27 May, 2025

Linha Preta Responsiva

Evadne, dos décadas detrás del velo

Evadne, duas décadas atrás do véu

Evadne é uma banda de doom metal originária de Valência, Espanha. Após 25 anos de trajetória musical, o grupo está visitando a América Latina pela primeira vez. Em entrevista ao Cultura Em Peso, Albert (vocalista) e Jose (guitarrista) compartilharam parte dessa jornada intensa e emocional.

Em 25 anos, muita coisa muda. O que vocês acham que mudou mais: a música ou vocês como pessoas?

Tudo mudou, de maneira geral. Não somos mais os mesmos integrantes que começaram o grupo — e isso, acreditamos, sempre vem para melhor. Evoluímos como músicos e também como seres humanos. Desde o primeiro disco até agora, há uma evolução grande. Fazemos tudo com o coração para que o público curta tanto quanto nós curtimos tocar.

Existe algum show que não saiu como o esperado ou alguma música que nunca foi lançada e da qual se arrependem?

Não que saibamos. Talvez alguma música lá do começo que poderia ser repensada hoje. Mas, sinceramente, isso nem passa pela nossa cabeça.

Durante a gravação de The 13th Condition, vocês imaginaram que a banda duraria tanto tempo?

Na época nem pensávamos nisso. Éramos jovens, não sabíamos no que estávamos nos metendo. Mas quando você faz algo com coração e com intenção de durar, as coisas simplesmente seguem. Os três membros mais antigos do grupo são amigos, moramos na mesma região de Valência, e fazemos muitas coisas juntos. Se não houver amizade, não se aguenta nem dois dias por semana — imagine 15 dias seguidos.

Vocês vão lançar um disco acústico. Foi algo experimental ou um desejo antigo?

Era algo que queríamos fazer: regravar algumas músicas de maneira diferente. Foi um desafio, porque o último álbum tem muito piano e arranjos definidos. Então decidimos levar tudo para o acústico. Tivemos que adaptar as músicas, encurtar durações, ajustar letras, e até a bateria teve que mudar o estilo. Foi um trabalho árduo, mas estamos felizes com o resultado. O disco será lançado em cerca de três semanas.

Como é lidar com tanto tempo juntos em turnês, às vezes mais do que com a própria família?

Com muita paciência. Já somos maduros e sabemos que esse caminho exige resiliência. É cansativo física e emocionalmente — voos longos, noites sem dormir ou comer direito. Mas levamos com humor, dividimos o trabalho e seguimos. Em casa temos o apoio das nossas parceiras, que entendem essa “loucura” e sabiam onde estavam se metendo. (risos)

Em algum momento a banda correu o risco de acabar?

Já houve períodos mais distantes, com menos ensaios. Mas sempre há ideias e vontade. Um grupo só morre quando não há mais nada a criar. E a gente sempre tem algo em andamento. Há momentos difíceis, claro, mas seguimos superando juntos.

As letras das músicas são inspiradas em situações reais ou são mais livres?

As letras que escrevo são como roteiros de filmes. Crio uma história e, com metáforas, vamos desenvolvendo juntos. Isso virou nossa forma natural de compor. Às vezes, outro integrante traz um “pedaço de filme” e começamos a trabalhar. Já a música começa com Josan e Joan. Tudo é amadurecido em grupo. Se alguém não gosta, buscamos ajustar para que todos estejam de acordo.

Para quem nunca ouviu Evadne, o que vocês esperam que a pessoa sinta ao ouvir a música?

É um jogo de emoções. Muitas pessoas nos dizem que os shows fazem elas lembrarem de entes queridos, que choram, ficam eufóricas. Queremos justamente isso: evitar linearidade e criar experiências que envolvam altos e baixos emocionais. Como a vida.

Sobre essa turnê latino-americana, o que esperam e o que vem depois dela?

Estamos com muita expectativa! Nunca viemos à América Latina e não sabemos o que nos espera. Vamos viver o momento. Após a turnê, temos meio álbum já composto e o disco acústico saindo. Haverá muita divulgação, clipes e promoção. O último álbum, The Pale Light of Fireflies, já tem quase quatro anos. Está mais do que na hora de lançar algo novo.

Viemos com muito entusiasmo, conscientes do esforço físico, mas prontos para aproveitar com todos. Se nos divertimos no palco, vocês também se divertem. E mesmo sendo um estilo melancólico, sempre deixamos uma luz no fim das composições. A vida tem lados bons, e precisamos encontrá-los.

E como foi a primeira apresentação da turnê?

Foi ótima. Era uma quinta-feira, e sabemos como é difícil fazer shows em dias úteis — em Valência também é assim. Mas o público compareceu, curtiu e nós também. O que virá nos próximos dias? Não sabemos. Mas estamos prontos.

Evadne - Entrevista Latinoamérica 2025

Evadne segue em turnê, visitando pela primeira vez várias cidades da América Latina. Para conhecer mais sobre a banda, você pode buscá-los no Spotify ou em suas redes sociais.


 

 

Facebook - Comente, participe. Lembre-se você é responsável pelo que diz.
Select Language