o Cultura em Peso, o vocalista Pairo falou um pouco sobre o clipe, a gravação do álbum, a banda e também suas influências.
- Qual a proposta de vocês nesse novo vídeo clipe?
A proposta é muito simples. Ser direto e mostrar um pouco do que o é som da Terra Nova. Claro, mostrar como o novo line up da banda funciona. Não pensamos em roteiro para o clipe. A intenção era ser o mais cru possível.
- O que a letra dessa música, “7”, quer mostrar para quem ouvir a Terra Nova?
A letra dessa música foi feita para aqueles que acreditam ser juízes da vida alheia. Cada vez mais as pessoas acreditam ter o direito moral de julgar. Um peso e duas medidas. Perdi as contas de quantas vezes fui tratado de maneira discriminatória, pelo simples fato de ser ateu. Aí vem a pergunta “Quem é que é você?”. O nome “7”, é uma referência ao complexo de Deus das pessoas.
- Por que contar a história do Contestado?
Sou catarinense, nascido na região do Contestado e formado em história. Fico abismado com a quantidade de brasileiros, que se quer ouviram falar sobre o maior conflito armado da história do Brasil. A Guerra do Contestado foi de uma tremenda injustiça cometida pelo governo nacional. Ela precisa ser contada. Ao menos deve gerar a curiosidade das pessoas em buscar um pouco do que foi e o que isso representa. Não devemos ficar presos aos argumentos rasos de que foi uma guerra messiânica e de divisas.
- Como esse clipe é apenas a primeira parte do CD “Por trás do Contestado”, será que poderíamos saber de algum spoiler do que vem por aí?
Na verdade, o nome do nosso disco será “Contestado”. “Por trás do Contestado” é o nome que batizamos esses dois vídeos que se completam, gravados no fim de 2017 no estúdio Pimenta do Reino, em Florianópolis. A primeira parte mostra a sonoridade e nova formação. Já o próximo, mostra as variações e misturas sonoras que resolvemos explorar em nosso som. O que vocês podem esperar é muito groove. Essa sempre foi a proposta da Terra Nova. Mas dessa vez o som está mais maduro, com muitos elementos regionalistas e instrumentos não típicos do metal. Isso, claro, sem perder a essência sonora.
- Vocês já tem dois clipes gravados, “Conduta” e “3º Mundo”. Essa duas músicas também estarão no álbum?
“Conduta” é música tema do Leonardo Macarrão, lutador de MMA. Essa desde o início não faria parte do álbum. Entraria como bônus. Já a “3º Mundo” passou a ser uma música bônus do nosso álbum de estreia, após a saída do Mathias Sani. As músicas presentes em “Contestado” são todas produções minha e do Filipi Lasanha.
- Em que pé que está a gravação do disco? Alguma previsão de lançamento?
Deveríamos ter lançado ele ano passado. Mas sinceramente, há males que vem para o bem. Tivemos muitos contratempos de ordem pessoal e saída de integrantes. Isso serviu de certo modo para rever algumas coisas e canções.
Não vou colocar uma data certa de lançamento de nosso álbum. Mas com certeza vai valer a espera. Já temos todas as músicas que estarão no álbum, mas estamos trabalhando na produção de algumas músicas ainda. Adicionando outros instrumentos, tais como viola, violão, acordeom, entre outros.
- Fale sobre o diálogo entre dois caras que podemos ouvir quase no finalzinho da música.
O diálogo não tem nada a ver com a música em si. É somente um áudio de um rádio patrulha de Santa Catarina. Mas não acredito que seja real. Está mais para uma piada. No fim do áudio é possível escutar “Amigo…Vai pra puta que te pariu! Vai você!”
- Qual a origem do nome da banda?
Buscávamos um nome de fácil assimilação e nada que fosse em inglês. Foi um Brainstorm louco para encontrar o atual nome. Procuramos nomes compostos, as vezes até nomes em espanhol ou latim. Buscamos nomes na cultura pop, desde planetas de Star Wars até nome de atrizes pornô. Foram vários nomes. Circumponto, Oscuro, Contestado até chegarmos em Terra Nova.
Terra Nova é um nome de fácil aceitação, inclusive internacionalmente. O nome completo, “Terra Nova Est. 1472” é uma referência à atual província canadense, New Foundland, a qual foi batizada pelo navegador português João Vaz Corte Real, em uma expedição de 1472. Isso mesmo, 1472, antes de Cristóvão Colombo.
- Quais são as maiores influências da banda?
Pergunta difícil. Sou o letrista da banda e, tanto eu quanto o Lasanha, somos os compositores das músicas. Nosso processo de criação é bem espontâneo, mas sobretudo, muito crítico. Geralmente chegamos com a estrutura da música completa. As escolas musicais minha e do Lasanha são diferentes. Eu sempre escutei Pink Floyd, Led Zeppelin, Queen, The Police e coisas nacionais como Titãs e o catarinense, Expresso Rural. Ele já curte mais Black Sabbath, Judas Priest, Motorhead entre outras.
Nossas zonas de convergência são Pantera e Alice in Chains. Dimebag e Jerry são nossos heróis. Mas acho que o melhor da nossa forma de criar, é que não vemos o novo de maneira preconceituosa. Amamos praticamente todas aquelas bandas do “Boom” do new metal, meados dos 90 e início dos 2000. Trocaríamos carreiras inteiras de algumas bandas por um “Roots”, “Slipknot”, “Toxicity”, entre tantos álbuns que chegaram a fazer buraco de tanto ouvir.
Temos em mente que música não é competição e que menos é mais. Com certeza é mais difícil tocar um solo do Yngwie Malmsteen do que um do David Gilmour. Mas a pergunta é: qual marcou a sua vida? Qual te emociona e te dá arrepios?Sobre o álbum que a Terra Nova está por lançar, só tenho uma coisa a dizer: Os saudosistas dos 90 e 2000, não perdem por esperar.
Veja o clipe da música “7”.
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