El evento

O local foi o Centro Cultural Sangriento, que está dentro da ExFábrica de Harinas, um lugar no noroeste da Cidade do México que abriga diferentes negócios de comida e um museu de videogames. O mais notável deste lugar é a quantidade de murais de grafite nos corredores e interiores. Este evento, que ocorreu no dia 21 de setembro, foi marcado por uma organização impecável que deixou satisfeitos tanto as bandas quanto o público presente. As instalações foram ideais para receber as bandas e os fãs de doom metal, stoner metal e sludge metal, gêneros que, além da música, também fazem parte de uma cultura que encontra ressonância na contracultura dos anos 60 e no movimento 420.

Havia dois stages, o principal ao ar livre, com tendas que protegeram de uma leve chuva que caiu em algum momento. O outro palco estava no segundo andar, em um interior, atrás do palco principal. Isso, junto com a pontualidade nos horários de cada banda, permitiu que as trocas entre bandas fossem fluidas e que o público pudesse aproveitar cada uma delas.

 

Apesar de o festival estar cheio, nunca pareceu esmagador. O local, embora com capacidade para um grande número de pessoas, talvez fique pequeno se a popularidade do evento continuar a crescer nas próximas edições. No entanto, nesta ocasião, foi alcançado um equilíbrio perfeito entre espaço e público. Além disso, os preços acessíveis de alimentos, bebidas e merchandising (camisetas, vinis, fitas cassete e adesivos) tornaram o festival mais agradável para todos os bolsos. Nesse sentido, algo muito louvável, não só pelo preço, mas também pelo fator ecológico, foi a oferta de água gratuita.

Os gêneros predominantes no festival bebem diretamente da influência de Black Sabbath, particularmente de seu álbum “Master of Reality“, que popularizou esse som escuro, denso e carregado de lentidão. Esse tipo de música é inseparável da cultura da cannabis e do movimento 420, que, assim como a contracultura dos anos 60 e 70, utiliza a música e o consumo de maconha como veículos de inspiração e resistência.

Durante o festival, essa influência era palpável tanto no som quanto na atitude das bandas. Grupos como Weedsnake e Belzebong evocaram esse espírito sabatiano, com seus riffs lentos e densos, mas muito rítmicos, enquanto outras bandas como Reverence to Paroxysm e Age of the Wolf ofereceram sets que, apesar de pesados, conseguiram cativar o público com um equilíbrio entre agressão e transe musical, criando uma atmosfera da qual todos fazíamos parte. Cada banda fez uma contribuição única, a seguir destacamos algumas linhas de cada uma.

 

 

 

 

Reverence to Paroxysm

Quando cheguei, esta banda havia começado há poucos minutos, uma das mais pesadas do festival e que eu realmente queria ver. Eles tocaram no palco principal, e estando lá, pensei que seu som era algo como brutal minimalista, com arranjos simples, um compasso lento e guturais graves que conferiam grande força. Eram 4:20 da tarde e o público começava a esquentar, já havia uma quantidade aceitável de pessoas, muitos ainda reconhecendo o lugar. Eu teria gostado de um set mais longo dessa banda.

Age Of the Wolf

O espaço do segundo palco era menor, com as dimensões de um bar pequeno. Imediatamente começou o show de Age of the Wolf. Eles são uma das bandas que considero melhores ao vivo do que em gravação. Eles têm um som viajante e pesado, um pouco relaxante, mas também muito sólido. Ambos os guitarristas e o baixista usaram o microfone, o que achei muito interessante. Era pouco mais de 5 da tarde e o palco começava a ficar cheio, muitos ainda estavam chegando, mas entraram rapidamente em sintonia, entretidos, viajando, curtindo. A sinergia entre essa banda costarriquenha e o público foi sutil, mas boa.

