Em fevereiro de 2020, quando a normalidade ainda “reinava” aqui no Brasil, tivemos a 14º edição do Otacílio Rock Festival que contou com o Korzus como headliner, que fechou o festival no 2º dia de evento.
Otacílio Rock Festival
Como já era de se esperar, a banda realizou um show destruidor em solo catarinense, Estado em que não passavam desde 2014. Para conferir mais detalhes desta e das outras apresentações, leia nossa resenha com a cobertura completa do festival e as fotos da edição 2020.
Conversei pessoalmente com o Marcello Pompeu (vocal) e o Dick Siebert (baixo) minutos antes da apresentação do Korzus de uma maneira muito descontraída. Os caras são muito humildes e tem muita história da cena para contar! Além disso, não tem essa de “estrelismo” no metal, não para eles. Chegando no evento, se juntaram com a galera, trocaram ideia com os headbangers, tiraram fotos e receberam a equipe do CEP muito bem no interior de seu ônibus.
A entrevista gravada (pedimos desculpas antecipadamente pela gravação, por estarmos com equipamentos bem amadores – celular) você pode conferir no nosso canal do YouTube.
Leia agora a entrevista completa com o Pompeu.
Vale a observação que, com todo esse problema mundial causado pela pandemia do novo coronavírus, a entrevista escrita não teve como sair antes, mas as ótimas lembranças do Otacílio Festival 2020 seguem frescas nas memórias de todos, então continue lendo que tem bastante coisa boa e uma mensagem muito positiva desse cara sensacional e lendário do Metal Nacional.
Paloma Melzzi: Korzus é uma banda veterana da cena nacional. Para uma banda de SP, como é vir para Santa Catarina e como é a receptividade por aqui?
Marcello Pompeu: Foi ótimo, já faziam anos que não nos apresentávamos por aí. Para nós foi um grande prazer voltar ao Otacílio que é um grande evento com uma grande história na cena. A receptividade foi ótima, como sempre em nossos shows. Como a forma do evento é bem despojada, pudemos ter um contato direto com os fãs, foi bem legal.
Paloma: O Otacílio Festival é um evento com um formato diferenciado. Acampamento, uma interação mais próxima entre público e banda. Como é essa experiência para vocês que estão sempre em grandes palcos, grandes cidades e eventos? Isto é, que existe um espaço maior entre o público e banda.
Pompeu: Bem legal. Como disse acima, a interação foi fantástica, um evento que te dá o privilégio de ter esse contato e as pessoas também te respeitam e não ficam grudadas que nem “ventosa” (risos) achei da hora, como da vez passada, Otacílio sempre é animal!
Paloma: Em dezembro vocês lançaram a biografia da banda “Guerreiros do Metal”. Conte um pouco sobre esse trabalho
Pompeu: Foi um projeto longo e de muito estudo, o Maurício Panzoni foi demais nesse projeto, teve a “paciência de Jó” e a competência necessária para dar certo. O Dick foi o membro da banda que esteve ao lado dele em todo projeto, o livro tem vendido bem e foi muito bem aceito na cena.
Paloma: A respeito do projeto “Armored Dawn Convida” é uma turnê que passará por várias cidades brasileiras iniciando dia 30/04 no Rio de Janeiro. Qual expectativa sobre essas apresentações? E o que o público pode esperar?
Nota: Entrevista foi enviada antes da pandemia COVID-19 no Brasil.
Pompeu: Eram ótimas antes da pandemia, agora não sabemos como será. Acredito que será adiada e assim que tudo normalizar a tour estará de pé e faremos shows memoráveis para nossos fãs. Infelizmente esse problema mundial afetou a tudo e todos.
Paloma: O último disco lançado foi o Legion, em 2014. O que podemos esperar de novidades a partir de 2020?
Pompeu: Estávamos gravando uma coletânea de 15 músicas, releituras de músicas nossas desde o Sonho Maníaco com uma gravação mais poderosa para seguir a campanha do livro. Tivemos que interromper devido a pandemia, quando for resolvido isso voltaremos a gravá-la.
Paloma: Como já falamos anteriormente, Korzus é uma banda veterana iniciando suas atividades ainda na década de 80. Como vocês vêem o público de antes e o público de agora?
Pompeu: A mesma coisa no coração, o fanatismo pelo metal, headbangers acima de tudo. A grande diferença está na quantidade de fãs que é muito maior hoje em dia e também a internet que tem o seu lado bom e ruim para cena.
Paloma: Ainda falando sobre público, o pessoal fica preso mais nas raízes ou eles aceitam bem os novos trabalhos?
Pompeu: Acho que os dois, depende da geração. A nova curte alguns artistas legendários e as bandas de sua época. A antiga ainda reluta muito pelas novidades da cena, acho bem relativo. mas normal. Já fui assim também, quando era garoto os mais velhos queriam me empurrar Beatles, Rolling Stones entre outros, eu queria Judas, Motörhead, Accept, Slayer, Metallica entre outros, isso faz parte para a renovação.
Paloma: Hoje em dia, serviços de streaming, tipo: Spotify, Deezer, YouTube, entre outros, estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, levando em conta que é uma maneira muito prática de se escutar música. Mesmo assim, o público do metal são dos poucos que ainda consomem o material
físico. Nos passe um pouco sobre essa visão. Os discos físicos ainda são uma realidade?
Pompeu: Acho que no futuro serão só essas plataformas e os físicos, itens de colecionador. O vinil voltou porque existem muitos colecionadores e amantes da sonoridade única do vinil. Acho q o físico vai sobreviver nesses moldes, mas a realidade de mercado serão as plataformas.
Paloma: Como uma banda que claramente se mantém viva até hoje e sempre lutando, deixe uma mensagem para os que estão começando agora.
Pompeu: Perseverança e amor ao metal! Quando o sentimento headbanger é maior que tudo, minha vida é heavy metal.
Paloma: Espaço para agradecimentos.
Pompeu: Obrigado a todos, mantenham-se firmes nessa fase negra de pandemia, tenham esperanças, que deus abençoe a todos, palavras do Lorde Ozzy. Abraços!
Korzus a qualquer momento
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