Los Mentas é uma banda de rock venezuelana com mais de 25 anos de experiência, cuja música é inspirada em elementos de punk, garage, rockabilly e ritmos caribenhos. As suas letras estão cheias de humor negro, amor, desgosto, experiências pessoais e reflexões sociais.

Los Mentas participaram em grandes eventos como: “Rock al parque”, “Vive Latino” e “Mapa de Todos”, bem como em numerosas digressões que conseguiram transmitir e fazer ouvir a sua música em diferentes países.

Durante a sua longa carreira, tiveram a oportunidade de partilhar o palco com grandes bandas e artistas internacionais, tais como: Aterciopelados, NOFX, H2O, Divididos, Fito Páez, 2 minutos, Juanes, Voodoo Glow Skulls, Dani Amis (Straitjackets), El Mato un Policía Motorizado, Desorden Público, entre muitos outros.

  • 1) Los Mentas tem sido, sem dúvida, uma das bandas mais influentes e reconhecidas na Venezuela. Conseguem um som caraterístico entre o punk, o rock e toques de géneros caribenhos. Conte-nos um pouco sobre como eles alcançaram esse som único que Los Mentas têm em suas composições.

Juan: Com efeito, é uma banda que surgiu de 2 bandas de punk e ska punk no final dos anos 90, mas queríamos explorar o som do Rockabilly, uma vez que não havia ninguém a fazer o género na Venezuela nessa altura. Este é um género que requer um bom músico e nós éramos bastante regulares, e acreditamos que devido à nossa falta de conhecimento do ritmo como tal, e à nossa falta de capacidade técnica, começámos a conseguir o nosso próprio som.Ao mesmo tempo, começámos a compor a pensar no nosso dia a dia. Em coisas que um cidadão de Caracas vive com os seus próprios códigos da cidade. Com o tempo fomos polindo e é isso que se pode ouvir hoje nos álbuns mais recentes.

Lucas: Bem, o som da banda foi-se desenvolvendo à medida que cada um de nós percebia o que queria alcançar, a base foi sempre o punk e o rockabilly mas saiu muito ingénuo. Quero dizer, não somos puristas do género, mas demos um toque ao estilo.

Chicha: Nos primeiros ensaios as músicas eram mais próximas do punk rock basicamente porque como não éramos músicos, eram mais fáceis de tocar… passado algum tempo decidimos experimentar o rockabilly (bastante ingénuo, era mais para refrescar um pouco as influências de onde vínhamos, antes dos Mentas) e misturá-lo com outros estilos dentro do rock e foi assim que fizemos um som caraterístico que tentamos manter atualizado.

  • 2) ¿Como é que se conseguiram consolidar como uma banda de referência nacional e como é que se conseguiram reencontrar para partilhar a vossa paixão pela música depois de uma pausa?

Juan: Há muitos anos que tocamos sem parar por toda a Venezuela, para todo o tipo de público, por isso acreditamos que é um trabalho feito de coração, e não pertencente a uma moda ou algo impulsionado por uma abordagem comercial. As pessoas que se ligaram à nossa música fizeram-no de uma forma autêntica. Acreditamos que isso se deve ao facto de que, mesmo após quase 10 anos de ausência, a convocatória para os concertos na Venezuela em 2024 foi boa e actualizada com novas pessoas.

Lucas: Não sei se nos estamos a consolidar, mas acho que o segredo da banda tem sido a constância que temos tido! levamos isto como se estivéssemos a fazer “karaté”, mas com seriedade. hahah!

  • 3) ¿Como foi a tua experiência de participar em grandes festivais internacionais como o “Rock al parque”, “Vive Latino” e “Mapa de Todos”; e de partilhar o palco com diferentes músicos de renome internacional?

Juan: Festivais muito diferentes uns dos outros, mas com grande importância na região. O do Brasil foi especial porque está virado para um público muito diferente. O que mais gostamos é de ter acesso a todos os concertos e não sermos apenas músicos, mas também fãs.

Lucas: Tocar com bandas de um nível mais importante para nós tem sido vários sonhos em diferentes momentos, mas sem subestimar as bandas mais importantes da Venezuela, como zapato 3, desorden publico, amigos invisibles…. Mas tocar com, por exemplo, fito Paez, Manu chao, aterciopelados, entre outros, tem sido incrível; assim como os grandes festivais de massas em que estivemos. mais do que qualquer outra coisa, para entender o que é tocar com produção de alto nível.

