“Foi uma grata surpresa saber que a formação clássica desta grande banda representante do folk rock mundial estava prestes a iniciar uma turnê pela América Latina, mas mais surpreendente ainda foi saber que esses ícones da música também viriam a Lima para nos proporcionar um show inesquecível, graças à Tarkus Producciones.
A noite de 2 de dezembro, com o frio de Lima nas encostas do Morro Solar e a brisa do mar, foi uma excelente companhia para este grande concerto que deixou muitos de boca aberta.
FLOR DE LOTO, TALENTO NACIONAL NO PALCO
Sob a liderança de Alonso Herrera na voz e guitarra, proporcionaram um show maravilhoso para o público peruano. Iniciaram essa grande noite com sua versão de El Cóndor Pasa, uma melodia andina clássica que representa o Peru onde quer que seja ouvida, para então prosseguir com seu esplêndido hard rock progressivo, uma característica marcante da banda. Como uma banda renomada mundialmente, entregaram o esperado, um show que superou todas as expectativas, demonstrando por que são a banda peruana que chegou mais longe em festivais internacionais.”
LA SARITA, DO ROCK À DANÇA DAS TESOURAS
Vindos de El Agustino, chegaram os incríveis membros da La Sarita, uma banda formada por ex-integrantes dos Los Mojarras e liderada pelo grande Julio Pérez. Eles subiram ao palco quando o público já estava mais que empolgado. Eram 21h30 quando começaram sua grande mistura de hard rock, violinos e uma bela harpa que fez toda a diferença.
Foi assim que eles chegaram a “Carnaval de Aymaraes“, um cover de uma canção clássica de Aymaraes, uma cidade do departamento de Apurímac. Todo o destaque foi para o grande Max Lizana na harpa. Depois, “Fiesta de Ancará“, uma música na qual vários de nós nos identificamos com a migração para a cidade e o grande reencontro na capital.
LOS KABRONES NÃO CONHECEM AS BARREIRAS GERACIONAIS
Foi incrível saber que você podia ver ao seu lado senhores de 30 anos e, ao lado deles, jovens de 14 ou 15 anos, esperando pacientemente pelos Kabrones, as grandes celebridades da noite. Alguns de nós tiveram a grande sorte de nos aproximarmos silenciosamente dos lados do palco para apreciar os ex-membros do Mago subirem ao palco, e alguns até tiraram fotos com algum membro da banda.
Foi assim que, após 30 minutos de espera, chegou o momento aguardado. A banda formada por Carlitos, Frank, Salva, Santi Vokram, El Niño e José subiu ao palco e encantou a todos com uma versão um tanto diferente (um tom abaixo) do clássico Satania, que marcou o início desta grande noite. Em seguida, o tema El Santo Grial, com o grande violinista Santi Vokram, roubou toda a atenção na parte da Dança Húngara, antecipando o que estava por vir com a lendária melodia da música clássica.
Ao terminar, ocorreu um momento mágico, mas totalmente surpreendente; o local estava dividido em três áreas e, embora algumas infelizmente não estivessem cheias, o público estava vivendo o show intensamente, com entusiasmo e paixão. No entanto, para José, isso não era suficiente. Com o desejo ardente de sentir o amor de seu público peruano, ele decidiu pedir para removerem as barreiras divisórias, permitindo que todos os presentes estivessem juntos e desfrutassem desta noite incrível com seu público, que nunca o abandonou.
“As pessoas que compreenderem, que compreendam”, foram as próximas músicas, onde todo o público cantou e pulou o tempo todo. As grandes instrumentais do Mago de Oz não demoraram a chegar: Noche Toledana, Czardas e Sueños Diabólicos ecoaram nesta noite.
“Gaia“, “Jesús de Chamberí” e “Finisterra” foram as últimas músicas antes do famoso “bis”, quando José, dando tudo por seu amado público peruano, nos fez competir para ver quem gritava mais, “os kabrones” ou “as kabronas“.
Ao terminar este clássico tema homônimo do álbum “Finisterra”, saíram do palco; as pessoas pensavam que o concerto havia terminado, mas todos concordaram em pedir “mais uma”, e até ouviam-se várias piadas como “José, saiam, minha mãe me deu permissão até a 1h!”.
Cerca de 10 minutos se passaram até que os Kabrones voltaram ao palco para tocar suas últimas 3 músicas, “Astaroth”, “Molinos de Viento” e o clássico e infalível “Fiesta Pagana”, onde o fogo, a fumaça e o confete não tardaram a aparecer, proporcionando assim um grande encerramento para este concerto.