Mizmor

Saí um pouco antes de o set terminar, pensando que a maioria do público estava no palco de cima, mas não era o caso. Mizmor estava fazendo a passagem de som e havia muita gente lá. Ele se despediu do público, dizendo que voltaria em 6-7 minutos. O som de Mizmor não é fácil de digerir. Por exemplo, Reverence to Paroxysm soa mais pesado, mas acredito que o sentimento de A.L.N. (vocalista e compositor de Mizmor) tem uma grande carga emocional e ele transmite isso na música. Às vezes reflexivo, outras vezes deprimente, desesperado, reconfortante, irritado, foi definitivamente a apresentação mais existencial da noite. Esta foi uma das bandas que muitos estavam ansiosos para ver, e foi recebida com aplausos no final de seu set.

Abyssal

Lento, muito lento e denso, o funeral doom metal dessa banda. Uma bateria, um guitarrista que fazia guturais ocasionais e incompreensíveis, outro guitarrista com uma expressão forte e pouco emotiva, e uma baixista que compensava a falta de expressividade de seu companheiro, dançando lentamente ao ritmo de suas próprias notas, sentindo a essência do som saturado e viajante da banda. O nome deles refere-se às profundezas do oceano, e foi um set muito introspectivo. Uma viagem muito boa com esta banda de Tijuana, México.

Belzebong

Que banda incrível. Da barricada da imprensa, foi muito divertido tirar fotos deles; nunca vi o rosto do baixista e vocalista, que passou o tempo todo balançando a cabeça e o tronco, escondendo o rosto atrás dos cabelos. Os guitarristas interagiam com o público, posando, curtindo. Esta banda era perfeita para qualquer coisa que você estivesse fazendo, dançando na frente do palco, curtindo sentado no chão, ou na fileira traseira, relaxando com amigos. Belzebong é uma banda da Polônia que transmite ótimos riffs, mas o público também foi sensacional.

 

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Weedsnake, una de las bandas más sabatianas, los mexicanos de Weedsnake dieron un espectáculo que sin duda pudo estar en el escenario principal. El mosh inició en las primeras canciones, no eran muchos los que estaban dentro, pero bastante animados.  Se tomaron un muy descanso para beber cerveza e interactuar con el público que estaba muy animado. Esta banda es algo así como un Black Sabbath mexicano con guturales.

 

 

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Eyehategod, la banda más antigua, nacieron en 1988, y se les considera una de las bandas formativas del género. A este momento, ya solo el escenario principal estaba activo, por lo que toda la gente se reunió ahí. Dieron un muy buen espectáculo, riffs, clásicos del género, pero con voz e intensidad extraida del punk. En general, su energía que se sintió en todo el set por lo que la respuesta de la gente fue recíproca.

Antes de la última presentación, encontré a un grupo de argentinos y mexicanos pasándola muy bien, destacando lo bien que la pasaban (entendí que se conocieron ahí), la emoción de su plática me llevó a preguntarles si querían una foto a lo que respondieron efusivamente.

 

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Bueno, weedeater tuvo algunos problemas técnicos, se prendieron las luces y había gente cantando algo de fondo antes de que la primera  nota de la prueba de sonido sonara, pero la gente fue muy paciente.  La prueba de sonido fue suficiente para comenzar a entretener al público. Dixie (el vocal) explicó los problemas técnicos que estaban teniendo y  10 minutos más tarde, empezaron a tocar. No fue necesario disculparse,  la música inició y todos estaban contentost.  Fue divertido tomarles fotos, décadas después de su formación (1995) la banda se divierte y disfruta del escenario. Después de salir de la barricada apagué la cámara y sólo disfruté de la música.  Oscilando entre lo relajante y lo agresivo, el espectáculo duró alrededor de una hora.

En conclusión

En conjunto, el festival destacó no solo por su excelente organización y precios accesibles, sino también por respetar el tiempo y el espacio para cada banda. Nada falló, y el público pudo disfrutar de una experiencia inmersiva que capturó la esencia del doom, stoner y sludge, géneros que, a través de su relación con la contracultura de los 60 y el movimiento 420, continúan ofreciendo un refugio sonoro para quienes buscan algo más que música: una experiencia sensorial y cultural completa.

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