Formação: 2011

Integrantes: Frater Prophanous (vocal)
Infernum (bateria)
Arravrac Nihil (teclado)
Adonnen (baixo)
Ares (guitarra)

1) Fale-nos um pouco sobre a criação da banda Hortus Nullus. Como tudo começou?

Frater Profanous- Primeiramente saudações cordiais a você Renata Bond Jagger pela oportunidade de apresentarmos a nossa mais nova criação.

Tudo começou no início de 2011, quando a Hornor Infernum se acabou e eu (Frater Prophanous) e o Infernum estávamos soltos na praça, e decidimos que a nossa caminhada no underground devia continuar o mais rápido possível. Sendo assim, nos juntamos ao Arravrac (Roberto Marra – FMI) ao Ares(Ayres Barcelos – recém saído da também extinta Ancestral Terror) e posteriormente ao Adonnen (Renato Neves) e demos início às composições, com os esqueletos já pré-produzidos pelo Roberto.

2)A Hortus Nullus pode ser considerada como banda sucessora da horda hornor Infernum?

Frater Profanous- Em se falando de soma credito que não, porque são estilos de composição bem diferentes, pois na Hornor Infernum era um som mais reto, mesmo que cadenciado, e na Hortus Nullus as músicas são mais virtuosas, com quebras de tempo, notas que não acabam mais, bem complicadas mesmo (risos).

Em relação ao lugar na cena, acredito que cada uma terá seu valor, a Hornor Infernum fez o q tinha que fazer no tempo que teve, e a Hortus estará ganhando seu espaço agora, com certeza terá seus méritos por ela própria, sem precisar se apoiar na Hornor ou em qualquer outra banda que nós já tenhamos passado.

3)Existem dois ex-integrantes da Hornor na Hortus Nullus, você e o baterista Infernus. O que levou a essa separação da horda, sendo que a Hornor possuía três integrantes fixos. Qual foi o motivo da mudança do Nox Occultum? Como você vê essa mudança?

Frater Profanous- Esse é um assunto que raramente eu gosto de comentar, pois engloba muita coisa, inclusive coisas muito pessoais. Mas posso dizer com certeza que a banda praticamente acabou quando nosso guitarrista Nox Occultum foi morar em Curitiba. Nós quatro tínhamos uma identificação musical muito forte, além de nossa amizade também, tanto que nunca conseguimos colocar nem baixista na horda, instrumento que nunca tivemos, para justamente não quebrar essa química entre os integrantes. Mas cada um tem suas particularidades, e ele achou que era o momento de mudar de ares, sair daqui de Uberlândia. A ideia era continuarmos com ele a distância, mas logo vimos que não ficaria viável. Desde então, certas incompatibilidades passaram a ficar cada vez mais visíveis e insustentáveis, e resolvemos que o melhor a se fazer era cada um seguir o seu caminho, pois não compartilhávamos da mesma ideia sobre coisas cruciais para o andamento da horda. Como o meu caminho e o do Infernus desde que éramos adolescentes no underground sempre foi o mesmo, naturalmente seguimos juntos para a Hortus Nullus.

4)Nesse cenário, eu presumo a importância da Hornor Infernum pra você, pois foi uma banda com uma grande repercussão. Tem alguma possibilidade de voltar com Horda?

Frater Profanous- A Hornor Infernum é e sempre será o meu referencial, pois foi com ela que subi pela primeira vez num palco; foi a horda que projetou o Frater Prophanous para o underground; fizemos apresentações memoráveis e tivemos uma certa repercussão sim. Portanto, sim, a horda foi muito importante pra mim, mas agora é passado e estou 100% empenhado com a Hortus Nullus.

Sobre a possibilidade de voltar com a horda, sinceramente, não sei. Nós éramos amigos acima de tudo, não apenas companheiros de banda, a horda era fundamentada na honra Black metal de cada um, nos princípios ocultistas e na amizade. Se um dia voltarmos a ser amigos como antes, se o Daniel voltar de Curitiba, se resolvermos algumas coisas que ficaram nas entrelinhas e etc… talvez, ou seja, enquanto ficar apenas nas suposições, a horda também ficará inerte.

5) Há poucos meses atrás você fez uma tatuagem da Hornor Infernum, mesmo após a banda ter chegado ao fim. O que inspirou essa arte? Existe alguma possibilidade do outro integrante ultilizar o nome da horda?

Frater Profanous- A tatuagem foi uma espécie de homenagem à horda que me projetou na cena underground, e por ser meu maior referencial…
Sobre a possibilidade de possibilidade a qual você se refere, ela simplesmente não existe. A horda não tem dono, éramos quatro mentes em torno da Hornor Infernum, e ela só voltaria à ativa se fosse pela nossas mãos JUNTOS! Portanto, essa questão não me preocupa.

6)Vi em algumas fotos de divulgação da banda a utilização de corpse-paint, uma expressão própria do Black Metal. Em que vocês inspiraram para usá-lo na Hortus Nullus, se tratando de uma banda de Doom Black?

Frater Profanous- Tentamos não nos apegar num estilo fixo, pois as músicas são bem variadas. Porém, como tem bastante Doom desde as primeiras composições, resolvemos que seria interessante a utilização de um corpse paint mais mórbido para dar mais ênfase na atmosfera sombria da banda, mesmo que as vezes essa atmosfera seja deixada um pouco de lado nas partes mais rápidas (risos).

7) A banda já está trabalhando em cima de seu primeiro material! Conte-nos um pouco o que vocês estão fazendo no momento.

Frater Profanous- Estamos com as músicas prontas, e iremos grava-las no estúdio do nosso tecladista RobertoMarra. Só que ainda não sabemos quantas lançar, e se vamos fazer primeiro uma demo, ou vamos gravar o debut logo de cara, já que temos músicas e minutos suficientes… (risos)

8)O som da Hortus Nullus é um diferencial, com vocal rasgado e alternado para o gutural com a melodia sombria do doom metal. Quais bandas inspiraram a Hortus?

Frater Profanous- Procuramos justamente isso, não sermos cópias de banda alguma. Cada um de nós traz suas influências para o estúdio, juntamos tudo e vemos o que sai. As músicas trazem partes rápidas, lentas, guitarras ora virtuosas, ora ríspidas, vocal rasgado, gutural, limpo, lírico, arpejos de teclado, solos de guitarras e de baixo, etc. É como eu disse, procuramos fazer um som peculiar para não parecer cópia de ninguém, pois achamos que isso que está faltando na cena ultimamente, ORIGINALIDADE! Mas, logicamente, temos bandas das quais somos fãs, e que fazem de parte das influências de cada um. Particularmente, acho que o som se assemelha um pouco com Katatonia da época do Dance of December Souls, mas como disse, em uma mesma música (que dura em média quase dez minutos) tem várias partes diferentes, onde cada uma traz uma influência diferente.

Renata Jagger- Muito Obrigada pela Entrevista Frater Profanous, acredito que com a Hortus Nullus, o cenário Doom Metal poderá reaparecer aos poucos na região do Triângulo Mineiro, que está carente desse tipo de harmonia. Tanto eu quanto o público aguardamos ansiosamente pelo resultado dessa nova experiência!

Frater Profanous- Eu que agradeço a oportunidade da entrevista, e pode ter certeza que estaremos honrando o Metal como deve ser, com muita humildade, muito sentimento e honra em nome do underground nacional.

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