A banda de Caracas (Venezuela) de rock progressivo Vettor N’the Insurrectos lançou oficialmente seu tão aguardado álbum de estreia, “For Everyone but not!”, em 4 de setembro de 2024.

Este álbum inovador combina musicalidade intrincada com energia crua, criando um som único apelidado ProgN’Roll – uma fusão de rock progressivo e rock ‘n’ roll, podemos colocar umas pitadas de Hardcore melódico e mais um monte de temperos nesse excelente disco já disponível em todas as redes sociais e nós não conseguiríamos decidir uma proposta assertiva para o estilo dos caras, é um disco interessante de ouvir, em uma primeira audição até torci um pouco o nariz para o excesso de teclados, mas o disco foi me surpreendendo aos poucos e posso dizer que não me surpreendeu eles terem sido chamados para a seletiva do Wacken, são músicos brilhantes, que fazem um som sem se prender a estilos ou modas (apesar da comparação que fazem com Mastodon e Opeth), mas eu vejo os caras com uma luz própria frente a tantos modismos desse mundão do Rock e, me surpreendeu uma Banda Venezuelana (nada contra a Venezuela, por favor, mas não conheço muitas referências de Metal por lá) fazer um som tão trabalhado, bem gravado e com uma irreverência tão grande e simples à mesma maneira, a ponto de sobressaírem e ganharem destaque for a do seu País.

Esse disco foi gravado principalmente no Estúdio 162, embora as baterias tenham sido gravadas no Sáez Studio e no Rock N’ Art Studio, assim como algumas vozes no Wammy Studio. Foi produzido pela própria banda, contando com Luis Flores nos controles de mixagem e masterização.

O disco começa com uma bela introdução que remete a filmes da Idade Média bem interessante, seguida da “Between the line”, uma música cheia de variações, que vai te envolvendo, achei os teclados um pouco altos na mixagem, mas nada que atrapalhasse a música, que tem uma excelente parte harmônica com cítara que dá um toque especial,  música pesada, com um solo de guitarra congruente, bem pensada para começar esse disco, “Ghost of I”, entra mais cadenciada, mais metal, crua, com dobras excepcionais de guitarras, refrão bem proporcionado dividindo harmonia e peso na medida certa.

Gostei muito da próxima, “To the devil his due” é uma música com grandes variações rítmicas, várias cadências, um piano meio dissonante, mas que dá um toque especial a essa excelente composição, bem agradável à audição.

“Obstacle” é mais melódica, mas tem uma linha de vocal surpreendente que navega com esse som a um outro patamar, as composições desses caras são bem intrigantes, nos tiram do senso comum de esperar uma ou outra parte, essa música mexe com essa sensação. A próxima é cantada em espanhol, “El Gordo y el Profe”, queria entender melhor a letra, tentei achar aqui, mas não encontrei, deve ser alguma zueira dos caras, enfim, mas é um dos sons mais Prog dos caras (como eles se intitulam), vários riffs, solos, uma música bem incomum…e eu gosto.

“Obscure” é a música carro chefe dos caras, lançaram um ótimo clipe promo desse som, que é mais puxado pro Hardcore melódico, com notas oitavadas, bateria socada e climas que se não tivessem teclados penderia mais para esse lado mesmo. Tem umas notas que ficam soando no ouvido que foi uma grande sacada.

“Mediterranean Intermission” é uma parada bem eletrônica, dançante e muito louca, você não entende bem o contexto até ouvir o próximo som, “Our song”, na minha opinião a melhor do disco, porrada, violenta, ácida, do jeito que eu gosto, tem uma levada sensacional, bem trabalhada, adorei esse som.

“Our last time” tem uma levada que lembra os primeiros discos do Mastodon, um som mais obscuro, denso e, ao mesmo tempo, com um andamento forte, os caras têm uma identidade legal, porque suas composições podem até remeter a alguma banda, mas eles quebram isso bem não se tornando cópias ou imitações, eles souberam explorar bem essa metodologia nessa compilação.

“Something to sing” é mais calma, sem perder o peso, as guitarras soam frases em cima do piano trazendo um clima bem diferente e dissonante, esse som é mais cadenciado também. “Doubted Shaded” fecha o debut dessa admirável banda, um som bem levado, com vários elementos que passearam por todo disco, tem todas levadas dos caras num som só e eu curti bastante escrever essa resenha e conhecer mais uma banda que entrará na minha playlist com certeza.

O projeto que virou banda realmente surpreende pela técnica e pela habilidade de seus músicos, eles ousaram e deu certo sim, tem uma identidade própria e souberam fazer um ótimo disco, super recomendado tanto para quem gosta de um som mais prog, como para quem gosta de um som mais pesado, nota do editor (8,0).

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Assista o clipe da música “Obscure”

 

 

 

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