Chicha: Acho que é graças ao que tocamos, a esse som caraterístico que mencionas, que tivemos a oportunidade de participar nestes festivais….. Acho que o facto de não seguir modas, de não seguir as tendências do rock, de não se rir de tudo isso, faz com que Los Mentas tenham algo autêntico, algo que as pessoas fora da banda achem interessante.

Drupy: Todas elas foram óptimas, no meu caso pessoal Rock al Parque (Colômbia) e El Mapa de todos (Brasil) foram experiências com muito boas recordações.

  • 4) ¿Como foi essa evolução musical que teve ao longo da sua carreira? Gostaríamos que fizessem um breve comentário sobre suas discografias.

Juan: O som foi aperfeiçoado e talvez as letras explorem outros temas, mas no geral continuamos os mesmos.

Lucas: A evolução musical de Los Mentas tem sido muito orgânica e, sobretudo, muito autêntica! Sempre disse que compomos para nós próprios, não para um género ou um momento de que muita gente fala, e por isso se gostamos primeiro, é suficiente. E agora que o público se está a divertir com ela, é uma satisfação incrível.

Drupy: A partir de “Dios el diablo y el dinero”, a banda passa a contar com mais uma guitarra e muitos backing vocals, o que leva a banda a trabalhar com 3 guitarras, tanto em estúdio como ao vivo.

  • 5) O público tem recebido muito bem seu último álbum “Museo de Los Pillos 2022”, inclusive sendo indicado para “Melhor Álbum de Rock” pelo Pepsi Music Awards. Você pode nos contar um pouco sobre este último álbum?, ¿O que podemos ouvir nele?

Juan: Este é um álbum de homenagem ao rock venezuelano com o qual crescemos. Bandas das quais somos fãs, mesmo antes de nos dedicarmos à música.Divertimo-nos muito porque era um assunto pendente entre nós.

Lucas: o museu foi um álbum de longa distância, mas o resultado é incrível e nos os tripeamos (desfrutamos), é uma homenagem muito humilde ao rock nacional que tanto merece.

Chicha: Era o álbum que nos faltava… tínhamos álbuns de estúdio, álbuns conceptuais, álbuns ao vivo, compilações e faltava-nos o nosso tributo às bandas que sempre nos influenciaram.

Drupy: Em El Museo estão as nossas influências directas do que podemos chamar rock venezuelano com algumas novas excepções, é o álbum pendente que conseguimos fazer com muita vontade apesar de ter sido tudo feito à distância; gostamos de tudo o que foi conseguido com essas canções e o que ficou pendente é ainda melhor.

  • 6) ¿Que temas abordam normalmente em suas canções?

Juan: Questões do quotidiano do venezuelano comum da pé. As mesmas situações de amor, ódio, reflexões sobre questões sociais, mas quase todas na chave do humor ou do sarcasmo. Usamos termos da gíria de Caracas, bem como os nossos próprios códigos que nos identificam.

Drupy: Humor venezuelano muito negro a 3 mesas, mais rock and roll.

Lucas: As músicas que estão sempre no Set são as mais comoventes, como: “shawarma“, “sopa seco jugo”“kiosco” , “oh my way”, “tomar”…  entre outros, são os que mais se conectam com o público.

  • 7) Suas letras são repletas de humor negro e reflexões sociais. Você teve ou encontrou alguma repercussão de pessoas que ouviram suas letras?

Juan: Temos mantido bastante distância das questões políticas, por isso não temos sido censurados no nosso país, mas isso não nos deixa satisfeitos com a situação que nos aflige. Nossas reflexões são mais amplas ou referem-se ao dia a dia de um cidadão comum. Existem músicas que usam uma forma de pensar que pode ser questionável hoje. Nós entendemos e até preferimos não tocar essas músicas.

Lucas: Sobre as letras, e o público que conhece as mentas, vocês sabem em que sentido as fazemos, poderia ter havido um ou outro comentário com algumas músicas, mas não! Você já sabe como somos, que tudo é joda (brincadeira).

Drupy: Não nos aproximamos muito da questão política, não descartamos nada do que está acontecendo ao nosso redor e todo o desenvolvimento deste ponto é levado muito mais longe quando o debatemos entre nós.

  • 8) Com seu último álbum vieram apresentações importantes, inclusive tiveram participação na Venezuela como parte da turnê “El regreso”. Nestes 10 anos de ausência de apresentações na Venezuela, você sente ou vê alguma mudança no movimento nacional?

