Com os ingressos esgotados e sendo a edição com maior público de sua história, o festival iluminou o Aeródromo Santa María de Punilla nos dias 15 e 16 de fevereiro com uma programação que combinou lendas do rock nacional, artistas emergentes, figuras do novo cenário musical e algumas bandas internacionais.

Mais de 100 artistas, 6 palcos, 110 mil pessoas e um espetáculo abrangente montado em uma propriedade de 15 hectares tornaram a comemoração de 25 anos memorável.

Foto gentileza Cosquín Rock
Imagem gentileza Cosquín Rock

Os intervalos e espaços entre os palcos principais foram ocupados por mais de 30 marcas, entre elas: Fernet Branca, Disney +, BBVA, Quilmes, Pepsi, Sedal, Life Seguros, Disco, Red Bull, Universidad Católica de Córdoba, NotCo, Avalias, Vans, Carne Argentina, Non Barro, Flecha Bus, Beldent, Nubia, Gin Heredero, entre outras.

Foto gentileza Cosquín Rock

Mas quem mais se destacou foi a Red Bull, marca responsável pela atração que chamou a atenção de todos, e que foi a tirolesa de 150 metros que um grande número de participantes pôde desfrutar.

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A oferta gastronômica foi marcante e variada, com mais de 15 food trucks instalados formando uma praça de alimentação, que complementou os clássicos bares de bebidas e fast food em diferentes setores do local, próximos aos palcos. A localização e a modalidade “self-service” dos postos de hidratação com água potável foram um grande sucesso logístico. O espaço “Non Barro” esteve mais uma vez presente, com os seus pratos gourmet de montanha, para a apreciação dos mais requintados.

Por outro lado, 1,5 milhão de pessoas na América Latina e Argentina puderam assistir ao festival ao vivo por meio da transmissão oficial do Disney+.

O investimento para produzir um festival dessa magnitude também teve foco em tecnologia. Nesta edição, a produtora implementou segurança tecnológica preventiva. Com a ajuda da empresa Batcom Technology, contou com reconhecimento facial para os participantes, monitoramento de IA, controles de acesso e instalações físicas para resposta imediata.

O maior desafio para cobrir um festival onde tantas coisas acontecem em simultâneo, com quase 1km de distância entre os palcos principais, é ter que decidir o que vai ver, e para isso o festival criou uma aplicação especial que permite gerar o seu próprio percurso com base nos horários de cada artista, que respeitam com a pontualidade inglesa.

DIA 1

Foto gentileza Cosquín Rock

No palco Sur, pontualmente e para um público razoável, RYAN, uma das jovens bandas mais promissoras do rock argentino atual, iniciou sua apresentação às 14h30 e abriu oficialmente o festival. O garage rock moderno, aliado a uma grande atitude rock de seus integrantes, deu o pontapé inicial ideal para o Cosquín Rock 2025.

Meia hora depois, a proposta poderosa de Inazulina abriu o palco Montaña: um metal gótico dramático que oscila entre a agressão e os transes medievais, coroado pela voz operística de Carolina, sua líder, junto com os solos agudos de seu guitarrista. Algumas almas se animaram com a proposta sombria e o sol que em alguns momentos entrava totalmente no palco sem conseguir alterar uma única linha da proposta da banda que com maquiagem de vampiro, muito couro e vestida com vestidos longos com penas conseguiu realizar sua apresentação.

Foto gentileza Cosquín Rock

Novamente no palco Sur, os Jóvenes Pordioseros, uma das bandas com mais presença no festival, brindaram-nos os primeiros 3 grandes momentos desta edição do CR: A Ñam fri fruli fali fru versão de Los Redondos (banda histórica nacional que foi homenageada ao longo do CR25 por diferentes grupos), o primeiro feat. com a presença de Wayra Iglesias para interpretar “Nunca me enseñaste” e o encerramento com “Descontrolado” com Toti cantando a música inteira do público com pogo incluído.

