Desde a sua criação no final dos anos 90, Watain oferece um som visceral. Liricamente, eles tratam do satanismo, da morte e da espiritualidade sombria. Com um quarto de século em palco e a produzir música, são uma banda com uma posição consolidada na cena.
Watain anunciou sua participação no MXMFVIII nas redes sociais desde dezembro passado, porém, com exceção de uma apresentação na Índia, seus shows deste ano estão prestes a começar, por isso não temos muita clareza sobre o que esperar. Mas, em geral, suas apresentações ao vivo homenageiam o gênero, sendo rituais, onde as pessoas entram em sintonia com fumaça, fogo, caveiras e marcada iconografia satânica.
Ao longo dos anos, Watain foi considerado, como muitas outras bandas de black metal, uma banda fascista. Um exemplo é o debate sobre a capa do seu último álbum de estúdio, “TheAgonyandEcstasyofWatain”, que inclui uma versão modificada da águia de guerra nazista. Em 2006 também foram interrogados por fazerem a saudação nazista; Nesse sentido, Erik Danielsson (vocalista) se manifestou contra o NSBM (black metal nacional-socialista), dizendo que tal movimento é uma zombaria, e que o black metal não pode ser reduzido a isso. Além disso, em entrevista ao Aggressive Tendencies, ele declarou estar incomodado com essas acusações, comentando que o black metal deveria ficar fora de conflitos sociopolíticos. Ponto de vista peculiar, visto que sendo música e esta arte, é quase impossível fugir da sociopolítica, além do fato de o black metal ser em si um movimento sociocultural. Em todo caso, ele nos oferece um aspecto da filosofia do black metal, já que disse que deveria ser um espaço para todos os anjos caídos, independente de tudo o mais e que somos todos iguais antes de morrer. Ele também mencionou que Watain é um projeto artístico sem restrições morais.
O MXMFVIII será realizado nos dias 16 e 17 de novembro no Velódromo Olímpico da Cidade do México.
Fotografia: Pelle Forsberg para Lola Valkyrie no Brutal Assault 2023.