Por Enrico Bertaglia

Nota: 09.0/10.0

Recebi a versão digital deste primeiro álbum da carioca DEVOTEE, e desde o primeiro contato com a obra fiquei completamente perplexo. A qualidade em todos os aspectos é inegável, mesmo que o grupo brasileiro deixe bastante evidente as suas influências da sueca Ghost. Sim, tudo aqui é muito similar aos gringos, mas é tão bem feito que eu passei pano facilmente pros caras.

A produção é coerente com o estilo proposto, tendo todos os instrumentos evidenciados de maneira cristalina. A arte de capa é outro destaque, fugindo bastante do que comumente vemos em bandas do gênero, o que acabou por resultar em algo bem artístico. Já a proposta musical é a mescla do Heavy Metal com o Rock Psicodélico, algo que foi disseminado pelo Ghost, principalmente, nos seus dois primeiros álbuns “Opus Eponymous” (2010) e “Infestissumam” (2013). Então, se você gosta destes discos mencionados aqui, facilmente irá se deleitar com “Rites of Passage” (2021).

Para não dizer que tudo são flores, achei o álbum curto demais. Apesar de contar com sete faixas, o material mal chega aos seus trinta minutos de duração. Isso frustra um pouco, porque o disco vem em uma crescente muito eficaz, e eis que de repente ele finaliza com “When You Sleep”, não por acaso, a maior dentre todas. Aliás, além dela, vale menção a excelente “Reborn”, que serve como porta de entrada para a viagem musical que a DEVOTEE nos impõe.

Acho muito injusto chamar a DEVOTEE de Ghost brasileiro, ainda que a sua música acabe convergindo de encontro ao grupo sueco, sem qualquer pudor. Afirmo isso porque tudo é tão bem aplicado que fica difícil não gostar do álbum. Agora, com o agenciamento de uma das maiores empresas do país, acredito que a DEVOTEE vai alçar voos mais altos e, por que não (!?), alcançando o tão sonhado mercado internacional.

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