Lançado no último dia 08 deste mês, pela Sony Music, o Judas Priest surpreende a todos com o lançamento do épico Invincible Shield e mostra o porquê estão entre os Deuses do Heavy Metal!

Esse review merece uma dedicação maior e (humilde) análise de faixa a faixa, porque é impossível ser direta e simplista com tal obra-prima. Posso, sem medo de ser feliz e de atrair possíveis haters, que este é, sem dúvida (sim reafirmar é necessário), o MAIOR lançamento desde Painkiller (ao meu ver): quando tu acha que nada mais pode surpreender, Rob Halford, amante dos gatinhos e memes, prova que é possível.

Há muito se dizia como seria próximo álbum do Judas, ainda mais depois do lançamento do KK’s Priest, muitas expectativas foram criadas e até levando em consideração idade e outros fatores, ninguém poderia cravar ao certo como seria.

Claro, falei do Painkiller, porque quando falamos em Judas, lembramos de outros álbuns e sucessos, porém o primeiro álbum que falamos e resgatamos nossa alma headbanger, este é absoluto!

Claro que não posso aqui cometer a atrocidade e comparar em todos os aspectos, Painkiller com o Invincible Shields (o famoso anacronismo), pois além de serem de épocas diferentes, temos também idade dos membros e contextos e até tecnologicamente falando, daquela época que hoje sequer lembramos.

Invincible Shields, é aquele album que resgata o sentimento das nossas épocas mais remotas do porquê amamos o metal. Quem que ao ouvir por exemplo “Fight of Your Life” (disponível no “deluxe edition”), uma das últimas deste álbum, já não fez um “air guitars” ou ‘air drums” com olhinhos fechados sem pensar em mais nada?

São poucas as bandas que despertam esse tipo de sentimento, e nós, que já passamos dos 35, 40 anos de idade, que somos de uma geração mais antiga, esse tipo de som, nos leva a boas memórias e a certeza de que esse sentimento pelo metal não morrerá!

Ainda neste sentido, vou além: com esta obra de arte, arrisco a dizer que o Judas é uma das pouquíssimas bandas que cativa e (re)conquista 3 gerações – os jovens metalheads dos anos 80, anos 90/2000 e em pleno 2024, com todas as mudanças culturais desde então, cativa aqueles que tem 13/14 anos e que estão “iniciando” a jornada neste universo da música.

O disco, apesar de “curtinho” (deluxe edition com 1h de duração), começa com a faixa Panic Attack e confesso que aqui lembrei um pouco do Heading for Tomorrow do Gamma Ray, acho que foi por isso que veio a nostalgia e toda essa esfera que mencionei anteriormente, e no segundo solo, tem o elemento dos solos de Painkiller, arrisco a palpitar aqui, que é até uma “variável” de um dos solos da música, mas com outro arranjo.

A voz do Halford chega a arrepiar cada milímetro da minha espinha, de tão afiada que está! Aparentemente, para alguns vocalistas, a idade chegou, para o Halford, não.

Continuamos com The Serpent and the King e tu te depara com aquele riff tradicional do heavy metal britânico e total Judas Priest. Entra com vocal potente e rasgado que eu tive que colocar fones de ouvido para aumentar ainda mais volume e já puxei o meu bichano pra loucura também! E então tu percebe alguns elementos mais “modernos”, de forma sutil, mas bem inserido. Mais uma vez vejo Painkiller ali por volta dos 2min20s.

Chegamos na faixa título do álbum: Invincible Shield traz aquela velocidade e o gato já começa a me morder pra deixá-lo em paz e assim eu ficar com minha loucura sozinha! Não há o que dizer! A jogada de vocais no refrão ficou maravilhosa, um “toque moderno”, como disse antes, muito sutil, mas na medida exata! Trouxe aquele toque épico a música! Mas unico sentimento possível é continuar batendo a cabeça.

Devil in Desguise já vem com aquela pegada mais cadenciada e aquele ritmo bacana que te convida a abrir uma boa cerveja e tu te imagina no show deles e cantando a musica abraçando desconhecidos!