Foto gentileza Cosquín Rock

Homenagens são algo muito correto em festivais tão federais como este, e às 16h30 no palco Norte, Hilda Lizarazu apresentou seu show de homenagem a Charly García, versões primorosas, a partir de um lugar de amor e cumplicidade com a obra de García, para muitos o maior herói do rock nacional. Uma grande banda que incluía instrumentos orquestrais como violino, contrabaixo, violoncelo e clarinete. Tudo dirigido por Lito Vittale desde as Chaves.

Ficamos no mesmo palco para curtir a proposta do El Mató a un Police Motorizado, banda que a partir de grandes shows se tornou um clássico do festival e referência para uma nova geração de artistas que dominam o cenário nacional. Grande show liderado por Santi Motorizado.

Foto gentileza Cosquín Rock

A caminho do palco Sur para continuar a cobertura, parámos na “La Casita del Blues” onde Los Espíritus aproveitou a capacidade do palco mais pequeno do festival. É um palco imperdível em Cosquín, montado como uma casa delta, com sua típica galeria americana. Nesse mesmo palco, no primeiro turno, abriu Los Mentidores, com a presença do ideólogo do Cosquín Rock, Jose Palazzo. Sim, o próprio dono do circo, se divertindo no palco com sua banda.

José Palazzo con su banda – Foto gentileza Cosquín Rock

No palco Sur pudemos curtir uma grande dupla de La Vela Puerca e No Te Va Gustar, duas bandas uruguaias que já são clássicos deste festival, com sua proposta inconfundível que combina o rock com ritmos típicos daquele país. O público a esta altura da tarde já era muito grande.

No horário central do festival, a “golden hour”, quando a tarde cai e a noite começa a aparecer, o rolo compressor do rock fez a sua apresentação: Divididos. Distanciados durante vários anos da produção do festival, regressaram em 2020, com a condição de tocar nessa altura, e desde então marcam presença com espectáculos impressionantes. A banda, formada por Ricardo Mollo, Diego Arnedo e Catriel Ciavarella, demonstrou mais uma vez porque é considerada o “rolo compressor”. Uma ótima lista onde faltavam as capas de Pappo, La Pesada e Sumo. Com a paisagem serrana, Divididos é uma das bandas obrigatórias de ver neste festival. Um momento curioso que só poderia ser percebido se você estivesse conectado à plataforma Disney+ foi que durante o solo de bateria de Catriel, simultaneamente, em outro palco, aconteceu a mesma coisa, com o baterista do WOS.

Foto gentileza Cosquín Rock

Com a noite caindo sobre todo o local, foi a vez do Airbag, banda do momento, curtir um presente de estádio. Os irmãos Sardelli sabem o que estão fazendo. A combinação do hard rock com habilidade técnica e dedicação fez com que fosse o show mais quente de todo o festival: várias mulheres da plateia resolveram tirar a camisa, mostrando o torso nu. Esses tipos de expressões historicamente fizeram parte do espírito do rock. A efervescência do momento inviabilizou a censura na transmissão oficial do Disney+.

Foto gentileza Cosquín Rock

Para continuar com a energia alta, aproximamo-nos de La Casita Del Blues onde estava a decorrer a homenagem a Pappo, uma das figuras lendárias do festival e da música que recebeu a sua merecida homenagem. Notável banda liderada por Don Vilanova Botafogo, com a presença de Luis Robinson na gaita, Bolsa Gonzalez na bateria, Yulie Ruth no baixo e Nico Raffetta nos teclados. Os convidados não ficaram atrás, incluindo a presença de Celeste Carballo e Juanse do Ratones Paranoicos. Um luxo que tornou o espaço destinado a este palco demasiado pequeno.

Foto gentileza Cosquín Rock

Já nas primeiras horas da manhã, a apresentação dos Los Ratones Paranoicos num palco e dos Los Auténticos Decadentes no outro, representou diferentes formas de festejar. É disso que trata o festival: a música como linguagem universal e uma celebração no seu estado mais puro. Já era tarde e tivemos que recarregar as baterias para o segundo dia de festival.

Grato à organização e imprensa da EnVivo Producciones pela atenção e facilidades que prestam em todos os momentos para poder realizar o trabalho.

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