A NOVA ERA DO ANGRA
por Felipe Bittencourt (Correspondente MurderONe Cast)
Todo fã brasileiro de Heavy Metal sabe e não pode negar o tamanho e importância de uma banda como o Angra no cenário Head Banger internacional e por que não, nacional também. Afinal, eles são a inspiração para milhares de bandas brasileiras em busca do estrelato, daí essa importância do Angra para nós, fãs brasileiros! Sim, não somos só nós, mas uma legião de fãs pelo mundo celebra a digamos, reinvenção do Angra após os os dois últimos trabalhos, Secret Garden e o mais recente, Omni, trazendo no conjunto da obra algumas mudanças “drásticas” na formação da banda. Como bem definiu o líder e um dos fundadores, Rafael Bittencourt, “esse é o terceiro melhor momento do Angra”.
Prova disso são os cerca de 100 shows pelo mundo que a banda fará até o final deste 2018. Na turnê brasileira, sexta-feira dia 20/07, foi a vez da cidade de Curitiba. “Chuvitiba” como brincou Fabio Lione entre uma música e outra. Verdade que o clima estava seco e surpreendentemente ameno – em julho, 19°c. Mesmo assim, o Angra não deixou de brindar a plateia paranaense com uma chuva de novidades. A começar pelo set-list, que trouxe mudanças importantes com relação aos outros shows da turnê no Brasil.
New Born Me do álbum Secret Garden foi a escolhida para abertura. Já de início uma faixa gravada por Lione, que esbanja sua espetacular voz de tenor e a conexão perfeita com os demais membros da banda. Outro destaque para a difícil missão de substituir Kiko Loureiro na guitarra, incumbida à Marcelo Barbosa.
Solos marcantes e uma levada tão natural como se já fosse um músico longevo na banda. Prova disso foi a performance da segunda música, Angels and Demons. Executada com perfeição, trazendo a plateia para cantar junto com Lione, emendando na sequência Running Alone, do álbum Rebirth. Não muito comum nos antigos shows do Angra, essa música trouxe um pouco de nostalgia dos álbuns com Edu Falaschi.
Eis que a divulgação do novo álbum Omni tem início com a música Light of Transcendence. Olhares atentos da plateia, ainda não muito familiarizados, a banda segue com Travelers Of Time e tem o ápice nesta sequência com a icônica Black Widow’s Web. Vale destacar que foi a primeira vez que a faixa é executada nesta turnê com a parte do vocal (gravado originalmente pela Sandy) sendo cantada por Rafael Bittencourt. Lembrando que a música tem também a participação da vocalista do Arch Enemy, Alissa White-Gluz com seus sombrios e maravilhosos guturais. A surpresa foi Fabio Lione fazendo o vocal gutural, com ajuda de um pedal, é verdade, mas pra um tenor, o resultado foi ótimo!
Insania vem na sequência para agitar um pouco mais a plateia graças ao ótimo refrão pra cantarolar junto com a banda. Chegamos à parte “calma” do show. Rafael nos apresenta pela primeira vez a balada The Bottom of My Soul, cantada por ele na íntegra, assim como no álbum. É outra faixa que aparece pela primeira vez na turnê. Em seguida, War Horns e talvez a música mais brasileira do disco, Caveman. Se aproveitando das batidas que imitam uma espécie de som tribal, é chegado o momento do solo de bateria. Bruno Valverde, o membro mais jovem da atual formação, mas de um talento irreparável.
Muita técnica e velocidade, batidas precisas pra levar a galera às palmas junto com os ritmos. Magic Mirror trás a banda de volta ao palco, Lione já sem o casaco, temperatura subindo no show. Mais uma estreia nesta turnê, a romântica Always More fez alguns casais ficarem mais abraçados, apaixonados. Silence Inside fecha a apresentação do álbum Omni. Neste momento, com Spread Your Fire, o show esquenta de vez. Fabio Lione mostra porque é virtuoso cantando até notas mais baixas, como em Ego Painted Gray.
Heroes of Sand e a surpreendente Carolina IV, com seus mais de 10 minutos, são duas outras estreias na turnê. Carolina IV executada à perfeição, arrancando muitos aplausos ao final. Tantos aplausos, obviamente para chamar a banda para o BIS e a última surpresa do show: sem Carry On, Rebirth ou Nova Era fecham a noite, após mais de duas horas de espetáculo. Tantas novidades assim mostram que realmente o Angra está renovado e muito preparado para os novos desafios da carreira. Ao final do show, que não estava 100% lotado, diga-se, a certeza é de que os ávidos fãs do Metal Melódico ou Power Metal puderam ir pra casa com a sensação de que uma Nova Era começou para esta banda formidável. Voltem logo para Curitiba!
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