Gates of Hell vem nessa mesma pegada, mas com uma linha mais “melódica” quando escutamos as guitarras, um ar mais oitentista e com um drive do Halford que, te puxa e te agarra e você nem sente. Aqui vi algo mais experimental do Judas, mas sem fugir a essência.

Crown of Horns, mais “lentinha” do álbum, romântica até, pode até chamar aquela pessoa especial pra curtir junto…
Se prestar atenção na letra, o título faz jus ao contexto que descrevo…

I learn the hard way that what you dream for
Comes from the pain you hold inside
I’m on the long road, there is no answer
You have to hold the love you’d find
I’d wait so helpless but love was waiting
Just like an angel in the dark”

Mas a letra traz mais a idéia de superação e libertação, chegando ao porto seguro após período difícil.

As God is my Witness ja vem mais tradicional e sem muitas surpresas, se alguém me perguntasse antes o que eu esperava de um novo álbum do Judas, acho que aqui estaria uma versão musicada da minha opinião. Uma forma mais tradicional, vocal mais comedido, riffs e bateria numa linha mais reta, por assim dizer. Sem muitas variações.

Trial by Fire, eu nunca imaginei que poderia dizer algo assim, mas, talvez por serem do mesmo país, se não fosse a bateria, diria que poderia ser algo do Iron Maiden, vocal me lembrou bastante o do Bruce.
A linha da bateria soou bem interessante e encaixou perfeitamente em todo o resto, o baixo também ficou bem marcado, dando esse destaque a batera.

Escape from Reality acho que é mais “pesada” do álbum e muda um pouco o album daqui em diante: ela traz um ar mais sombrio, mas não menos tradicional, assim como o resto do álbum, que fica um pouco mais denso. A capa, se notarmos, tem uma divisão de um lado mais escuro enquanto o outro é mais iluminado. Não sei se era esta a intenção, mas senti um pouco essa dualidade.

Sons of Thunder é como se você estivesse pilotando uma moto na chuva de fato e se sentindo próprio filho do trovão. Os solos mais melodiosos em contraste com o peso do baixo e uma bateria tradicional, sem muitas invenções e pedais duplos.

Giants in the Sky, sendo a última na versão “comum” do álbum, vem na linha tradicional do heavy britânico, com os riffs bem ritmados e palhetadas com o peso na medida certa, sem exageros para soar mais pesado encerrando com maestria.

Deluxe Edition:
Fight of your Life, tem uma letra bastante forte e encorajadora, além de ter um ar mais “pra cima”; essência bem a “La Judas” e com o Halford mais uma vez mostrando a potência e força de seu vocal único, melodias das guitarras gostosas pra ouvir naquele fim de tarde pós trabalho estressante com uma boa cerveja. Aqui eu senti falta de uma força um pouco maior do baixo. Com a bateria mais marcada e pedais duplos, baixo ampliaria bastante e faria um contraste bacana com as guitarras que estão melodicamente lindas!

Vicious Circle, está na mesma “vibe” da música anterior, porém a bateria está um pouco mais quebrada, e dá aquele impulso de dirigir/pilotar sem rumo (mas aqui, se beber, não dirige!). Melodias dos solos lembram um pouco a música anterior, e assim notar que o álbum como um todo tem um “tema” em suas harmonias e melodias, que não destoam muito uma da outra.

The Lodger, traz o “quê” do toque moderno, algo mais sinfônico, e elementos mais “eletrõnicos”, honestamente, não lembro de ter escutado algo que misturasse assim algo mais orquestrado, toques eletrônicos e ar sombrio com Vengeance is mine…Gonna find him”.

De todas elas, esta foi a que “menos” me agradou, talvez por não soar tanto como Judas Priest, mas não deixa de ser uma boa música.

Álbum: Invincible Shield
Graadora: Sony Music
Faixas:
1. Panic Attack
2. The Serpent and the King
3. Invincible Shield
4. Devil in Disguise
5. Gates of Hell
6. Crown of Horns
7. As God Is My Witness
8. Trial by Fire
9. Escape from Reality
10. Sons of Thunder
11. Giants in the Sky
Deluxe Edition:
12. Fight of your Life
13. Vicious Circle
14. The Lodger

Nota: 9.5/10

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