Eis que finalmente, depois de um ano de espera, se concretizou a cerimônia de abertura ou aquecimento de mais uma brutal edição, já a 24ª edição do SWR Barroselas de 2024, começando em 23 de abril, em seu dia Zero, com mais uma edição, mais uma semana de aço.

A noite foi composta por quatro bandas de estilos diversos, desde o crust até ao Thrash e ao Black/Death. Estivemos a rockar ao som de Verme, Alpha Warhead, Vøidwomb e CobraFuma.

Como recepção de boas vindas, os lisboetas VERME fizeram as honras de uma forma feroz e sem piedade. Praticantes de um blackened Hardcore/crust, trouxeram-nos uma deliciosa surpresa ao nos apresentarem com uma nova vocalista, a já conhecida Carina Domingues dos Disthrone, que estava possuída em palco enquanto vociferava diatribes e cuspia ácido das suas entranhas.

Verme – SWR24 | Crédito @mellroxy

Foi, sem dúvida alguma, uma intensa experiência tanto auditiva como visual que deixou rasto para os que viriam a seguir. Nesse caso, o código era vermelho e de extrema emergência, pois os também lisboetas ALPHA WARHEAD estavam inquietos para libertar o seu Thrash rápido e furioso sobre os presentes. Destaque para a cuidada estética do palco, o pormenor das fitas de “não ultrapasse” em X e também o muito bem pensado pedestal com o botão vermelho para ativar a destruição total.

ALPHA WARHEAD| Crédito @mellroxy 

Foi a sua estreia no festival e também só existem desde 2019 e já têm um álbum de originais intitulado “Code Red“, lançado no ano passado. Estes jovens sabem muito bem o que estão a fazer, a destilar um Old School Thrash como deve ser, ninguém ficou indiferente à alta voltagem e pedalada dos seus riffs insanos e a loucura cedo se espalhou e perdurou durante todo o concerto que foi explosivo.

Seguidamente e a servirem o caos foi a vez dos enigmáticos e soturnos VOIDWOMB invocarem forças e poderes ancestrais ao trazerem umas trevas condensadas e misteriosas dos abismos do ser.

VOIDWOMB | Crédito @mellroxy

Coros e vozes imperceptíveis das catacumbas foram ouvidas e o caos instaurado. Tocaram alguns temas do seu mais recente trabalho “Spiritual Apotheosis” e também deram destaque ao EP “Altars of Cosmic Devotion“. Em sua setlist esteve presente “Vesselvoid“, “Altars of Cosmic Devotion“, “Coagulation – Cathartic Ascension part II“, “Metempsychosis” e “Summon of Utu – Shamash“.

Foi um momento de grande emoção que gerou uma atmosfera sombria e carregada de peso e secretismo. Pode-se dizer que foi mais um ritual negro do que propriamente mera performance, que deixou cinzas fumegantes e silêncio sepulcral.

Por último, para encerrar a noite que já ia um pouco longa, vieram os já conhecidos COBRAFUMA para partir a louça toda e foi mesmo isso que fizeram. Em sua introdução, ao dar 00h de 25 de abril, puseram a tocar a grande canção de esperança, “Grândola Vila Morena” de Zeca Afonso, em homenagem a esse dia que marca o fim da ditadura.

E QUEM NÃO CONCORDA, QUE VÁ EMBORA

-Foi o que pudemos escutar em meio ao hino que ali tocava.

COBRAFUMA | Crédito @mellroxy

Em seguida, começaram a vociferar temas cantados em português, como “Aço“, “Cascavel” e “Buraco“, do seu único e homônimo longa duração até à data. O público estava ao rubro e a mosh não faltou, além de rolar alguns crowdsurfings e expurgações de demônios.

Assim se deu início ao festival underground mais esperado por muitos, e longos dias/noites ainda estavam por vir.

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