A busca esquizofrênica por representatividade , por alguém que todos tomem como herói, ídolos e referência nacional, existe desde quando foi esquematizada a proclamação da independência, sempre meio capenga , sempre com uma visão torta e embaçada, foram tentativas de criações de heróis e mártir, muito mais com o desejo de passar ou dividir , a responsabilidade de construção de uma nação, e como um desejo messiânico de uma pseudo salvação, de uma solução rápida e instantânea do que uma identificação natural e popular de tais personalidades. Desde a nossa criação como um País independente, na verdade antes disso, buscamos e muitas vezes criamos líderes, até aqui então, as nossas criações foram seguidas por uma visão branca – europeia, o fetiche pelo líder, herói e mártir alvo, de cabelos lisos e mentalidade alinhada com o sistema a vigente temporal, nos tornou míopes para os nossos verdadeiros líderes e heróis.
A visão construída e a necessidade estabelecida, não surgiu instantaneamente do nada, e muito menos do povo, pois o povo não cria o que já nasce em seu meio, o que já nasce com ele, potencializado por uma necessidade de resistência e luta, não, nenhuma das invenções ou tentativas nessas criações surgiu do povo, alguns foram apropriados do povo e mudado e transformado, manipulados e ideologicamente invertidos ou desfigurados. A intenção de enfiar guéla a baixo do povo os líderes manufaturados, se espalha nas esferas políticas, esportivas, sociais e criam condições e situações para justificar as criações. Em um cenário político onde a corrupção, conchavos, manipulação da massa de manobra é proliferada e até montada por todo um esquema midiático com um alinhamento em quase sua totalidade, que trabalha incansavelmente para justificar o status quo e sua ideologia onde o acúmulo de capital e o padrão caucasiano europeu, é a meta final, se esforçam para criações e proliferação de ídolos nacionais.
Juízes tratados como mega star, políticos que foram transformados em semideuses e intocáveis, jogadores de futebol onde propagandas e grande esquema elevam-no acima de mortais normais se elevam acima de heróis naturais e reais que todos os dias, em toda parte do território brasileiro agem como verdadeiros heróis, mas não são vistos como ídolos. A nossa necessidade de ídolos, criada ainda no século XIX, foi moldada e patrocinada pelas elites para seu favorecimento e manutenção de sua posição elitista, para justificar o poderio econômico e social sobre os demais e em alguns casos como uma válvula de escape uma justificativa medíocre para maquiar as diferenças reais entre lideres e heróis obscuros, que batizam uma sala escura ou um corredor de uma Universidade e líderes que são exaltados e comemorados com uma estátua gigantesca em uma das mais movimentadas Avenidas de São Paulo. A necessidade passiva do brasileiro em necessitar de líderes e aceitarem líderes construídos, deixou nosso povo sem as referências realmente relevantes e significativas de exemplos reais, ao contrário, temos ídolos e mártir estupradores, assassinos, racistas e gente que o único intuito era tirar a liberdade de povos e roubar suas riquezas e suas forças de gerar riquezas, mas seguimos o jogo “deles” , acreditando que aquele político é Deus e salvará o País , que aquele jogador é Deus e irá salvar o País. Mas quando a elite e a mídia decidem trocar seus ídolos, o fazem sem cerimônia e sem remorso, os destituem sem louros e os jogam no paredão de fuzilamento, amplamente aceito por aqueles mesmos que o exaltavam, idolatravam e o viam como salvação. Então o político Salvador da pátria já não o é, e a massacrante conta de votos que teve, graças ao trabalho midiático, de repente é negado por todos, como se nunca ninguém tivesse nele votado … então aquele jogador de futebol que era endeusado não serve mais e suas firulas antes visto com alegria e acolhimento, é desprezado e criticado … mas o que importa para eles? Todos os lados já ganharam e acumularam bastante dinheiro e podem sair de cena e dar lugar a novos ídolos mais representativos para o sistema, um novo político que alinhe seu discurso e retórica com políticos estrangeiros , novos conceitos de democracia e autoritarismo, empurrado a força e manipulado com inteligência, logo será a nova salvação política, em breve um novo jogador ou um mesmo requentado e remodelado as exigências temporal irá surgir e levar adiante a manutenção ideológica do sistema.
Pão e circo ??? Não, mais que isso, não somos tão burros como o povo romano, hoje nos achando mais intelectualizada e politizados queremos pão, circo, ídolos e heróis.

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