Juan:O cenário está sempre mudando. Às vezes é muito under e às vezes tem mais presença no rádio e na mídia comercial. Neste momento sentimos que, embora seja pequena, a cena venezuelana é muito criativa e interessante. Coisas boas estão por vir para a música em nosso país.

Lucas: O retorno para nós como percebemos foi uma loucura, nunca pensamos que o público responderia da maneira que respondeu, foi incrível e queremos voltar para não ir embora.

Drupy: Vejo muitas bandas trabalhando duro em seus projetos e isso me deixa feliz, fizemos três shows na Venezuela com enorme aceitação e isso também nos emociona, a variedade sonora das propostas musicais em 2024 é notável, e acho que continuará dando boas notícias criativas.

  • 9) ¿Do que você sentiu mais e menos falta em se apresentar na Venezuela?
  • Juan: Compartilhe com as pessoas, energia e passe tempo uns com os outros, somos bons panas (amigos).

Lucas: estamos com saudades de TUDO!!! amigos, locais, rumba (festas)… absolutamente TUDO. Essa viagem à Venezuela nos reanimou como vocês não sabem.

Chicha: Sentimos falta de tocar juntos, claro… dos ensaios, das pessoas cantando as músicas… o que menos senti falta foi do calor que fazia durante os toques (apresentações).

Drupy: Do que mais sinto falta: De lançar vaina (piadas) aos guaros (homens) esses com os que eu toco. Cuando se dañaba el aire acondicionado del carro o de donde estuviéramos. O que é menos estranho: quando se danificaba o ar condicionado do carro ou de qualquer lugar que estivéssemos.

  • 10) Nestes longos anos de trajetória, ¿Quais foram os desafios mais difíceis que teve de enfrentar?

Juan: Como cada pessoa vive num país diferente, é muita cuesta arriba (difícil) chegar a acordo sobre muitas coisas. Grave, produza, gire. Sem dúvida é o mais complexo.

Drupy: Migre, definitivamente e sem hesitações.

Chicha: Tente concordar na distância…

Lucas:  O desafio foi fazer uma pausa e olhar em outros projetos o que sentimos pelos Los Mentas, mas que va (mas não)! impossível. Los Mentas sempre serão Los mentas. para mim pessoalmente.

  • 11) Vamos brincar: cada integrante deve escolher sua  canção preferida e nos contar por que a escolheu.

Juan: Kiosko. É a música mais forte da banda, aquela que começou a nos colocar em palcos maiores e é a preferida do público.

Lucas: Acho que escolher uma música entre 9 álbuns é impossível. Todas as músicas foram gravadas porque gostamos delas, não posso dizer que alguma música tenha preenchido um álbum. Se eu te contar uma, é como te contar o “Kiosco“, o “religión ron“, “yo no me arrepiento” e assim … simplesmente… NÃO POSSO HAHAHA!

Chicha: Jhonny Ramone, por ser fã dos Ramones, desde muito jovem.

Drupy: Sopa Seco y Jugo – Isso me lembra muito daquela época em que trabalhei no Los Mentas como roadie e técnico, sempre sonhei em tocar e aqui estamos.

  • 12) As Mentas possuem 9 álbuns. Onde o público pode ouvir sua discografia?

Juan: Eles estão todos no Spotify, YouTube, Deezer, iTunes, etc.

Lucas: Para escutar a banda em Spotify e YouTube : LOS MENTAS

Drupy: Spotify, Itunes, Deezer, Youtube.

  • 13) Deixamos um espaço para vocês, para poder convidar pessoas para suas próximas apresentações, e convidá-las a ouvir sua música.

Juan: Jogaremos na quinta-feira, 15 de agosto, no UNICLUB em Buenos Aires e depois cruzaremos as montanhas até Santiago do Chile para jogar no dia 16 de agosto no Club Chocolate.

Você pode adquirir ambos ingressos em passline.com

Na digressão de 2024 destacamos o álbum Museo de los Pillos, que está disponível em todas as plataformas digitais.

DrupyGente! (Pessoas!) Nos vemos em breve em Buenos Aires no dia 15 de agosto e em Santiago do Chile no dia 16 de agosto,van a vacilar burda (haverá fortes hesitações) e haverá tequeños e horas loucas. Saúde!

Lucas: Quem estiver na Argentina e no Chile estará nos dias 15 e 16 de agosto respectivamente. Teremos ótimos momentos lá.

Facebook - Comente, participe. Lembre-se você é responsável pelo que diz.